#mais forte. Artigo de Gianfranco Ravasi

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09 Janeiro 2024

"Ser brandos como uma carícia, tranquilos como a água de um riacho, estar prontos ao amor e ao perdão pode parecer uma atitude fraca e um sinal de impotência. Na realidade, a destruição nasce justamente do contrário: a agressividade, a violência, o ódio", escreve o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, em artigo publicado em Il Sole 24 Ore, 07-01-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O brando é mais forte que o duro; a água, mais forte que a rocha; o amor, mais forte que a violência.

Os ditados proverbiais têm sempre dois riscos à espreita: ou afirmar o óbvio, embelezando-o para torná-lo atraente, ou propor uma meia-verdade pela qual até o contrário pode ter uma sua validade. É uma espécie de aposta que também fazemos ao citar todos os domingos uma frase essencial, como a que propusemos acima, mas que revela um lado positivo e sempre necessário, mesmo que óbvio. A frase reflete o estilo de um escritor do passado que, no entanto, desfruta de uma popularidade constante. Trata-se do autor alemão do romance Sidarta, Hermann Hesse (1877-1962), fruto de sua viagem-peregrinação à Índia em busca da figura de Buda e de sua mensagem. Através de uma trilogia de símbolos ele exalta a autêntica fortaleza que não se identifica com a força bruta.

Precisamente por isso, juntamente com a prudência, a justiça e a temperança, é uma das chamadas “virtudes cardeais” que são os pilares da moral. Infelizmente, na nossa língua, a fortaleza é também o termo que indica um forte militar ou uma cidadela fortificada, com uma referência espontânea ao mundo marcial e bélico.

Ser brandos como uma carícia, tranquilos como a água de um riacho, estar prontos ao amor e ao perdão pode parecer uma atitude fraca e um sinal de impotência. Na realidade, a destruição nasce justamente do contrário: a agressividade, a violência, o ódio.

A bondade, ao contrário, é o princípio da paz; o bem consegue perfurar, ainda que lentamente e com dificuldade, a couraça do mal, como a gota que fura a pedra; a mansidão, virtude “impolítica”, como escrevia Norberto Bobbio, é, no entanto, capaz de derreter o gelo da vingança.

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