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Bolhas. Artigo de Alfredo J. Gonçalves

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13 Abril 2024

"O tempo passa, mas as bolhas permanecem, separam, isolam, se hostilizam reciprocamente. Como romper com essas fronteiras imateriais, é certo, mas nem por isso menos irreconciliáveis? Aí está um gigantesco desafio para a política, as religiões, os movimentos e as organizações em geral. Quebrar o isolamento, os muros que dividem, para construir pontes, novas relações pessoais e comunitárias e sociopolíticas", escreve Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS, Assessor do Serviço Pastoral dos Migrantes — SPM/São Paulo.

Eis o artigo.

Eram tempos difíceis e escorregadios. Pessoas e grupos andavam divididos e desconfiados. Por toda parte, multiplicavam-se discórdias e desavenças. Sopravam ventos de ódio e ameaça, mentira e violência, densos de nuvens sombrias. Outros ventos furiosos varriam os laços de amizade, parentesco e compadrio. Os fatos reais, de tanto combatidos, viravam boatos. E os boatos, de tanto divulgados, viravam fatos. Cunhou-se a expressão “fake news” para tantos e tamanhos desencontros. O termo polarização ganhou terreno e espaço nos jornais e nas telas. Termo que se ramificava capilarmente, penetrado no interior mesmo de matrimônios, famílias, comunidades, relações as mais íntimas e diversas.

Referências históricas e pilares civilizatórios ruíam fragorosamente, deixando um estranho vazio de sentido e de orientação. Ditaduras passavam a ser chamadas de revoluções, ao mesmo tempo que os avanços no tema dos direitos humanos, por exemplo, eram sistematicamente demonizados. Fascismo e nazismo chegaram a ser naturalizados por facções e grupos de extrema-direita, enquanto o conceito de aquecimento global vinha sendo questionado. Até mesmo o holocausto, marco negativo do século XX, não deixou de receber tímidos e até estridentes aplausos. Outras vozes extremadas puseram-se a proclamar que a terra era plana, ao passo que a defesa e o cuidado com o meio ambiente era coisa de quem “não tinha o que fazer”.

No meio da tempestade, surgiu uma pandemia – Covid-19 – que contaminou milhões de pessoas e dizimou outros milhões por toda a face do planeta. Em terras de Santa Cruz, foram centenas de milhares de mortos. Para a autoridade máxima, porém, tal flagelo não passava de uma “gripezinha”, que só derrubava os fracos. Chegou-se a propagandear e distribuir remédios sem qualquer efeito para esse mal, na exata medida em que, em altas vozes, se negava a validade da vacina. No Ministério da Saúde, ministro substituía ministro, mas a epidemia avançava furiosamente. Negligência, indiferença, descaso e escárnio transformaram-se em atitudes normais por parte de não poucos governantes.

Nas chamadas redes sociais – praças públicas da internet – a fúria ganhou proporções nunca vistas. Da noite para o dia, familiares e amigos entravam a fazer parte dos “nossos” e, simultaneamente, eram “cancelados”. A fronteira entre os “de dentro” e os “de fora” passava por crivos inexplicáveis e irracionais. O bom senso cedeu o lugar a distinções político-ideológicas e religiosas praticamente sem qualquer fundamentação. A um só tempo, como num passo de mágica, os deuses se convertiam em demônios, e inversamente, os demônios se transfiguravam em novos deuses. Era como se tivesse voltado o tempo dos mitos. De resto, mais do que nunca, a própria racionalidade aparecia como que mitológica. Os poderosos, por sua vez, ao invés de olhar para o bem da nação, estavam de olho nos bens da nação, como bem nos alertava o Pe. Antonio Vieira ainda nos primórdios do Brasil Colônia.

Nessa confusão perplexa, a reação foi a criação de bolhas. Cada qual buscava integrar-se numa espécie de gueto que falasse a mesma linguagem, ou melhor, a mesma narrativa. As bolhas formavam um verdadeiro arquipélago de ilhas incomunicáveis. Não poucos fizeram do espaço da bolha um novo tipo de lar, ambiente familiar. Entre uma bolha e outra, os limites eram invisíveis, mas bem demarcados. Uma palavra, um gesto, uma cor, uma atitude não condizente com o grupo poderia significar ostracismo. Faziam-se correligionários com a mesma velocidade com que se os deletava. As fronteiras políticas e ideológicas eram efêmeras, sim, mas imperdoáveis, intolerantes, intransigentes. Chegou-se a desenvolver uma campanha para refletir sobre a “fraternidade social”, mas os embates e combates persistem.

As bolhas parecem ser a herança maldita desses tempos tormentosos. Até os dias atuais, na família, no grupo ou na comunidade torna-se difícil abrir uma conversa. É preciso estar atento à narrativa predominante. Não é raro dar um passo em falso. A vigilância é constante e peremptória. Mais do que esquerda e direita, prevalece uma espécie de divisão entre “sadios” e “leprosos”. Os membros das demais bolhas, que não sejam a minha, tendem a ser inimigos perigosos. Podem contaminar. Daí a necessidade de tomar as devidas distâncias. O tempo passa, mas as bolhas permanecem, separam, isolam, se hostilizam reciprocamente. Como romper com essas fronteiras imateriais, é certo, mas nem por isso menos irreconciliáveis? Aí está um gigantesco desafio para a política, as religiões, os movimentos e as organizações em geral. Quebrar o isolamento, os muros que dividem, para construir pontes, novas relações pessoais e comunitárias e sociopolíticas.

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