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Alemanha. Münster: para uma história sobre os abusos. Artigo de Marcello Neri

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15 Junho 2022

 

"Se isso deve ser avaliado positivamente, porém, não basta por si só para tornar a Igreja Católica um lugar seguro para menores e adultos vulneráveis: de fato, se não se agir sobre os elementos estruturais e as dinâmicas de exercício do poder que são contextuais e fundamentais para criar condições favoráveis a atos de abuso e violência, não será possível honrar adequadamente aquela justiça que as vítimas esperam", escreve o teólogo e padre italiano Marcello Neri, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, em artigo publicado por Settimana News, 14-06-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo.

 

Em 13 de junho, foi apresentado o estudo sobre “Poder e abusos sexuais na Igreja Católica” no que refere à diocese de Münster (Alemanha).

 

Assim continua o trabalho de investigação nas dioceses alemãs individuais que começou após a publicação do MHG-Studie em nível nacional em 2018. Ao contrário dos relatórios sobre Colônia e Munique, que tinham um viés jurídico e foram elaborados por escritórios de advocacia, em Münster a diocese confiou a tarefa de investigar os arquivos diocesanos e episcopais ao Departamento de História da universidade local.

 

Pela primeira vez na Alemanha, portanto, há uma abordagem metodológica humanista para a investigação dos abusos sexuais contra menores na Igreja Católica.

 

Amplia-se, assim, o espectro de leitura e compreensão do fenômeno, passando da constatação de tipo jurídico à análise do quadro geral que serve de pano de fundo e palco aos abusos sexuais na diocese de Münster.

 

A abordagem histórica se baseia nos ganhos alcançados por estudos anteriores de natureza jurídica, por um lado, ampliando o foco nas dinâmicas, comportamentos, formas de comunicação interna, autocompreensão dos papéis eclesiais, que constituíram - e ainda constituem - o terreno fértil para atos de abuso sexual por parte de padres e formas de ocultação por parte de bispos e outros representantes da cúria, pelo outro.

 

Em nível quantitativo, o estudo de Münster confirma os dados de relatórios anteriores de viés jurídico: para o período tomado em análise, de 1945 a 2020, há nada menos que 610 vítimas confirmadas (os investigadores estimam que o número real de vítimas seja entre oito e dez vezes maior); 196 abusadores confirmados (183 padres, 12 religiosos não padres, 1 diácono permanente), representando entre 4% e 4,5% do número total de clérigos ativos na diocese de Münster durante o período examinado.

 

Em nível qualitativo, porém, o estudo sobre a diocese de Münster marca um passo em frente no que diz respeito ao esclarecimento das dinâmicas estruturais, das formas de pensar, das formas de gestão e comunicação, dos contextos sociais de origem das vítimas, como fatores determinantes para um adequado manejo dos abusos sexuais na Igreja Católica como seu elemento sistêmico.

 

O estudo registra um "fracasso flagrante dos responsáveis diocesanos" no que diz respeito ao seu dever de liderar e controlar em questões de violência e abuso por parte de padres contra menores confiados aos seus cuidados pastorais.

 

Nos documentos disponíveis, falta quase por completo o traço de empatia e cuidado com as vítimas, enquanto se encontra atestada uma práxis de ampla compreensão e cobertura de clérigos abusadores (empenhando-se também em relação aos oficiais de justiça locais para evitar as penas previstas pelos crimes cometidos, ou para abrandá-las sempre que possível).

 

O princípio que sustentou durante décadas, muito além do limiar de 2000, a atitude da Igreja Católica de Münster foi de salvaguardar a imagem da Igreja em detrimento do reconhecimento das vítimas e da justiça que devia ser prestada a elas. Os pesquisadores chamaram essa mentalidade perversa de "eclesiocentrismo", onde a "proteção da Igreja se tornou um fim em si mesmo" a ser alcançada a qualquer custo.

 

Dada a particular conformação sociocultural da Igreja Católica de Münster no mais amplo contexto social local, com a tendência de fazer do catolicismo um enclave separado e autossuficiente, podemos falar de um verdadeiro "dispositivo católico de abusos": desde os abusadores, que gozavam de uma espécie de status mais elevado ligado ao ministério, até aqueles que deveriam ter supervisionado as dinâmicas eclesiais sem, contudo, ter nenhuma percepção das vítimas e de sua existência, para finalmente chegar às próprias vítimas que se viram quase como cercadas por um sistema sociorreligioso sem alternativas possíveis.

 

Trata-se de "um dispositivo composto de elementos discursivos, emocionais e organizacionais, que criou, estabilizou e tornou endêmicas as estruturas habituais para os abusos sexuais no âmbito da Igreja Católica local".

 

Somente a partir da segunda década deste século pode-se registrar uma lenta mudança na diocese no que diz respeito à conscientização e às práticas em matéria de abusos sexuais. No entanto, é uma mudança induzida, provocada de fora, e não nascida de uma reflexão e conscientização por parte dos responsáveis diocesanos.

 

Até mesmo a diminuição de casos de abuso que os pesquisadores conseguiram registrar desde a década de 1980 não encontra suas razões em elementos internos à Igreja Católica, mas em fatores externos de natureza predominantemente sociocultural.

 

Nos últimos anos chegou-se a uma institucionalização das intervenções e da prevenção em matéria de abusos sexuais na diocese de Münster, com uma profissionalização do pessoal de referência.

 

Se isso deve ser avaliado positivamente, porém, não basta por si só para tornar a Igreja Católica um lugar seguro para menores e adultos vulneráveis: de fato, se não se agir sobre os elementos estruturais e as dinâmicas de exercício do poder que são contextuais e fundamentais para criar condições favoráveis a atos de abuso e violência, não será possível honrar adequadamente aquela justiça que as vítimas esperam: "o centralismo da instituição e a sacralização de suas estruturas de poder, uma específica imagem sagrada do padre, a falta de veracidade e os obstáculos colocados a uma comunicação aberta, como uma determinada moral sexual alheia à realidade da vida, são todos aspectos que possibilitam os abusos e favorecem os procedimentos para sua ocultação (...). Os abusos sexuais e de poder na Igreja Católica estão longe de ter chegado ao seu fim”.

 

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