#vem! Artigo de Gianfranco Ravasi

Ilustração de Rûmî | Foto: World History Encyclopedia

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17 Outubro 2024

"Ele nasceu meio século antes de Dante, em 1207, e morreu em 1273. Para o antigo Oriente Próximo, ele foi o grande poeta e mestre, o Mevlânâ, como seus discípulos chamavam esse místico apaixonado, ou seja, o 'nosso senhor'. Estamos falando de Rûmî, um cantor de Deus, vindo do Irã para a atual Turquia, em Konya (a Icônio das viagens do apóstolo Paulo), onde surgirá seu tekke ou mosteiro, que ainda hoje preserva sua memória", escreve o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, em artigo publicado em Il Sole 24 Ore, 13-10-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Vem, vem, seja você quem for, vem! Você é um infiel, um idólatra, ou um ateu? Vem! Nossa casa não é um lugar de desespero. Vem, nossa irmandade não é um lugar de desespero; mesmo tendo violado seu juramento cem vezes, vem assim mesmo!

Ele nasceu meio século antes de Dante, em 1207, e morreu em 1273. Para o antigo Oriente Próximo, ele foi o grande poeta e mestre, o Mevlânâ, como seus discípulos chamavam esse místico apaixonado, ou seja, o “nosso senhor”. Estamos falando de Rûmî, um cantor de Deus, vindo do Irã para a atual Turquia, em Konya (a Icônio das viagens do apóstolo Paulo), onde surgirá seu tekke ou mosteiro, que ainda hoje preserva sua memória. É exatamente no frontão do portal de entrada que estão gravadas as linhas citadas, que eu também contemplei mais de uma vez, ao cruzar aquela soleira.

Dos seus discípulos, os “dervixes dançantes”, muitos lembram daquele seu ato ritual que foi declarado Patrimônio Mundial pela Unesco. Mas é no apelo para entrar na contemplação silenciosa, carregando consigo o fardo das próprias misérias, que se encontra o coração da mensagem espiritual dirigida a crentes, idólatras e até mesmo ateus. É o convite que percorre o impressionante poema místico de Rûmî, o Masnavi: a nossa alma, prisioneira do corpo, anseia por encontrar sua origem vital em Deus. E o caminho é o da meditação, do silêncio, da dança, da música, do abandonar confiante, da imersão em um “mar sem margens”. Na névoa da superficialidade dos nossos dias e na deriva das coisas e da exterioridade, ressoa aquela voz: “Vem, vem, seja você quem for!”

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