O teólogo Tück vê Leão XIV como um "travador de reformas"

Foto: Vatican Media

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20 Setembro 2025

O teólogo vienense Jan-Heiner Tück descreve a atual entrevista papal como um "obstáculo à reforma pontifícia". O obstáculo afeta aqueles que defendem uma revisão da moralidade sexual da Igreja e o acesso das mulheres ao ministério ordenado, escreve Tück em um artigo no "communio.de".

A reportagem é publicada por Katholisch.de, 19-09-2025.

Em conversa com a jornalista Elise Ann Allen, Leão XIV afirmou que uma mudança na doutrina da Igreja sobre sexualidade e matrimônio era extremamente improvável. O Papa também deixou clara sua posição sobre a questão da abertura do diaconato às mulheres: "No momento, não tenho intenção de mudar a doutrina da Igreja sobre esse ponto."

No que diz respeito à moral sexual, Leão segue uma estratégia dupla, segundo Tück. "Por um lado, ele dá continuidade à cultura acolhedora do Papa Francisco", explica o teólogo. Todos são convidados a ir à igreja e ouvir o Evangelho de Jesus Cristo, que chama à conversão e à fé. As portas não devem ser fechadas a ninguém. Por outro lado, Leão não vê razão para mudar os ensinamentos da Igreja Católica.

Nenhum "selo de aprovação teológica"

O Papa claramente não quer "apor acriticamente um selo teológico de aprovação à recodificação das relações de gênero nas sociedades ocidentais da era moderna tardia", afirmou Tück. Pelo contrário, Leão defende o casamento e a família como núcleo da sociedade. "Manter a Igreja aberta a todos sem abraçar os imperativos da diversidade provavelmente será uma quadratura do círculo para muitos neste país", afirmou Tück. O Papa está se posicionando como um "representante vicário da tradição".

Em tudo isso, o chefe da Igreja está ciente de que questões de gênero e sexualidade podem desenvolver uma dinâmica polarizadora não apenas na sociedade, mas também na Igreja, explicou o teólogo, referindo-se às declarações papais: "Ele quer superar uma atitude de exclusão sem endossar indiscriminadamente a diversidade teológica". De acordo com Tück, o papa está, portanto, levando em conta que o foco de atenção em questões de orientação sexual não é igualmente grande em todos os continentes: "O que é exigido na Europa Ocidental é recebido com reservas na África e na Ásia".

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