06 Junho 2025
Para muitos católicos, estas questões determinarão o futuro da sua Igreja: quando as mulheres poderão tornar-se padres? Quando terão acesso aos cargos mais importantes de poder e liderança na Igreja? Quando a igualdade plena também se aplicará na Igreja Católica?
A informação é de Volker Hasenauer, publicada por Katholisch, 03-06-2025.
Em Freiburg, nove jovens teólogas encontraram uma maneira criativa de trazer essas reivindicações de volta à agenda da Igreja e ao debate público. Elas enviaram cartas de candidatura comoventes e corajosas ao seminário – o centro de formação de padres – e publicaram a campanha no Instagram. Na segunda-feira, elas discutiram o assunto com o diretor do seminário e o bispo auxiliar Christian Würtz.
"Percebemos que o bispo não está violando as regras da Igreja universal ao nos ordenar padres. Mas estamos preocupadas em mudar a estrutura geral da Igreja Católica, passo a passo. As mulheres não querem mais ser subordinadas", disse Stephanie Gans, uma das iniciadoras, após o diálogo com Würtz.
As colegas candidatas a padre concordaram que a conversa de duas horas poderia ser o início de uma troca honesta e franca. "Queremos iniciar mudanças – e não nos contentaremos com pequenas concessões", enfatizou Lisa Baumeister. O próximo encontro com o bispo auxiliar Dom Würtz está marcado para junho.
Uma teóloga, que preferiu permanecer anônima, expressou sua surpresa positiva pelo fato de, pela primeira vez, as lideranças da Igreja terem reconhecido sua vocação e, ao mesmo tempo, seu sofrimento dentro da Igreja: "O fato de eu não poder me tornar padre significa, em última análise, que sempre tenho que me subordinar a um homem, um padre, por exemplo, como assistente pastoral". Ao mesmo tempo, ela falou de um diálogo autêntico e aberto. "Tenho a sensação de que algo positivo pode emergir da nossa ação, e que isso não vai simplesmente fracassar".
Würtz afirmou compreender as demandas das teólogas. Ao mesmo tempo, reconheceu que a Igreja Católica "infelizmente não utiliza plenamente o potencial das mulheres". No entanto, ele não acredita em uma rápida reviravolta universal da Igreja em direção à liberalização da ordenação de mulheres sacerdotes. "Seria desonesto prometer isso. Mas é claro que seria benéfico para toda a comunidade dentro da Igreja se envolvêssemos mais as mulheres", disse o bispo.
Católicos reformistas lutam contra a proibição da ordenação de mulheres há décadas, não apenas na Alemanha. Mas o Papa e o Vaticano permanecem impassíveis. E o direito canônico afirma que somente homens, como sucessores dos discípulos masculinos de Jesus, podem se tornar padres. Os opositores da liberalização também apontam que grande parte da Igreja Católica mundial não quer nenhuma mudança.
As jovens teólogas de Freiburg não se deixam deter por isso. Sob o lema "Meu Deus não discrimina – minha igreja sim", elas são ativas no Instagram. Lá, por exemplo, documentam trechos de suas cartas de candidatura.
"Estou convencida de que seria uma grande vantagem para a Arquidiocese de Friburgo como padre", escreve uma das mulheres. Deus deseja que todos possam servir à Igreja com liberdade e cumprir sua própria vocação, diz outra. Cinco das nove candidatas preferem permanecer anônimas, afirmando que temem que a ação possa comprometer suas chances de conseguir um emprego na Igreja.
Elas estão recebendo muita solidariedade e apoio online. Mulheres de toda a Alemanha perguntam onde e como podem se candidatar para o sacerdócio. A Faculdade Teológica Católica da Universidade de Freiburg também as apoia, afirmando que não há razões científicas convincentes contra a ordenação de mulheres sacerdotes.
Ainda não está claro se a campanha de Freiburg encontrará apoio fora da região. Uma mulher também se candidatou ao seminário de Speyer. As ativistas de Freiburg estão determinadas a continuar lutando por mudanças em direção a uma maior igualdade na Igreja Católica.