Na Igreja muitas vezes "se deseja o trabalho das mulheres, mas não a sua voz"

Foto: pixibay

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

30 Setembro 2022

 

Algumas das mulheres que preparam o documento para a segunda etapa do Sínodo analisam as preocupações que vêm de todo o mundo sobre seu papel na Igreja.

 

A reportagem é de Maria Martinez Lopes, publicada por Alfa y Omega, 28-09-2022.

 

"A questão do papel das mulheres e sua exclusão das decisões-chave tem sido frequente em quase todos os relatórios" que as conferências episcopais de todos os países enviaram a Roma no âmbito do processo sinodal. Susan Pascoe, uma das 14 mulheres que integram o grupo de especialistas que se reúnem em Frascati, perto de Roma, para redigir o documento da segunda fase, sublinha ao Vatican News.

 

Apesar da frequência com que essa questão surge, ela não o faz com as mesmas nuances em todas as áreas. "Em alguns continentes as mulheres já têm certos papéis de liderança, algumas são chanceleres de dioceses, etc.", explica Gill Goulding, outro membro da equipe. Mas em outros lugares "há realmente muito poucas oportunidades para elas, mesmo em nível local". Não trabalhar na Igreja, o que elas fazem e desempenham um papel "vital"; mas na tomada de decisão.

 

Da América Latina, por exemplo, muitas vozes vieram "também dos homens", pedindo que sejam muito mais homenageadas porque "tecnicamente são elas que estão realizando a maior parte da missão", enfatiza Brigit Weiler. Essas mulheres "sentem que seu trabalho é amado", mas não "sua própria voz, seu modo de pensar, o que podem contribuir para os processos de discernimento".

 

 

Luta de identidade

 

Também acontece com os religiosos, diz Philomena Njeri Mwaura. “Elas também gostariam de participar. Em geral, as mulheres são os pilares da Igreja. Sem mulheres não há Igreja". Esta situação, acrescenta Maike Sieben, gera em muitos uma "profunda luta de identidade", pois dizem não saber "conciliar sua identidade católica e seu amor pela Igreja com sua identidade de mulher", sendo "fiéis a ambos".

 

Os participantes deste grupo de trabalho estão cientes de que em alguns ambientes há "um certo medo de que haja lavagem de dinheiro" ou que os problemas que surgiram localmente sejam diluídos nos documentos intermediários e finais. “Quero assegurar-lhe que este é um processo autêntico. Estamos analisando minuciosamente todos os envios de todo o mundo."

 

Leia mais