Nas ruas dos EUA, o levante contra Trump. No céu do Oriente Médio, a chuva da guerra. Destaques da Semana no IHU Cast

Arte: Mateus Dias | IHU

Por: Cristina Guerini e Lucas Schardong | 14 Junho 2025

As peças do tabuleiro começam a se movimentar. O mundo ocidental acena à Gaza e uma caravana de esperança segue rumo à fronteira da Faixa com o Egito. Manifestações em diversas partes do globo começam a quebrar o silêncio que pairava sobre o genocídio palestino promovido por Israel. Nos Estados Unidos, um levante contra a deportação de imigrantes incendeia o país. Trump reage com a militarização.

A semana começou com a prisão ilegal, por parte de Israel, dos 12 tripulantes da Flotilha da Liberdade em águas internacionais. O navio Madleen foi cercado por drones, barcos e soldados israelenses, que renderam os ativistas e os levaram para prisão. Greta Thunberg foi uma das primeiras a ser libertada. Ao longo da semana, o brasileiro Thiago Ávila, que integrava a equipe foi enviado para uma solitária na prisão de Givon, após iniciar greve de fome. Thiago, que chegou ao Brasil nesta sexta, 13, foi libertado com os demais membros da Flotilha nessa quinta.

A coordenadora da Flotilha da Liberdade, Yasmin Acar, falou após o sequestro e libertação do cárcere israelense: “Nossas vidas não valem mais que a de nossos irmãos em Gaza. Israel está matando crianças de fome. Mundo precisa encerrar cumplicidade com o genocídio”.

Netanyahu quer a guerra total no Oriente Médio. Na manhã desta sexta, 13 de junho, Israel atacou o Irã. Em uma operação concebida como uma guerra, Israel tinha como o objetivo eliminar não apenas os laboratórios nucleares da teocracia xiita, mas também os líderes de seu aparato militar e da Guarda Revolucionária, buscando destruir as bases mais importantes das Forças Armadas. A resposta do Irã não demorou. Perto das 16h, no horário do Brasil, as forças armadas iranianas atacaram Tel Avive com misseis balísticos.

Levante americano

Manifestantes em diferentes cidades dos estados unidos fazem coro contra a Polícia de imigração norte-americana. Um movimento que teve início há uma semana em Los Angeles, quando o governo de Donald Trump fez uma ação anti-imigração. Nova Iorque, Atlanta, Chicago, Dallas, Boston... Em mais de 20 cidades os protestos se espalharam pelas ruas com o lema fora ICE [polícia de imigração americana]. Carros foram queimados, centenas de manifestantes foram presos. Trump desafiou o governador da Califórnia e pela primeira vez, em 60 anos, acionou a guarda nacional sem a autorização do mandatário local.

O governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, alertou que a intervenção militar federal em Los Angeles marca o início de uma iniciativa muito mais ampla do presidente dos EUA de subverter as normas políticas e culturais no cerne da democracia do país. Karen Bass, prefeita de Los Angeles, está furiosa: “Donald Trump está usando nossa cidade como um experimento, para ver até onde consegue ir infringindo a lei. Se ele conseguir aqui, pode conseguir em todo o país", advertiu a política.

Pacto para salvar os oceanos

Mais quente, mais ácido, mais alto. Os oceanos dão sinais evidentes da crise climática. Tendo em vista esse cenário catastrófico, mais de 2 mil cientistas de cem países se reuniram em Nice, na França, para compartilhar evidências científicas que apoiem ações e políticas em prol da saúde do oceano. O primeiro Congresso One Ocean Science (OOS), organizado pelas Nações Unidas, debateu questões estratégicas que impactam a saúde do oceano e colocam a humanidade em risco. Do evento, surgiu o tratado o “Apelo de Nice”, que não foi ratificado pelo Brasil, sob a alegação de que “o documento deve ser ambicioso tanto nas obrigações dos países quanto na provisão de financiamento aos países em desenvolvimento”.

COP30 opera na lógica dos megaeventos

Nem o apelo de Macron dissuadiu o presidente Lula de não levar à diante a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Além disso, sob as críticas de que Belém repete e potencializa o ‘Modus operandi’ dos megaeventos e está longe de ser um espaço de discussão ambiental, Helder Barbalho já não esconde seu desejo de explorar de combustíveis fósseis.

A poucos dias do megaleilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que vai ofertar 47 blocos na foz do Amazonas, o Greenpeace lançou o videoclipe-manifesto “Não Mais Poços de Petróleo”. A campanha visa mobilizar a sociedade civil. A canção foi composta por Carlos Rennó e Frejat, que dá voz ao manifesto junto com Xênia França e Thaline Karajá.

Esses e outros assuntos nos destaques da semana.

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