20 Junho 2024
A presença de mulheres entre os teólogos hispanos nos Estados Unidos aumentou exponencialmente nos últimos anos, como evidenciado por sua presença e pelas contribuições no Colóquio da Academia de Teólogos Católicos Hispanos dos Estados Unidos (ACHTUS), realizado recentemente no Centro Connors, em Massachusetts, com o tema "Sinodalidade em Conjunto: o povo de Deus e a Teologia".
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Nessa perspectiva, "o espírito da sinodalidade, caminhar juntos, é um chamado para ter a coragem de incluir a todos, dar voz àqueles que não são vistos ou ouvidos, o que implica abordar questões, tomar consciência das realidades, prestar atenção, promover o diálogo, derrubar muros e construir pontes, reimaginar e ressignificar uma igreja além das fronteiras, indo do centro para as periferias", diz Luz Elena Arozqueta Villeda, doutoranda em Teologia na Universidade Iberoamericana, no México.
"A sinodalidade nos convida a atender às particularidades dos contextos sociais e das experiências vividas em nossas comunidades", afirma Claudia Herrera-Montero, professora assistente de teologia na Rosary College of Arts and Sciences da Universidade Dominicana de River Forest, de Illinois. "Como teóloga prática e professora, que dialoga com as ciências sociais, a participação-ação é uma grande oportunidade de não apenas ouvir a vida cotidiana dos meus jovens estudantes latinos nos Estados Unidos. É importante envolvê-los como sujeitos ativos de transformação e mudança em nossa igreja, sociedade e ambiente universitário. Nesse processo, o Espírito Santo nos guia e nos leva à ação de uma forma criativa e mais humana", enfatizou.
Cecilia González-Andrieu, professora de teologia da Loyola Marymount University, na Califórnia, gosta de "imaginar a imensidão do cosmo e o Deus que o sustenta. Diante disso, acho que estamos em um momento de expansão ou destruição. Ou nos damos conta de que nossas categorias humanas são pequenas e provisórias, e que o Espírito nos chama a crescer, ou tragicamente nossa juventude nos abandonará porque não conseguimos nos abrir para o amor radical".
Missão CEEEPETH | Foto: Luis Miguel Modino
Na mesma universidade, Mayra G Torres está estudando teologia e ressalta que "a sinodalidade como um todo é uma teologia feita por diferentes teólogos da América Latina nos Estados Unidos". Para a estudante, "essa sinodalidade é uma grande oportunidade de colaborar juntos e dialogar sobre as realidades, esperanças e desafios para a comunidade do povo de Deus latino-americano nos Estados Unidos".
Para Jutta Battenberg, da Universidade Ibero-Americana, do México, "seguir o caminho da sinodalidade significa fazer das diferenças uma ponte, das fraquezas um desafio e das forças uma oportunidade de se comprometer com a vida e a plenitude de tudo o que existe".
"Nos EUA, o Sínodo sobre Sinodalidade sofre o impacto do clericalismo e de uma membresia domesticada por décadas de silêncio", diz Maria Teresa Dávila, professora do departamento de Estudos Religiosos e Teológicos do Merrimack College, em Massachusetts. De acordo com a teóloga, "é muito difícil tanto para os padres quanto para os bispos considerar a tarefa de ser uma igreja sinodal que escuta e está aberta ao movimento do Espírito. Isso é ainda mais difícil quando você considera os lugares onde a igreja já existe, mas que não estão dentro dos limites desse poder eclesial: os grupos de aliança das mulheres, as famílias e as organizações de apoio mútuo, os grupos de apoio a viciados, a saúde mental ou quaisquer outros desafios que enfrentamos". Nessa perspectiva, como mulher, ela se pergunta: "Eu poderia fazer e ser sinodalidade fora dos limites da igreja e do clero? O que aconteceria se eu, como leiga, continuasse a organizar projetos e momentos sinodais, apesar dos esforços dos bispos e dos grupos reacionários nos EUA para cancelar o sínodo?"
A secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Emilce Cuda, participou desse colóquio do ACTHUS e não hesitou em afirmar que era uma honra para ela, uma teóloga sul-americana, ser convidada para encontros teológicos por teólogos dos Estados Unidos, incluindo o ACTHUS, que são os teólogos hispânicos nos Estados Unidos. "Sempre me surpreendeu o respeito com que seus colegas tratam as mulheres teólogas, e são muitas, o número é muito grande e elas têm uma grande variedade de especializações, não só no campo social, mas também no campo da Bíblia e em todos os campos pastorais", enfatiza Cuda.
Mulheres no Colóquio ACTHUS | Foto: Luis Miguel Modino
Para a teóloga argentina, "elas são muitas, são corajosas, são consideradas mulheres teólogas profissionais, têm espaços nas universidades". A estudiosa insiste em sua gratidão pelo fato de que "muitas delas são minhas amigas, minhas companheiras, nesse caminho que atravessa a teologia de Norte a Sul". Uma grande ajuda para continuar construindo pontes entre o Norte e o Sul, um desafio no qual as mulheres, grandes construtoras, desempenham um papel importante.
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Teólogas no Colóquio de ACTHUS: derrubando muros e construindo pontes em uma Igreja que vai do centro às periferias - Instituto Humanitas Unisinos - IHU