20 Outubro 2023
O bispo auxiliar exilado da Arquidiocese de Manágua, Dom Silvio José Báez, disse nesta quinta-feira que as autoridades de seu país, que ele não mencionou, "gostariam de ver a Igreja trancada”, e que por isso prendem e banem os eclesiásticos em referência aos 12 padres libertados da prisão e enviados ao Vaticano no dia anterior.
A informação é de Agência EFE, publicada por Infobae, 19-10-2023.
O líder, que em 15 de fevereiro se tornou o segundo membro da Conferência Episcopal da Nicarágua de quem as autoridades judiciais de seu país retiraram a nacionalidade e agora reside nos Estados Unidos, referiu-se desta forma à libertação e posterior exílio de 12 sacerdotes nicaraguenses para Roma.
Em sua mensagem, ele compartilhou uma passagem bíblica que diz: “Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Mas eles matarão alguns e perseguirão outros” (Lc 11,49).
Por sua vez, o padre nicaraguense exilado Edwing Román disse que com o exílio de 12 novos padres, pelo governo presidido por Daniel Ortega, querem “implantar a ‘paz’ da mordaça”.
“Enganam-se aqueles que pensam que a voz profética da Igreja Católica na Nicarágua se calará: essa voz continuará a anunciar o Reino de Deus e a denunciar os opressores mesmo que sejamos banidos ou exilados”, indicou numa mensagem em X.
O Vaticano confirmou esta quinta-feira que a Nicarágua solicitou que fossem recebidos os 12 padres libertados na véspera e expulsos do país. O governo libertou na quarta-feira 12 sacerdotes e os enviou ao Vaticano após um acordo, embora entre os religiosos, porém, não esteja Dom Rolando José Álvarez Lagos, que se recusou a deixar o país.
Através de uma comunicação, o governo da Nicarágua explicou que “depois de manter conversações frutuosas com a Santa Sé” foi alcançado um acordo para a transferência para o Vaticano de 12 sacerdotes “que, por diferentes razões, foram processados, e que viajaram para Roma, Itália, esta tarde".
Na nota, o Executivo nicaraguense afirmou que “este acordo alcançado com a intercessão de altas autoridades da Igreja Católica da Nicarágua e do Vaticano representa a vontade e o compromisso permanente de encontrar soluções, em reconhecimento e encorajamento de tanta fé e esperança que sempre encoraja os crentes nicaraguenses, que são a maioria.
Dom Rolando Álvarez foi condenado em fevereiro passado a mais de 26 anos de prisão por “traição”, depois de se recusar a ser expulso da Nicarágua para os Estados Unidos juntamente com outros 222 presos políticos, e também foi privado da sua nacionalidade.
O presidente Ortega descreveu a Igreja como uma “máfia” e declarou interrompidas as relações com o Vaticano.
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Dom Silvio Báez diz que na Nicarágua “gostariam” de ver uma Igreja “fechada” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU