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A voz do povo: oitavo sacramento

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30 Junho 2021

 

"O povo pobre e o silêncio só poderão ser o oitavo sacramento se forem expressão do Espírito de Jesus que nos convoca ao Reino, nos abre ao mistério silencioso do Pai e nos chama a dar a vida pelos outros, como fez com Jesus de Nazaré", escreve Victor Codina, jesuíta boliviano, em artigo publicado por Settimana News, 29-06-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo.

 

Em 1984, o bispo místico, profeta e poeta Pedro Casaldáliga, no contexto de sua conturbada diocese amazônica de São Félix de Araguaia, escreveu: "O Espírito / decidiu / administrar / o oitavo sacramento: / a voz do Povo"[1].

Essa afirmação, que poderia escandalizar os cristãos que entendiam de modo puramente aritmético a definição de Trento do número setenário dos sacramentos, é plenamente ortodoxa e evangélica.

Nos sacramentos acontece um encontro de fé com o Senhor e segundo a parábola do juízo final do Evangelho de Mateus 25,31-46, o Senhor está presente nos pobres que têm fome e sede, nos forasteiros e nos nus, nos enfermos e nos prisioneiros, que constituem o coração do Povo, o Oito bíblico. No final da vida seremos julgados pelo amor, a opção pelos pobres está implícita em nossa fé cristológica, pois foi o que Jesus fez ao longo de toda a sua vida.

Em 2016, o teólogo cristão estadunidense Paul Knitter, no contexto do diálogo inter-religioso, confessava que o budismo o havia ajudado a continuar a ser cristão e está grato por ter descoberto no budismo um oitavo sacramento: o sacramento do silêncio[2].

Num mundo repleto de ruídos, vozes, palavras e propaganda mediática que nos ensurdece e deforma, precisamos estar em silêncio para ouvir a voz interior e abrir-nos ao Mistério. Este silêncio faz parte da tradição apofática, monástica e mística da Igreja Cristã.

Estamos diante de duas posições contraditórias? Foi superada a afirmação de Casaldáliga, devedora de um contexto de luta contra as ditaduras latino-americanas e de diálogo com o marxismo, em plena euforia da teologia da libertação, quando já havia caído o muro de Berlim e tanto a esquerda política como o chamado socialismo do século XXI estão em crise? Devemos passar de Marx para Buda? Devemos abandonar os evangelhos sinópticos narrativos pelo evangelho mais místico de João? Devemos substituir Casaldáliga por Knitter?

As duas afirmações do oitavo sacramento, longe de serem contraditórias ou disjuntivas, complementam-se e complementam-se.

Sem um clima de silêncio profundo e abertura à transcendência do Mistério, o pobre e a práxis da justiça podem tornar-se um engano, uma ideologização do povo, um risco de uma análise fechada da realidade, uma afirmação sutil do eu, uma falsa utopia revolucionária de uma mudança de estruturas sem conversão pessoal que, porém, pode queimar em vão generosas ilusões juvenis.

Mas também podemos pensar que um silêncio oceânico e cósmico, aberto ao Todo, se não leva a uma abertura aos fracos, se não escuta a voz dos pobres, se se fecha à história, à justiça e a solidariedade, pode ser ambíguo, egoísta, narcisista e umbilical, e tornar-se uma nebulosa esotérica e líquida, deixa de ser sacramento.

O silêncio autêntico deve se abrir hoje às vítimas de um sistema econômico homicida e destrutivo da casa comum, às vítimas da pandemia, às vítimas da violência, aos refugiados que morrem no cemitério do Mediterrâneo, às vítimas do machismo e dos abusos sexuais...

O silêncio orante de Moisés diante da sarça ardente, culminou na libertação de seu povo escravizado pelo faraó egípcio.

A contemplação de Thomas Merton no mosteiro Trapista de Kentucy fez dele um pacifista convicto contra a Guerra do Vietnã e um defensor do diálogo inter-religioso[3].

Jesus de Nazaré, que passava muito tempo no silêncio da oração diante do mistério do Pai, é o mesmo que prega o Reino, cura os enfermos, perdoa os pecados, alimenta as pessoas, chama os discípulos, dá a vida até a morte pelo povo e derrama o seu Espírito.

A melhor tradição humana e espiritual da humanidade integrou essas duas dimensões irrenunciáveis: Gandhi, Tagore, Mandela, Luther King, Romero, Roncalli, Hildegarda, Eckhart, Madeleine Delbrêl, Dag Hammarskjöld, Madre Teresa, Foucauld, Elie Wiesel, Ahmad Al-Tayyeb, Dorothy Stang ...

O povo pobre e o silêncio só poderão ser o oitavo sacramento se forem expressão do Espírito de Jesus que nos convoca ao Reino, nos abre ao mistério silencioso do Pai e nos chama a dar a vida pelos outros, como fez com Jesus de Nazaré.

Somos todos irmãos no silêncio orante e no nosso empenho cotidiano pela justiça e pela casa comum.

Não existem "dois oitavos sacramentos", mas apenas um: ouvir em silêncio a voz do Espírito, sobretudo através do grito do povo.

 

Notas:

[1] P. Casaldáliga, Fuoco e cenere al vento, Santander 1984.

[2] P. Knitter, Senza Budda non potrei essere cristiano, Barcelona 2016, citado em J. Melloni, De aquí a Aquí , iBarcelona 2021, p. 45.

[3] Cf. J. Melloni, o.c. 48-53.

 

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