Os cardeais já esboçam um perfil para o próximo Papa: “Que seja profético, símbolo de esperança”

Foto: Mazur/cbcew.org.uk/Catholic Church | FotosPúblicas

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05 Mai 2025

  • Destacou o perfil de um Papa profético e comprometido com o mundo, “que seja símbolo de esperança” para uma Igreja que “não se fecha em si mesma, mas sai e leva luz a um mundo que precisa desesperadamente de esperança”, explicou Matteo Bruni.

  • Quanto à hospedagem, as obras continuam em Santa Marta. Os cardeais eleitores chegarão à residência a partir da tarde de terça-feira até antes da missa Pro Eligendo Pontifice. Bruni não soube o que dizer, além de um sorriso, diante da palhaçada de Donald Trump, que publicou em sua rede social uma foto vestido como Papa.

  • “Não somos clones, não somos fotocópias, somos livres. As divergências serão resolvidas com maturidade porque o Papa é o Papa de todos os católicos”, apontou Bustillo.

A informação é de Jesús Bastante, publicado por Religión Digital, 03-05-2025.

“Que o próximo Papa seja profético, que a Igreja não permaneça no Cenáculo”. Os cardeais reunidos na 9ª congregação (177, dos quais 126 são eleitores) lançaram, pela primeira vez, um perfil de quem deverá suceder Francisco. Um Papa inspirado pela profecia, por uma Igreja em saída, que aposte na paz e no diálogo inter-religioso.

Durante três horas e meia, houve um intenso intercâmbio de intervenções, até 26 no total, nas quais foram abordados “a comunhão da Igreja e a fraternidade no mundo”, e vários cardeais recordaram “com gratidão o Papa”, citando a Evangelii Gaudium.

Falou-se de colaboração e solidariedade entre as Igrejas, da relação entre a Cúria e o Papa, do serviço da Igreja e do pontífice “em favor da paz”. Também se abordou a educação, mas sobretudo destacou-se o perfil de um Papa profético e comprometido com o mundo, “que seja símbolo de esperança” para uma Igreja que “não se fecha em si mesma, mas sai e leva luz a um mundo que precisa desesperadamente de esperança”, explicou Matteo Bruni.

Foram retomados alguns dos temas dos dias anteriores, como a sinodalidade e a colegialidade, o olhar para o mundo e a sede e o interesse com que o mundo observa a Igreja. “Uma Igreja que vive no mundo, mas não no mundo mesmo, sob o risco de se tornar insignificante”, lembrou o porta-voz da Santa Sé, que insistiu na necessidade do diálogo ecumênico.

Na prática, foram sorteados os cardeais que acompanharão Marx em seus trabalhos no conclave, e que serão Prevost e Semeraro. Neste domingo não haverá congregação, mas na segunda-feira serão realizadas duas sessões: uma às 9h e outra às 17h. Neste sábado, após a missa presidida por Artime, alguns purpurados participarão do Terço que será rezado esta noite. No domingo, os cardeais presidirão a missa em suas paróquias. Quanto à hospedagem, as obras continuam em Santa Marta. Os cardeais eleitores chegarão à residência a partir da tarde de terça-feira até antes da missa Pro Eligendo Pontifice. Bruni não soube o que dizer, além de um sorriso, diante da palhaçada de Donald Trump, que publicou em sua rede social uma foto vestido como Papa.

Diferenças, divergências, mas não divisão

Entre os poucos que continuam respondendo à imprensa (o rigoroso controle da Polícia se tornou, com o passar dos dias, quase um bloqueio para alguns, digamos, insistentes cronistas), está o pamplonês Bustillo, cardeal de Ajaccio, que admitiu que entre os cardeais "há diferenças e divergências, mas isso não significa que haja divisão dentro do colégio cardinalício".

“Não somos clones, não somos fotocópias, somos livres. As divergências serão resolvidas com maturidade porque o Papa é o Papa de todos os católicos”, sublinhou o corso. Pizzaballa ou Gugerotti saíram em meio a aplausos, enquanto os chilenos ou os argentinos o fizeram com mais tranquilidade. Pelo centro da praça, Schönborn e Rosa Chávez, que se parou para conversar com as pessoas enquanto aguardava duas religiosas com as quais ia almoçar.

Um dos ‘candidatos inesperados’, o cardeal de Cingapura, Goh, mostrou-se hesitante quanto à duração do conclave: “Não sabemos, esperamos que o Senhor nos indique o caminho”. Embora tenha reconhecido “o que fez” Francisco, o asiático quis marcar distância: “Nenhum Papa é perfeito, ninguém pode fazer tudo”. “Encontraremos a pessoa certa para suceder São Pedro”, concluiu Goh.

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