Carta secreta ao Hamas: os EUA buscam uma trégua: "Aqui estão nossas garantias"

Foto: Ashraf Amra | Apaimages

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10 Julho 2025

A Casa Branca transmite a mensagem por meio do mediador Bahbah, mas ainda falta um acordo. Netanyahu: "Não faremos isso a qualquer custo."

A informação é de Fabio Tonacci, publicada por La Repubblica, 10-07-2025.

O progresso é lento em Doha. Trump está tomando uma iniciativa pessoal e transmitindo uma mensagem direta ao Hamas, que, como veremos, contém apenas uma garantia parcial. Mas para chegar à fase final das negociações, que devem resultar em uma trégua de dois meses na Faixa de Gaza e dez reféns vivos de volta, algo mais é necessário. Nas palavras de uma fonte diretamente envolvida: "O acordo será fechado em poucos dias, mas Trump precisa pressionar Netanyahu."

Enquanto a visita do primeiro-ministro israelense a Washington ainda estava em andamento, o magnata entregou uma mensagem secreta ao Hamas por meio de Bishara Bahbah, o acadêmico palestino com cidadania americana que se tornou, quase por acidente, o canal pelo qual os islâmicos palestinos se comunicam com a Casa Branca. O Repubblica pôde revelar seu conteúdo completo. "O presidente Trump garante que, além da trégua de 60 dias, não haverá bombardeios enquanto as partes continuarem a negociar um cessar-fogo permanente." A questão toda reside nesse "enquanto": o presidente americano não diz que aceitar o projeto de trégua certamente levará ao fim da guerra, mas garante que, se ninguém sair da mesa, as discussões poderão durar além dos sessenta dias com o silêncio das armas. No entanto, se uma das duas partes interromper as negociações, a garantia caduca.

É por isso que um alto funcionário do Hamas, falando à Reuters esta noite, especificou que três questões ainda precisam ser resolvidas: a gestão da ajuda humanitária, o cronograma para a retirada das tropas israelenses de suas posições atuais na Faixa de Gaza e "garantias genuínas de um cessar-fogo permanente". Isso ressalta, portanto, que a proposta de Trump é insuficiente. "As negociações de Doha são complicadas pela intransigência de Israel", afirma o Hamas, acusando a delegação opositora de lentidão.

Netanyahu afirma concordar com Trump, que espera ver o acordo de trégua assinado "nesta semana ou na próxima". O primeiro-ministro israelense, no entanto, esclarece que não o aceitará "a qualquer preço". Em declarações a repórteres no Congresso antes de se reunir com o líder da maioria no Senado, ele declara: "O presidente Trump e eu temos um objetivo comum. Queremos garantir a libertação dos nossos reféns, pôr fim ao domínio do Hamas em Gaza e garantir que este não represente mais uma ameaça a Israel". Ele afirma que não há "nenhuma pressão" dos Estados Unidos.

Uma lacuna que precisa ser preenchida, além das garantias dos EUA e do destino da Fundação Humanitária de Gaza, é o reposicionamento das Forças de Defesa de Israel (FDI) durante a trégua: o Hamas quer que elas deixem o Corredor Morag, estratégico para o exército e para os planos de Netanyahu. Segundo algumas fontes, a nova proposta de mapa de retirada israelense, redesenhada a pedido do enviado de Trump, Steve Witkoff, e dos catarianos, prevê uma retirada maior das FDI e já levou a algum progresso. Mas a questão Morag permanece.

Em terra, os militares cercaram Beit Hanun, no norte de Gaza. "A unidade de combate da Brigada Givati ​​se juntou à 99ª Divisão e iniciou suas operações." Autoridades locais controladas pelo Hamas contabilizaram 105 mortes nos ataques de ontem.

Por fim, a Embaixada dos EUA no Iêmen confirma que os houthis sequestraram muitos dos tripulantes do navio Eternity C que sobreviveram ao ataque com mísseis. "Exigimos sua libertação imediata e incondicional." Na terça-feira, a milícia atacou o navio no Mar Vermelho. "Quatro pessoas morreram no ataque, seis foram resgatadas e outras 15 estão desaparecidas", informou a empresa de segurança envolvida nas operações de resgate.

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