Francisco, em Berlim: “Não tenhamos medo de nos tornar mendigos da paz”

Mais Lidos

  • O Papa Francisco desafiou os teólogos. Mas somos ousados o suficiente para responder? Artigo de Agbonkhianmeghe Emmanuel Orobator

    LER MAIS
  • Por um novo humanismo planetário. Artigo de Edgar Morin

    LER MAIS
  • A denúncia da ONU: “Os palestinos em Gaza vivem em total horror”

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

13 Setembro 2023

  • "O que é preciso é a audácia da paz: agora, porque demasiados conflitos duraram demasiado tempo, tanto tempo que alguns parecem nunca ter fim, para que num mundo em que tudo se move rapidamente, apenas o fim das guerras pareça lento."

  • "É preciso ter a coragem de saber girar, apesar dos obstáculos e das dificuldades objetivas. A audácia da paz é a profecia que se exige daqueles que têm nas mãos o destino dos países em guerra, da comunidade internacional, de todos de nós, especialmente homens e mulheres crentes, para dar voz aos gritos das mães e dos pais, ao sofrimento dos caídos, à futilidade da destruição, denunciando a loucura da guerra."

  • "Continuemos a rezar pela paz sem nos cansarmos, batendo com espírito humilde e insistente na porta sempre aberta do coração de Deus e nas portas da humanidade. Pedimos que se abram caminhos de paz, especialmente para a amada e atormentada Ucrânia."

  • A luta pela paz "não é impossível para os crentes, que vivem a audácia da oração esperançosa. Mas não deveria ser impossível para os políticos, para os líderes, para os diplomatas".

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 12-09-2023.

A “audácia da pazversus a “loucura da guerra”. O Papa Francisco apelou aos crentes e aos não crentes para que “se tornem mendigos da paz” no discurso enviado aos participantes do Encontro Internacional de Oração pela Paz que a Comunidade de Sant'Egidio conclui hoje em Berlim, e que reúne religiosos, líderes políticos, culturais e sociais de todo o mundo.

Com os olhos postos na guerra na Ucrânia (ao mesmo tempo que um destacado membro da comunidade fundada por Andrea Riccardi, Matteo Zuppi, se desloca a Pequim), o Papa quis ligar as guerras atuais ao acontecimento histórico da queda do muro que separava as duas Alemanhas.

"Esse muro também dividiu dois mundos, o Ocidente e o Leste da Europa. A sua queda, que ocorreu com a ajuda de vários factores, a coragem de muitos e as orações de muitos, abriu novas perspectivas: a liberdade dos povos, a reunificação das famílias, mas também a esperança de uma nova paz mundial, depois da Guerra Fria", recordou Francisco, que lamentou como "infelizmente, ao longo dos anos, não se construiu esta esperança comum, mas sim interesses particulares e a desconfiança dos outros.

“Assim, em vez de derrubar muros, construíram-se mais muros. E do muro à trincheira o passo, infelizmente, costuma ser curto”, advertiu o Pontífice, que sublinhou como, “hoje, a guerra continua a devastar demasiadas partes do país”. Penso em muitas zonas de África e do Médio Oriente, mas também em muitas outras regiões do planeta; e na Europa, que conhece a guerra na Ucrânia, um conflito terrível que não tem fim e que causou mortes, feridos, dor, êxodo, destruição."

Não nos resignemos

“Diante deste panorama não se pode renunciar. É preciso algo mais”, exclamou o Papa. “Precisamos 'da audácia da paz'”, porque “não basta o realismo, não bastam as considerações políticas, não bastam os aspectos estratégicos aplicados até agora; é preciso algo mais, porque a guerra continua”.

“O que é necessário é a audácia da paz: agora, porque demasiados conflitos duraram demasiado tempo, tanto tempo que alguns parecem nunca ter fim, de modo que num mundo em que tudo se move rapidamente, apenas o fim das guerras parece lento”. Afirmou Bergoglio, que convidou “a ter a coragem de saber girar, apesar dos obstáculos e das dificuldades objetivas”.

E, acrescentou Francisco, "a audácia da paz é a profecia que se exige daqueles que têm nas mãos o destino dos países em guerra, da comunidade internacional, de todos nós, especialmente dos homens e mulheres crentes, para que dêem voz aos gritos das mães e dos pais, ao sofrimento dos caídos, à inutilidade da destruição, denunciando a loucura da guerra."

“Não tenhamos medo de nos tornar mendigos da paz, unindo-nos aos nossos irmãos e irmãs de outras religiões, e a todos aqueles que não se resignam à inevitabilidade do conflito”, afirmou Bergoglio, que quis unir-se à sua oração por o fim das guerras, agradecendo do fundo do coração por tudo que você faz.

“ É necessário avançar para atravessar o muro do impossível, erguido sobre argumentos que parecem irrefutáveis, sobre a memória de tantas dores passadas e de grandes feridas sofridas. É difícil, mas não é impossível”, concluiu o Papa. Lembrando que a tarefa “não é impossível para os crentes, que vivem a audácia da oração esperançosa. Mas também não deveria ser impossível para os políticos, para os líderes, para os diplomatas”.

"Continuemos a rezar pela paz sem nos cansarmos, batendo com espírito humilde e insistente à porta sempre aberta do coração de Deus e às portas da humanidade. Pedimos que se abram caminhos de paz, especialmente para a amada e atormentada Ucrânia", concluiu.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Francisco, em Berlim: “Não tenhamos medo de nos tornar mendigos da paz” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU