Brasil em chamas: após dias de queda, número de focos de incêndio volta a subir

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10 Outubro 2024

Além da destruição ambiental, recorde de chamas em agosto e setembro fizeram os atendimentos nas unidades básicas de saúde do país aumentarem de forma expressiva.

A informação é publicada por ClimaInfo, 09-10-2024.

A trégua dos incêndios florestais durou pouco tempo, e as chamas voltaram a arder com força em todos os biomas do país, à exceção do Pampa. Segundo dados do BDQueimadas, do INPE, havia 1.574 focos de incêndio na 3ª feira (8/10). Nos dois dias anteriores (domingo e 2ª feira), eram menos de 1.000 ocorrências.

A Amazônia concentrava a maior parcela dos focos de incêndio, com 614 (39,0%). O Pará era o estado com o maior número de queimadas, com 430 focos de incêndio registrados em 24 horas, seguido por Mato Grosso (285) e São Paulo (237), detalha o Poder 360.

O Cerrado registrava o 2º maior número de queimadas anteontem, com 516 focos de incêndio (32,8% do total). Bem atrás dos “top 2” do ranking das chamas estavam Mata Atlântica, com 201 focos (12,8%), Pantanal, com 168 (10,7%) e Caatinga, com 75 (4,8%).

Além da destruição ambiental e climática, a “pandemia” de incêndios florestais de norte a sul do país afetou também a saúde da população. Dados do Ministério da Saúde obtidos pelo Estadão mostram que os atendimentos nas unidades básicas de saúde de todo o Brasil tiveram um aumento expressivo após os picos de fogo em agosto e setembro. Diante do cenário, o governo elabora um protocolo para classificar níveis de alerta em mudanças climáticas.

Os registros mostram alta de problemas digestivos, como náuseas, e intercorrências respiratórias. A quantidade de atendimentos relacionados ao sistema digestivo, com ocorrência de mal-estar, enjoo, entre outros, quase triplicou. Já os atendimentos relacionados a problemas respiratórios cresceram quase 21%, segundo o ministério.

Agosto de 2024 teve o maior número de incêndios para o mês em 14 anos. Foram 68.635 ocorrências – o 5º maior da série histórica, iniciada em 1998 –, uma alta de 144% em relação a igual período de 2023. E setembro teve 83.157 focos –o pior mês do ano até o momento. O mês passado foi o setembro com maior número de queimadas desde 2010, quando foram contabilizados 109.030 focos de incêndio.

E pelas previsões meteorológicas, outubro caminha para também ser de muitos incêndios, destaca Juliana Aguilera no ClimaInfo. O mês terá chuvas e umidade abaixo da média, com temperaturas mais elevadas. Condição que não é anormal, mas o conjunto de oito ondas de calor em dez meses e a estiagem prolongada podem gerar um recorde de queimadas para o mês.

Em tempo 1: O presidente Lula disse que a União Europeia está ameaçando incluir os incêndios florestais na mesa de negociação do acordo entre Mercosul e o bloco europeu, informam Folha, CNN e Ansa. Lula criticou quem ateia fogo, argumentando que esses atos acabam prejudicando “empresários sérios” do agronegócio. Mas, em relação à UE, em vez de reconhecer o problema e apresentar soluções, o presidente atacou: “Todos vocês sabem que a União Europeia está ameaçando a gente que vai colocar queimada na mesa de negociação, e estamos dizendo ‘não coloque porque estamos preservando mais do que vocês em qualquer outro momento da história’”, frisou.

Em tempo 2: Uma pesquisa do Instituto DataSenado mostra que as pessoas foram bastante impactadas pelas notícias dos incêndios florestais que atingem quase todo o país. Para 97% dos entrevistados, os incêndios foram muito graves, informam Agência Brasil e 18horas. Mais da metade (59%) acreditam que os incêndios foram criminosos para promover a desordem. Outros 24% acreditam que o uso do fogo para limpar terras, extrair madeira ou abrir pastos foi o motivo das chamas, enquanto 12% creditam as queimadas à causas naturais, como secas prolongadas.

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