08 Agosto 2024
"A estrutura proposta pela autora permite apreciar o texto de Ezequiel como uma boa notícia, apesar da evidente dureza de muitos oráculos. É um evangelho que proclama a fidelidade de Deus ao seu povo justamente quando ele menos a mereceria", escreve Roberto Mela, teólogo e professor da Faculdade Teológica da Sicília, em artigo publicado por Settimanna News, 06-08-2024.
Com este comentário de Ombretta Pettigiani ao livro de Ezequiel, a bem-sucedida coleção Nova Versão da Bíblia dos Textos Antigos (NVBTA) da editora San Paolo está prestes a ser concluída. A coleção prevê uma introdução geral (aqui p. 9-37, da qual extraímos para elaborar nossas notas), o comentário (aqui p. 38-436) e algumas páginas sobre a presença do livro bíblico na liturgia (aqui p. 437-444, redigido por Nicola Mancini). Nas p. 33-35 está incluída uma bibliografia sintética.
O comentário se desdobra em três registros. Na parte superior, na página par da esquerda, encontra-se o original em hebraico, enquanto na página ímpar da direita, a tradução em italiano preparada pessoalmente pela autora. No registro mediano estão localizadas as notas estritamente filológicas, enquanto o comentário bíblico-teológico está no registro inferior que cobre ambas as páginas.
Livro Ezechiele. introduzione e commento, a cura de Ombretta Pettigiani
A pessoa, as palavras e a atividade do profeta-sacerdote Ezequiel (“Deus torna forte” ou “Deus endurece”), que viveu em primeira pessoa o drama do exílio babilônico do povo hebreu (a partir de 598 a.C.), são a origem do livro que lhe é atribuído. Ele recebeu sua vocação em 593 a.C. Ezequiel é também o personagem do livro que leva seu nome e que se coloca, segundo o relato, no século VI, no contexto do exílio babilônico. Com Ezequiel se entende também o conjunto de autores e editores a quem o livro como um todo deve ser atribuído (que viveram, portanto, em um intervalo de tempo bem mais amplo) e, finalmente, com Ezequiel se entende o livro, o produto literário que está em nossas mãos.
Segundo Pettigiani, a redação final do texto não pode ser colocada antes da tardia era persa, devido aos numerosos contatos que o livro mantém com outras correntes literárias (Deuteronomista, sacerdotal e o Código de Santidade de Lv 17-26). A redação foi provavelmente obra daqueles que retornaram do exílio da Babilônia, como aparece de uma certa insistência a favor do grupo particular dos retornados.
A autora, exegeta, freira franciscana missionária do Menino Jesus, doutora no PIB de Roma e docente de AT no Instituto Teológico de Assis, lembra que o livro do profeta Ezequiel, assim como os outros livros proféticos, “são essencialmente literatura, fruto do trabalho de coleções de unidades originalmente independentes que são montadas, mas também atualizadas e ampliadas, de modo a serem adequadas a um novo auditório com suas novas perguntas” (p. 29).
A estrutura do texto leva em conta as datações presentes nele, mas continua sendo problemática.
O esquema proposto por Pettigiani é o seguinte:
Primeira parte: da chamada do profeta à queda de Jerusalém (Ez 1-33)
Ez 1-3; 4-5; 6-7: visão programática, gestos simbólicos, oráculos de julgamento e anúncio do fim;
Ez 8-11; 12,1-20; 12,21-23,49: nova visão da glória (que abandona Jerusalém), gestos simbólicos e oráculos referentes a Judá (de tonalidade predominantemente negativa);
Ez 24-33: do anúncio da queda de Jerusalém ao seu cumprimento, com o centro nos oráculos contra as nações.
Segunda parte: da queda de Jerusalém ao restabelecimento do povo e do país (Ez 34-48):
Ez 34-37; 38-39: oráculos sobre a restauração do povo e do país; derrota de todos os inimigos e texto resumido de caráter positivo (39,21-29);
Ez 40-48: visão da restauração do templo, do rei, do país, da cidade e retorno da glória à sua casa.
Uma estrutura mais detalhada pode ser encontrada no índice do volume (p. 445-446).
A estrutura proposta pela autora para visualizar a progressão do livro vê uma primeira parte escrita (na maior parte) imaginando a futura tomada de Jerusalém por Nabucodonosor, colocando, portanto, o que o texto narra entre a chamada do profeta, já no exílio (593 a.C.) e a segunda deportação (586 a.C.).
Após o cap. 33, no entanto, uma vez que Jerusalém foi conquistada, dá-se como certa a segunda deportação e o profeta muda profundamente de tom, passando do anúncio de desventura à promessa de salvação.
A estrutura proposta pela autora permite apreciar o texto de Ezequiel como uma boa notícia, apesar da evidente dureza de muitos oráculos. É um evangelho que proclama a fidelidade de Deus ao seu povo justamente quando ele menos a mereceria.
Ezequiel é colocado entre os Profetas Maiores e sempre após o livro de Jeremias.
Os elementos originais do livro de Ezequiel são muitos: a quantidade de visões, a incomum colocação do profeta em terra de exílio, os contatos com o mundo babilônico que frequentemente transparecem, o interesse acentuado pelo templo e por questões de purificação…
Os estudiosos foram particularmente impactados por duas particularidades do livro.
A primeira consiste em um uso quase total da primeira pessoa na redação do texto. A voz narrativa que expõe o que vê e ouve e que equivale ao que deve dizer em nome do Senhor é a do “eu” do profeta (cf. logo 1,1). Esse “eu” é protagonista, mas, ao mesmo tempo, quase desaparece dentro das perícopas. A palavra do Senhor chega ao profeta (“veio a mim a palavra de YHWH”), ou o Senhor age em relação a ele de alguma maneira (“a mão de YHWH estava sobre mim”).
Na prática, Ezequiel está completamente identificado com a perspectiva divina, ao ponto de sua voz se tornar um som emprestado a YHWH. Somente em Ez 1,2-3 alguém mais fala a Ezequiel em terceira pessoa: é a confirmação de uma comunidade crente que considera oportuno certificar a missão do profeta.
A segunda particularidade do livro consiste na presença de um sistema de datações que o atravessa.
São treze indicações temporais, geralmente completas com dia, mês e ano. A autora as apresenta em uma tabela nas pp. 16-17: vai de 31 de julho de 593 a 26 de abril de 571. Discute-se sua função (estruturante?), sua precisa identificação (ou seja, a qual dia correspondem em nosso calendário atual), bem como a estranheza de sua disposição do ponto de vista da cronologia (não estão dispostas em ordem) e a relação entre as datas e o material que, no texto, segue imediatamente (os trechos posteriores a uma data devem ser considerados todos como pronunciados após aquele momento?).
Antigamente, as datas eram consideradas um elemento unificador e sinal da redação integral do livro por um único autor. Hoje, não é mais assim, e acredita-se que elas constituem mais um elemento problemático do que esclarecedor sobre a origem do livro.
Segundo a autora, é evidente que as datas referentes aos oráculos contra as nações têm um andamento autônomo e não seguem a cronologia geral. Isso se deve provavelmente ao predomínio de critérios de contiguidade temática em vez de cronológica.
O livro é escrito em sua maioria em prosa, com um estilo elevado e um vocabulário frequentemente difícil. É um exemplo de hebraico de transição. Há muitos aramaismos e empréstimos do acádio. Trata-se de um hebraico difícil, cansativo também devido à repetição de muitas fórmulas (“filho do homem”, “casa de Israel”). Frequentemente aparecem a fórmula da palavra-evento, a fórmula do mensageiro, a fórmula do oráculo, sempre com o duplo nome divino “Senhor YHWH”.
