13 Junho 2024
Um relatório da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA sobre as discussões diocesanas a respeito do Sínodo sobre a Sinodalidade, divulgado em 28 de maio, deixou claro quantas questões estão causando tensões na Igreja Católica Americana.
A reportagem é de Thomas Reese, publicada por National Catholic Reporter, 10-06-2024.
Existem desacordos sobre a liturgia, o papel das mulheres, o clericalismo, os casos de abuso sexual, os ensinamentos eclesiásticos e sobre as diferenças culturais e raciais. Mas, apesar dessas tensões, o relatório vê razões para termos esperança.
O relatório — oficialmente a "Síntese Nacional do Povo de Deus nos Estados Unidos da América para a Fase Intermediária do Sínodo 2021-2024" — resume as discussões havidas durante a Quaresma nas dioceses em resposta à sessão do sínodo de outubro de 2023. Essa sessão foi precedida por um processo consultivo mundial, e o relatório visa ajudar os católicos a refletirem sobre os resultados da primeira sessão e fornecer novos aportes para a próxima sessão, em outubro de 2024.
Para esta última rodada, mais de 75% das dioceses dos EUA enviaram relatórios sobre mais de 1.000 sessões de escuta envolvendo mais de 35.000 participantes. Esses relatórios diocesanos foram resumidos por regiões do país como input para a síntese nacional.
Além disso, mais de 15 sessões de escuta foram organizadas através de grupos de trabalho com base em três áreas prioritárias: participação na vida da Igreja, justiça social e vocações. Mais de 350 pessoas participaram dessas sessões dedicadas à educação católica, mulheres, movimentos leigos, clero, vida consagrada, teólogos, saúde, migração e pobreza.
O relatório reconhece que o processo sinodal "expôs tensões dentro de nossa comunhão", embora ninguém deva se surpreender com essas tensões.
Algumas refletiram as divisões políticas e culturais na sociedade americana. Outras tensões foram sobre "adaptabilidade e inovação na forma como a Igreja evangeliza, acolhe e se aproxima das pessoas", diz a síntese. Essas tensões aparecem tanto entre os leigos quanto entre o clero por causa de diferentes teologias e preferências políticas.
Citando trechos de relatórios regionais, a síntese afirma que algumas pessoas "foram desafiadas pela 'indecisão' da Igreja, pela 'falta de reverência' e pela percepção de que a Igreja está 'mudando os métodos tradicionais' e aceitando 'coisas contrárias às nossas regras da Igreja'". Mas outros reclamaram que "alguns têm medo de mudanças e estão cansados de fazer coisas novas, estão satisfeitos em fazer as coisas como sempre foram feitas antes". Em sua visão, a Igreja "se tornou complacente, até mesmo ossificada".
Argumentos sobre preferências litúrgicas e a Missa em latim, por exemplo, apontam para "debates mais amplos sobre tradição, modernidade e as melhores maneiras de nutrir a fé em todo o espectro diversificado de crença e prática católicas".
Houve tensão entre um espírito acolhedor e a necessidade de articular o ensino católico.
"Alguns estão muito preocupados com a forma como a Igreja responde às pessoas LGBTQ e outras marginalizadas... outros querem permanecer firmes no ensino da Igreja e não se afastar da verdade". Muitos participantes expressaram que "a liderança na Igreja precisa ser clara sobre nossa verdade; a confusão está levando à frustração e divisão entre os fiéis".
"Inúmeros relatórios das sessões de escuta", de acordo com a síntese, "citaram casos de comunicação, tanto da hierarquia quanto da mídia secular e católica, que refletem e perpetuam a divisão dentro da Igreja universal e enviam mensagens conflitantes sobre o que significa ser católico".
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Relatório dos bispos americanos sobre o 'Sínodo sobre a Sinodalidade' enumera tensões, mas encontra esperança - Instituto Humanitas Unisinos - IHU