#felizes. Artigo de Gianfranco Ravasi

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24 Outubro 2023

"A 'verdadeira' felicidade é, ao contrário, como escreve Isabel, 'silenciosa, suave, tranquila'. É estar em paz consigo mesmo, é um 'estado íntimo'. Como afirmava o filósofo Theodor Adorno, 'com a felicidade acontece o mesmo que com a verdade: não se possui, mas está-se nela'", escreve o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 22-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

"Todos nascemos felizes. Ao longo do caminho a vida vai-se sujando, mas podemos limpá-la. A felicidade não é exuberante nem buliçosa, como o prazer e a alegria. É silenciosa, tranquila, suave, um estado interior de satisfação que começa por nos amarmos a nós próprios."

Isabel Allende, neta do conhecido presidente do Chile, foi forçada pela sombria ditadura de Pinochet a viver longe de sua terra natal, primeiro na Venezuela e depois nos Estados Unidos, alcançando a fama com a saga familiar A Casa dos Espíritos (1982). Recorremos, porém, a uma de suas obras mais recentes, O amante japonês (2015), para propor uma reflexão sobre um tema mil vezes tratado na literatura de todas as épocas e de todos os países, a felicidade. Sugestiva é a imagem da verdadeira alegria que – como a vida – pode sujar-se, mas que pode ser purificada e, assim, voltar a brilhar. Contudo, é preciso realmente ressaltar o adjetivo “verdadeira”.

A "verdadeira" felicidade, de fato, não se confunde com outros substitutos dos quais a humanidade com ciúme toma posse e que se chamam prazer, alegria, satisfação, sorte. Vistas de fora essas experiências parecem muito mais coloridas, vibrantes, excitantes, também pela sua exuberância barulhenta. Infelizmente, é um equívoco que se consome na mente de muitos jovens (mas não só) que no excesso frenético procuram uma realização que, no entanto, é fictícia e por vezes tem resultados dramáticos. A “verdadeira” felicidade é, ao contrário, como escreve Isabel, “silenciosa, suave, tranquila”. É estar em paz consigo mesmo, é um “estado íntimo”. Como afirmava o filósofo Theodor Adorno, “com a felicidade acontece o mesmo que com a verdade: não se possui, mas está-se nela”.

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