#crianças. Artigo de Gianfranco Ravasi

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10 Outubro 2023

"Que Einstein fosse um gênio também aparece nesse âmbito. O cientista havia sido convidado por um colega, o famoso matemático Federico Enriquez para realizar uma série de palestras na Universidade de Bolonha em 1921, convite que aceitou com o desejo de proferi-las em italiano. Adriana, a filha de Enriquez, o recebeu na estação ferroviária, e obviamente ficou tentada a pedir ao famoso convidado uma dedicatória em um de seus cadernos. Einstein escreveu sem hesitação as linhas que citamos", escreve o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 08-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O estudo e, em geral, a busca da verdade e da beleza
são um âmbito em que nos é permitido permanecer crianças por toda a vida.

Pessoalmente, considero as dedicatórias um dos gêneros literários mais laboriosos, porque muitas vezes eles têm à espreita a retórica, acentuada pela necessária brevidade. Que Einstein fosse um gênio também aparece nesse âmbito. O cientista havia sido convidado por um colega, o famoso matemático Federico Enriquez para realizar uma série de conferências na Universidade de Bolonha em 1921, convite que aceitou com o desejo de proferi-las em italiano. Adriana, a filha de Enriquez, o recebeu na estação ferroviária, e obviamente ficou tentada a pedir ao famoso convidado uma dedicatória em um de seus cadernos. Einstein escreveu sem hesitação as linhas que citamos acima.

O esplêndido testemunho da autêntica grandeza de uma pessoa é saber conservar a alma de uma criança, sempre capaz de procurar e de se surpreender. A descoberta da verdade e da beleza exigem um longo e constante aprendizado de estudo, mas ele permanece infrutífero se não existir o anseio de questionar típico da criança.

Já em 1831, Balzac escrevia: “A chave para todas as ciências é inquestionavelmente o ponto de interrogação. Devemos a maioria das descobertas ao ‘como’? E a sabedoria da vida consiste em perguntar-se, em qualquer aspecto: Por quê?”

Essa é a arte espontânea dos pequenos, às vezes dificultada por respostas irritadiças ou banais dos adultos. Mais à arrogância vertical da exclamação, ou seja, das certezas banais e superficiais, dever-se-ia mais frequentemente opor a curva enrolada do ponto de interrogação, um convite à pesquisa e ao aprofundamento.

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