Típica do livro é a fórmula do conhecimento de YHWH (“saberão/sabereis que eu sou YHWH”), que indica que o objetivo da ação divina é ter um conhecimento mais profundo dele. Muitas vezes é aplicada também às nações estrangeiras.
Os gêneros literários utilizados são de muitas tipologias. Os gêneros conhecidos são frequentemente usados de maneira original.
Ezequiel recorre frequentemente ao gênero relato de visão. Muitas vezes, a quantidade de texto narrado é vasta (cf. Ez 40–48). É impressionante muitas vezes a complexidade das visões, ao ponto de não ficar claro o que é efetivamente visto (cf. a visão inicial da glória, a do capítulo 10 e a minuciosa descrição da arquitetura do templo na parte final do livro).
Aparecem numerosos oráculos de desventura, segundo gêneros diferentes: parábolas ou enigmas (Ez 15 e 17), textos longuíssimos de contenda bilateral (ou rîb, como em Ez 16 e 20), oráculos contra os falsos profetas e profetisas, lamentos fúnebres (Ez 19), relatos resumidos da história de Israel pontuada desde o início pelo pecado (Ez 23), oráculos contra as nações estrangeiras...
São numerosos também os relatos de ações simbólicas, muitas vezes difíceis de compreender. Ezequiel deve imitar o cerco a Jerusalém, carregar sobre si o pecado dos dois reinos (Ez 4-5), comportar-se como um emigrante e comer pão de maneira especial (12,1-20).
O capítulo 21 contém uma série de gestos particulares (falar em uma direção específica, chorar, traçar duas estradas). Na ocasião da morte da esposa, ele não deve fazer luto (24,15-27); dentro dos oráculos de salvação, deve unir dois paus como sinal de reunificação de todo o povo (37,15-28).
Não faltam gêneros próximos ao âmbito sacerdotal e legal: por exemplo, a chamada “Torá de Ezequiel” (cf. Ez 43,12), ou seja, aquela seção onde se estabelecem as novas normas para o funcionamento do futuro templo (Ez 43-46 em particular). Há textos que mostram as responsabilidades de cada um na transgressão da lei e, sobretudo, o desejo de YHWH que todos se convertam para o bem (Ez 18; 33,12-20).
Há textos que se aproximam do gênero escatológico-apocalíptico (Ez 38-39) e não faltam perícopes muito bonitas que fazem uso de motivos de origem mitológica (Ez 28 sobre o rei de Tiro e Ez 32 sobre o Faraó).
Aparecem, finalmente, os anúncios de salvação, que utilizam gêneros diversos: da narração por metáfora do que fará o novo pastor (Ez 34), a textos de promessa de uma vida nova em Israel (Ez 36,1-14 e 15-38), mas também a visão dos ossos (Ez 37,1-14) ou o relato da ação simbólica dos dois paus unidos (Ez 37,15-28).
O livro de Ezequiel não é muito conhecido e amado pelos leitores cristãos, devido às suas particularidades que foram citadas acima (dificuldade de compreensão de gestos e visões, comprimento dos capítulos que os tornam inadequados para o uso litúrgico, particular insistência no culto e no templo, insistência na dimensão do pecado de Israel e no castigo correspondente por parte de YHWH…). O próprio povo judeu também enfrenta dificuldades diante deste escrito.
Em 1989, P. Joyce falou de “teocentrismo de Ezequiel”, para descrever como o Senhor aparece em destaque e age frequentemente com o objetivo de ser conhecido/reconhecido em Israel e pelos outros povos. YHWH age por causa de seu nome, em razão de sua identidade, mas também tem compaixão de seu nome ou é zeloso por ele. Ezequiel destaca sua santidade e, no texto, o termo “santo” é muito frequentemente utilizado para indicar o que lhe pertence.
Deus se destaca no livro de Ezequiel, mas não está sozinho e age em relação a Israel e às vezes também com outros povos. Os profetas frequentemente ressaltam os aspectos problemáticos da relação de aliança que liga YHWH a Israel, com vistas a um possível retorno à paz e à justiça (cf. o gênero literário da contenda bilateral).
A autora destaca de maneira especial três aspectos da teologia de Ezequiel.
YHWH se aproxima ou se afasta? Ambas as coisas podem ser ditas com verdade, mas considerando as diferentes motivações que estão por trás da ação divina, as pessoas com quem se relaciona (exilados ou aqueles que ficaram na pátria) e a conclusão do percurso geral.
YHWH foi forçado a se afastar de seu templo (Ez 8,6), mas nunca quis ir longe de Jerusalém (e de qualquer forma vai perto dos exilados, cf. 11,16). Tudo termina com o retorno triunfal do Senhor à sua casa, ao templo e ao país (Ez 43,1-12). A última palavra do livro é “YHWH está lá” (Ez 48,35).
YHWH é, portanto, o Deus que escolhe estar no meio de seu povo, onde quer que ele esteja. O profeta também é imediatamente caracterizado como aquele que “está no meio dos deportados” (Ez 1,1). A única realidade que, provisoriamente, mantém o Senhor afastado é o mal desavergonhado e não reconhecido, a recusa explícita e reiterada dele e de sua Palavra. Mas até isso YHWH gradualmente corrigirá, com a ajuda da voz de seu profeta.
Um povo severamente derrotado a nível militar e forçado a uma dupla deportação associa a si, segundo a teologia da época, também a derrota e a fraqueza do deus protetor daquele povo. Se Israel perdeu, então YHWH também perdeu e, se os babilônios venceram, suas divindades – em particular Marduk – também venceram.
O Deus de Israel é, portanto, um deus fraco, um deus derrotado? No NT, a vitória do Deus cristão se manifesta (pelo menos provisoriamente) através da derrota segundo a lógica do mundo (cf. a releitura do mistério da cruz em 1Cor 1,18-25).
Ressaltar que YHWH deixa seu templo antes da sua destruição é, na verdade, fundamental. Isso visa esclarecer qualquer dúvida nesse sentido. YHWH não é de forma alguma um deus derrotado, pois não foram os babilônios que o expulsaram de seu templo ou destruíram sua casa. Ele já havia escolhido livremente se afastar por outros motivos.
O desdobramento dessa premissa é dramático: o verdadeiro inimigo não são os babilônios, mas os israelitas que, de fato, conseguem realizar o feito em que Nabucodonosor falha. Assim, YHWH não é forçado a ir embora por Babilônia, mas exatamente por aqueles que ele ama. Por isso, será com eles que ele terá que manifestar toda sua força.
No livro fica claro que YHWH tem o poder de dirigir o curso da história e dos eventos, mesmo em relação a nações ou governantes que pareceriam invencíveis (cf. os belos textos contra o rei de Tiro e contra o faraó nos capítulos 28; 29; 32).
Ninguém deve iludir-se com uma posição que jamais poderá ser retirada.
Deus é justo e salvador. O livro de Ezequiel encontra seu ponto de inflexão no capítulo 33 com a declaração de que a cidade foi conquistada pelos inimigos. Fala-se brevemente sobre isso, enquanto se alonga sobre a preparação do evento: Israel deve entender que está indo em direção a um destino terrível, que equivale à sua própria destruição (cf. por exemplo, Ez 4-7) e isso depende de seus pecados.
Os textos sobre o pecado de Israel são muitos e assume-se que Israel não se converterá (pelo menos na sua componente majoritária) e que, portanto, a única coisa realmente sábia a fazer é se preparar para suportar o fim (Ez 7), compreendendo as razões. Esses oráculos são datados entre a primeira e a segunda deportação que ocorrerá.
A conversão esperada, portanto, coincide com a consciência do mal cometido e com a aceitação da morte que dela decorre, reconhecendo que o Senhor age segundo justiça (cf. por exemplo, 14,23). A assunção do mal (cf. o sentimento de vergonha em 7,18.29; 16,52.63; 36,31-32; 39,26; 40,10-11) permitirá abrir-se à esperança.
O leitor deve compreender dois fatos: que a destruição deve ser entendida em uma perspectiva de justiça e não pode ser considerada injusta; que YHWH intervirá em favor de Israel com uma ação de salvação e não o abandonará para sempre nas mãos de seus inimigos.
Este segundo aspecto já aparece nos oráculos de desventura (cf. 11,14-21; 16,53-63; 17,22-24; 20,9-12.14-17.22.33-44), mas se torna um elemento dominante a partir do capítulo 34. A salvação de YHWH não nega o pecado, mas declara que seu amor é mais forte do que qualquer rebelião. Por isso é capaz de projetar um mundo novo onde toda relação é restabelecida segundo justiça.
A visão final do templo imagina, assim, uma reconstrução geral que também atinge as instituições. No centro, está o templo (onde YHWH retorna) com seu pessoal: os sacerdotes sadocitas (descendentes de Zadoque, sacerdote na época de Davi e Salomão) desempenham as principais funções, enquanto os levitas têm um rango inferior.
O rei não é mais nomeado como tal, mas se torna um príncipe, com um papel eminentemente cultual (deve providenciar as ofertas). Todo o povo deve se reorganizar, também do ponto de vista espacial, recolocando-se no território que havia perdido de acordo com a divisão em tribos.
O futuro se assemelha muito ao que é antigo: assim como no início Israel não tinha um rei e era organizado por tribos, assim será no fim, quando o Senhor voltará a ser o verdadeiro soberano de Israel.
Ezequiel sublinha principalmente a perversidade de Israel, revelando uma visão bastante negativa do homem. Esta afirmação deve ser contextualizada, levando em conta que um dos objetivos do livro é convencer o povo da justiça do castigo (que já sofreu ou que sofrerá).
Ao mesmo tempo, YHWH não deixa de buscar seu povo e não se recusa a estabelecer uma nova aliança com ele (cf. por exemplo, 16,60-62; 34,25; 37,26).
Ez 1,26 relata uma afirmação importante tanto por sua relevância teológica quanto por sua posição de abertura do livro. Lê-se que, no trono que Ezequiel pode ver acima do firmamento, encontra-se “algo com a forma semelhante a um homem”. Pelo conjunto do texto, resulta que se trata do próprio YHWH.
Esta rápida afirmação retoma Gn 1,26, mas torna a mensagem ainda mais significativa: Ezequiel afirma, sem rodeios, que Deus se assemelha ao homem (e vice-versa, obviamente). Consequentemente, por mais terríveis que possam ser as ações humanas, essa semelhança substancial não poderá ser apagada. Por isso, YHWH está disposto a trabalhar para dar ao seu povo seu próprio espírito e um coração finalmente de carne (11,19; 36,26-27; 37,14; 39,29), sem deixar de exigir também sua colaboração.
O comentário científico de Ombretta Pettigiani, acessível a muitos leitores, mas apreciável na totalidade se se possui uma preparação exegético-linguística adequada, é particularmente louvável pois esclarece o texto e o pensamento de um grande profeta, pouco conhecido e apreciado, ao qual é atribuído um texto desafiador de decifrar, mas rico de elementos literários e teológicos que tiveram e continuam a ter uma grande relevância na literatura e na tradição cristãs. Um profeta completamente dedicado ao seu Deus e ao seu povo, a ponto de se tornar profecia viva em sua própria pessoa.
Dessa forma, atesta-se uma etapa preciosa da história da salvação do Deus-conosco que, desde a criação, chega à plenitude em Jesus Cristo, para se expandir até o pleno cumprimento na parusia do Filho do Homem.
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Ezequiel, um texto exigente e uma mina. Artigo de Roberto Mela - Instituto Humanitas Unisinos - IHU