30 Agosto 2024
O país fechou 2023 como o 4º maior emissor de gases de dióxido de carbono, empurrado pelos megaincêndios que atingiram a região sudoeste no verão.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 30-08-2024.
Os incêndios florestais que assolaram o Canadá no verão de 2023 colocaram o país no rol dos maiores emissores globais de gases de efeito estufa no último ano. Estimativas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial norte-americana (NASA) indicam que os episódios de fogo liberaram cerca de 640 milhões de toneladas de carbono na atmosfera. O estudo foi publicado na revista Nature.
De forma comparada, os incêndios no país norte-americano emitiram mais gases de efeito estufa do que o consumo de energia fóssil na Rússia (480 milhões de toneladas métricas) e no Japão (291 milhões de toneladas métricas). Apenas China, Estados Unidos e Índia produziram mais emissões de carbono derivada de combustíveis fósseis do que os incêndios canadenses.
O evento ocorreu em condições climáticas anormais em sua região sudoeste, no verão mais quente e seco já registrado no país desde pelo menos 1980. A área queimada no ano passado – cerca de 18 milhões de hectares – foi mais de oito vezes superior à média dos últimos 40 anos e representou 5% de toda a extensão florestal canadense. O que preocupa os cientistas responsáveis pelo estudo não é apenas o impacto dos incêndios no ano passado, mas a perspectiva de que essas condições climáticas se tornem o “novo normal” em meados deste século.
“Alguns modelos climáticos projetam que as temperaturas que vivenciamos no ano passado se tornarão a norma por volta de 2050. O aquecimento, juntamente com a falta de umidade, provavelmente desencadeará atividades de incêndios no futuro”, afirmou Brendan Byrne, cientista do JPL/NASA e autor principal do estudo.
Os principais pontos do estudo foram destacados por Guardian, NBC News, NY Times e Reuters, entre outros veículos.
Em tempo: O fogo segue causando problemas nos Balcãs, no sudeste da Europa. De acordo com a Euronews, bombeiros conseguiram conter um grande incêndio florestal nos arredores de Split, a segunda maior cidade da Croácia. De acordo com as autoridades locais, cerca de 700 hectares de vegetação foram queimados. Já a AFP destacou a apreensão em Atenas, na Grécia, que sofreu no começo do mês com um incêndio que forçou a retirada de moradores em uma área ao norte. A cada temporada de fogo, as chamas se aproximam perigosamente da cidade, lar de mais de 3 milhões de pessoas.
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Incêndios florestais tornam Canadá um dos maiores emissores de carbono do mundo em 2023 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU