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A “bomba atômica” do tarifaço de Trump. Artigo de Valerio Arcary

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10 Abril 2025

"A turbulência mudou de patamar, e o mundo ficou mais imprevisível. O declínio histórico dos EUA gerou um monstro", escreve Valerio Arcary,  professor de história aposentado do IFSP, em artigo publicado em seu Facebook, 08-04-2025.

Eis o artigo.

Não dês o dedo ao vilão que ele te tomará a mão.

- Provérbio popular português

1.

Os EUA estão impondo um choque na economia mundial sem paralelo nos últimos quarenta anos. Trata-se de uma contra-ofensiva em toda a linha para defender a supremacia de Washington no mercado e sistema de Estados mundial. Quem o subestimar estará cometendo um erro imperdoável. O impacto só pode ser comparado ao “momento Nixon” em 1971, quando Washington subverteu o acordo de Bretton Woods, e acabou com a convertibilidade fixa do dólar em ouro, desvalorizando a moeda de reserva para enfrentar o crescimento alemão e japonês, o crescente déficit comercial norte-americano, e a necessidade de financiar a guerra no Vietnã. Ou o “momento Reagan”, quando o Federal Reserve elevou a taxa básica de juros até 21,5% para combater a inflação acima de 13,5%, a disparada da dívida pública que então atingia, pela primeira vez, US$1 trilhão, a necessidade de financiar a corrida armamentista contra a URSS, depois da vitória das vitórias da revolução na Nicarágua, ameaçando a expansão de uma onda para a América central, no Irã, ameaçando uma onda de radicalização islâmica contra Israel, e a queda das ditaduras no cone sul da América Latina.

2.

Não é possível compreender o “momento Trump” do tarifaço sem considerar a pressão de mais de quarenta anos dos déficits comercial e fiscal gigantescos e crônicos. São o calcanhar de Aquiles dos EUA. Não impediram um mini-boom com Reagan nos oitenta, Clinton nos noventa, e Bush filho na primeira década do XXI. Qualquer outro país, mesmo entre os centrais, teria mergulhado numa espiral de inflação, desinvestimento, recessão e desgoverno. São uma distorção, “excepcionalidade” ou “anomalia”. Uma nação não pode manter, indefinidamente, uma disfuncionalidade, ou padrão de consumo que depende de endividamento “infinito” que repousa em estoques de capital de outros Estados, e frações burguesas estrangeiras que compram os títulos do Tesouro yankee. Só foi possível porque os EUA, a maior potência mundial, tem um quase monopólio de emissão da moeda de reserva, porque o papel do euro, da libra, ou do franco suíço é muito menor. Paradoxalmente, ela opera como um “aspirador” da acumulação capitalista, mas mantém o dólar sobrevalorizado, diminuindo a competitividade da economia norte-americana. O desafio estratégico veio nos últimos dez anos: o contraste entre a estagnação nos centros imperialistas pós crise de 2007/08, e o salto de qualidade do fortalecimento da China fez soar o sinal de alerta para uma fração da burguesia norte-americana.

3.

O déficit comercial dos EUA em 2024 foi de cerca de US$ 918,4 bilhões. Já o déficit fiscal alcançou US$ 1,8 trilhões. A dívida pública é de US$ 36 trilhões e, só o pagamento de juros consumirá US$ 1 trilhão, mais do que o orçamento militar do Pentágono. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi de US$ 29,16 trilhões, ainda uma participação de 26,5% no total global, mas decrescente. Em tese, estes déficits gêmeos não deveriam ser possíveis. Mas é assim. A ordem de Bretton Woods, erguida em função da catástrofe de duas guerras mundiais, criou o FMI (Fundo Monetário Internacional) para, justamente, evitar que estes desequilíbrios fossem somente transitórios e contornáveis, e não o gatilho de um novo crack mundial como em 1929. Mas os EUA romperam com Bretton Woods, em 1971, para preservar seu estatuto de potência intacto e, de novo em 1981, para encurralar a URSS e impor a restauração capitalista. Entre 2001/2005 a América Latina foi convulsionada por uma onda revolucionária incendiada por uma década de ajustes neoliberais. A crise mundial de 2007/08 foi uma sinalização de que a financeirização tinha limites incontornáveis, e seu custo era, politicamente, insustentável. A onda revolucionária no Magreb se estendeu da Tunísia ao Egito até a Síria.

4.

O que explica esta “excepcionalidade” norte-americana? O fato de que os EUA emitem, sem lastro e sem regras, a moeda de entesouramento mundial. O direito de senhoriagem do dólar tinha limites até 1971, porque Bretton Woods tinha condicionado o papel de moeda de reserva à paridade fixa da conversibilidade com o ouro. Mas esta regra caducou há mais de meio século. A superioridade dos EUA se impôs no mundo porque este privilégio foi decisivo para a manutenção de uma máquina de guerra que funciona como um “guarda-chuva atômico” que protegeu a Tríade. Ao mesmo tempo, o papel do gigantesco mercado interno dos EUA como “importador em última instância” permitiu à Europa e Japão, mas a China, também, entre outros, a acumulação de superávits comerciais que financiaram o déficit fiscal pelo estoque de títulos da dívida norte-americana. Funcionou assim por décadas na etapa pós 1989/91. A estratégia neoliberal da financeirização garantiu a supremacia unipolar depois da restauração capitalista na ex-URSS. Mas uma contradição foi ficando aguda com o tempo.

5.

OS EUA praticaram, desde a crise de 2007/08 e a transição Bush filho/Obama, até o primeiro mandato de Trump, a estratégia do QE (Quantitative Easing) ou relaxamento monetário. O QE foi a adoção de taxas de juros negativas ou inferiores à inflação, para estimular o consumo e produção. Operou como uma “fuga em frente” – combate ao excesso de liquidez com mais liquidez - e contornou uma depressão mundial, como nos anos trinta do século XX, mas não evitou uma década perdida, e depois ainda veio a pandemia. Nesse processo, a sobrevalorização do dólar foi inevitável, e agudizou o deslocamento industrial para a Ásia. O capitalismo mundial ganhou “tempo histórico”, mas, tanto na Europa como nos EUA, aumentou a pobreza e a desigualdade social. O Black Lives Matter foi o maior movimento de mobilização social nos EUA em décadas, e colocou em movimento uma nova geração. O choque tarifário de Trump tem como objetivo explícito a internalização de cadeias produtivas. Mas persegue, também, o objetivo de pressionar pela desvalorização do dólar, pela redução da taxa básica de juros do FED que subiu com a inflação pós-pandêmica e o alongamento do perfil da dívida pública dos EUA.

6.

A “ironia dialética” da história foi que, na etapa da globalização, ou auge da supremacia dos EUA, o país que mais cresceu, modernizou e industrializou foi a China, que esboça desdolarização pela articulação dos BRICS. Já mantém um sistema de pagamentos em moeda própria com a Rússia, desde que as sanções da guerra na Ucrânia levaram à uma ruptura com o sistema SWIFT. A sobrevalorização do dólar tornou os custos produtivos muito elevados nos EUA, e a estratégia da globalização favoreceu a transferência industrial para a Ásia. A livre circulação de capitais financiou a industrialização acelerada da China. O gigantismo do mercado interno dos EUA garantiu o papel de “importador mundial”. Mas, ao mesmo tempo, a supremacia norte-americana passou a depender da superioridade financeira e militar. Os custos de manter Forças Armadas como “guarda-chuva atômico” passaram a ser desproporcionais. O choque de Trump responde a esta ameaça. O tarifaço é um giro tático que obedece a uma estratégia muito mais ampla. Parece “loucura”, mas tem “método”.

7.

Trump tem um plano e há coerência na estratégia. Na economia aposta que a pressão inflacionária que virá do tarifaço pode ser compensada pela desvalorização do dólar. Nixon rompeu com Bretton Woods para conter Alemanha e Japão, Reagan com a coexistência pacífica para cercar a URSS, Trump com a OMC, o Tratado de Paris, até OMS (Organização Mundial da Saúde), e está desafiando a OTAN e a ONU. Defende abertamente uma ofensiva nacional-imperialista neocolonial: ameaça a anexação da Groenlândia e intimida a Dinamarca, retomou o controle do canal do Panamá, humilha o Canadá e abraçou a linha da extrema-direita sionista em Israel que defende a limpeza étnica na Faixa de Gaza. Exige da União Europeia alinhamento incondicional contra a China, e manobra para separar Moscou de Pequim. Esses foram somente os primeiros passos, ainda antes dos cem dias. Irã e Venezuela serão ameaçados. Cuba estará na mira. México será, relativamente, poupado, porque é uma semicolônia com estatuto privilegiado. Aposta na recuperação de uma maior coesão social interna nos EUA com uma industrialização em setores estratégicos. Apoia a intensificação da exploração de petróleo para garantir soberania energética. Mas sabe que precisa manter superioridade em nanotecnologias, em biomedicina, no complexo militar industrial, e nos serviços, a começar pelas bigtechs.

8.

O “momento Trump” será muito grave, talvez pior que as contraofensivas de Nixon e Reagan, por três razões. A primeira é que se trata de uma liderança neofascista dentro da Casa Branca. A segunda é que estamos diante de uma crise ambiental incontornável, e Trump é um negacionista. A terceira é que a China não parece disposta a recuar, e ceder a chantagens. A ofensiva de Trump é sustentada, internamente, por uma corrente de supremacia branca, misógina e homofóbica que abraça uma ideologia nacionalista exaltada, e tem força social de choque como ficou explícito no assalto ao Capitólio. A resposta ao aquecimento global depende de uma articulação global que não é possível sem os EUA, e já ficou claro que o Tratado de Paris caducou. A resposta da China será decisiva, diante de uma corrida armamentista na Europa contra a Rússia que já começou, diante de um cerco iminente ao Irã, e da perspectiva de uma ameaça à soberania da Venezuela. A turbulência mudou de patamar, e o mundo ficou mais imprevisível. O declínio histórico dos EUA gerou um monstro.

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