A Flotilha desafia Israel: "Estamos avançando". Uma parada em Chipre é recusada

Foto: Wikimedia Commons | Afek91

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26 Setembro 2025

Ativistas: O objetivo continua o mesmo, sem mudanças. Ministro Gideon Sa'ar: "Nenhum barco entrará na zona de guerra."

A informação é de Alessia Candito, publicada por La Repubblica, 26-09-2025

"Esta missão é legítima, legal e necessária. Apesar das ameaças e ataques, continuaremos para Gaza sem mais hesitação." Abrigada ao longo da costa de Creta, em uma pausa necessária para restaurar a ordem após os ataques de três noites atrás, a Flotilha Global Sumud não hesita quando novas ameaças chegam de Israel. E a proposta da Itália de parar em Chipre é rejeitada.

"Esta é uma escala técnica", esclarece o comitê diretor, "não haverá mais". Mesmo que fontes de inteligência tenham relatado possíveis ataques "nas próximas 48 horas", Israel prometeu impedir qualquer barco que se aproxime da Faixa de Gaza por qualquer meio, rotulando os ativistas de "flotilha do Hamas". "Mentiras recicladas", retruca Yasemin Acar, membro do comitê diretor da Flotilha Global Sumud. "Nosso objetivo sempre foi claro, nunca mudou: queremos romper o cerco, não apenas levar ajuda. O nosso é um ato de solidariedade internacional para deter o genocídio, abrir corredores humanitários permanentes e defender os direitos do povo palestino." Gaza, explicam a bordo, não pode permanecer uma prisão a céu aberto inacessível. A ideia de descarregar alimentos e remédios em Chipre, para depois entregá-los ao Patriarcado Latino de Jerusalém, responsável por trazê-los para Gaza, não convence a todos. Não há garantia de que não ficarão presos nas travessias controladas pelo COGAT, a agência israelense que gerencia a entrada de mercadorias e pessoas na Faixa de Gaza. E o problema — dizem eles — é sistêmico. "Governos falharam; hoje, pessoas comuns enfrentam a crise humanitária, arriscando suas vidas", escreve David Adler, ex-consultor de Bernie Sanders e Yanis Varoufakis, agora coordenador da Internacional Progressista, da ponte Família Madeira.

A Flotilha é uma galáxia diversa, com experiências políticas, culturais e até existenciais de guerra se cruzando a bordo, de veteranos do Exército dos EUA a grupos estudantis, de ecoativistas e voluntários veteranos de resgate marítimo a parlamentares de vários países. Mas, pelo menos por enquanto, eles parecem concordar no seguinte: "O objetivo principal continua sendo o levantamento do bloqueio naval". Em vigor desde 2007, o Secretário-Geral da ONU o chamou repetidamente de "ilegítimo", pois equivale a uma "punição coletiva" contra toda a população palestina, portanto, uma clara violação do direito internacional. Mas Israel tem consistentemente ignorado recomendações e advertências. E não demonstra intenção de recuar. "Estamos prontos para um acordo construtivo sobre ajuda, mas impediremos qualquer violação a todo custo", anunciou o Ministro Gideon Sa'ar.

A que custo? Esta é uma pergunta que nos fazemos a nós mesmos nos barcos da Flotilha, especialmente agora que cresce o medo daqueles drones que surgiram do nada e sitiaram os barcos por três horas, destruindo velas, danificando mastros, mas acima de tudo enviando uma mensagem: "Podemos atacar quando quisermos". Eles estão lutando protegendo os cascos, reforçando cordas e velas e revisando os protocolos de resposta não violenta em caso de ataque. Em águas gregas, o Ministro Giorgios Gerapetritis anunciou que "a segurança será garantida". Mas, se o tempo permitir, eles partem hoje, e fontes de inteligência alertaram que pode haver mais ataques, de intensidade crescente e sem descartar o uso de armas de fogo. "A informação chegou por meio de uma carta de um ex-ministro luxemburguês", informou o comitê diretor. "Não ficaríamos surpresos se Israel optasse pela violência novamente. Esses atos de desespero não são diferentes daqueles que vimos na última década do apartheid na África do Sul", diz Nkosi Zwelivelile Mandela, neto de Nelson que se tornou um símbolo da luta contra aquele regime.

O apelo é para as equipes de terra que têm saído às ruas desde que a Flotilha partiu: "Mantenham a pressão." Na Itália, a mobilização é generalizada; em Roma, ontem, uma marcha escoltou a equipe jurídica das equipes até a Farnesina, onde emitiram um aviso formal ao ministério: "Vocês têm a obrigação legal de protegê-los." Adelmo Cervi estava à frente da manifestação: "Senti o dever de estar aqui."

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