Bergoglio às Pias Discípulas do Divino Mestre: não se resignem diante da diminuição das vocações

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Mai 2017

Às Pias Discípulas do Divino Mestre Francisco aconselha a não se unirem aos “profetas da desgraça que tanto mal fazem à Igreja”; temos necessidade de uma alegria sem maquiagens.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada por Vatican Insider, 22-05-2017. A tradução é de André Langer.

A alegria (uma “alegria verdadeira, não maquiada”) deve ser o centro da vida religiosa. A afirmação é do Papa e foi feita durante a audiência, nesta segunda-feira pela manhã, em recebeu as Pias Discípulas do Divino Mestre, reunidas em Capítulo Geral, às quais pediu para não se unirem aos “profetas da desgraça que tanto mal fazem à Igreja” e para que não caiam nessa resignação que vem quando “o diabo” diz “não temos vocações”: “Despertem o mundo, iluminem o futuro, sempre com o sorriso, com a alegria, com a esperança”.

“Como consagradas, vivam em primeiro lugar a profecia da alegria”, disse o Papa em seu discurso: “Em primeiro lugar, a alegria do Evangelho é uma profecia e o mundo, hoje, tem necessidade disso”. A alegria “é uma bela realidade na vida de muitos consagrados, mas também é um grande desafio para todos nós. Uma série triste é uma triste série! E a alegria autêntica, não auto-referencial ou auto-comprazida, é o testemunho mais crível de uma vida plena, não uma alegria maquiada... Não maquiem a alegria! Ao mesmo tempo, esta alegria que enche seus corações e se manifesta em seus rostos as guiará a sair para as periferias participando da alegria da Igreja que é a evangelização, convencidas de que Jesus é a boa notícia, é alegria para todos. Esta alegria afasta de nós o câncer da resignação, fruto da preguiça que torna árida a alma. Irmãs resignadas não, por favor. O diabo dirá: ‘mas somos poucas, não temos vocações...’. E assim se alonga a cara e se perde a alegria e acabamos nessa resignação: não, não se pode acabar assim, a esperança de Jesus Cristo é alegria”.

Segundo o Papa, além disso, os religiosos devem ser “profetas da esperança”: “Com esta confiança e esta fortaleza, repito-lhes: não se unam aos profetas da desgraça, por favor, que tanto mal fazem à Igreja e à vida consagrada; não cedam à tentação da sonolência (como os apóstolos no Getsêmani) nem do desespero. Reforcem sua vocação de ‘sentinelas da manhã’ para poder anunciar aos outros a chegada da aurora. Despertem o mundo, iluminem o futuro, sempre com o sorriso, com a alegria, com a esperança”.

O Papa, que pela manhã recebeu o decano do Colégio Cardinalício, Angelo Sodano, e os bispos da Guatemala, começou seu discurso pedindo perdão por seu atraso: “A que horas chegaram? Eu tinha um encontro com os bispos da Guatemala. Estes encontros se alongam, se alongam... e depois – acrescentou entre risos às religiosas – são as irmãs que pagam a fatura”. A superiora da congregação recordou a origem que une as Pias Discípulas do Divino Mestre e o Papa Bergoglio, fazendo uma brincadeira com a metáfora evangélica do vinho novo em odres velhos: “De origem piemontesa não podia vir senão vinho novo”.

À Congregação fundada pelo Padre Tiago Alberione, que fundou também os irmãos e irmãs da família Paulina, o Papa recomendou “ouvir”, porque “um dos apostolados importantes de hoje é o apostolado do ouvido”. “É necessário – acrescentou – manter um clima de discernimento para reconhecer o que pertence ao Espírito e o que é contrário a Ele”, evitando ser vítimas “da cultura do zapping e, às vezes, de uma cultura de morte”, que na sociedade atual apresenta todas as propostas como “válidas e boas”.