07 Outubro 2024
O Papa Francisco anunciou hoje, 6 de outubro, que criará 21 novos cardeais em 8 de dezembro, 20 dos quais serão elegíveis para votar em um novo papa. Entre eles estão Frank Leo, arcebispo de Toronto, Canadá; Timothy Radcliffe, ex-mestre dos dominicanos da Inglaterra; George Jacob Koovakad, o organizador indiano de viagens papais; e Dominique Joseph Mathieu, o bispo belga de Teheran-Ispahan, Irã.
A reportagem é de Gerard O'Connell, publicada por America, 06-10-2024.
Este será o décimo consistório do Papa Francisco, desde que se tornou papa em março de 2013. Os cardeais eleitos vêm de 18 países e de todos os continentes. Cinco dos novos cardeais vêm da América Latina, quatro da Ásia, sete da Europa (incluindo quatro da Itália), dois da África.
Na época do anúncio, o Colégio dos Cardeais tinha 235 membros de todos os continentes e 90 países. No entanto, apenas 122 desses cardeais têm atualmente menos de 80 anos e são elegíveis para votar no próximo conclave. Francisco criou 92 dos 122 cardeais eleitores, respondendo por 73,6 por cento. Em contraste, o Papa Bento XVI havia nomeado 24 eleitores, enquanto o Papa João Paulo II nomeou seis.
Até o consistório de 8 de dezembro, um cardeal terá completado 80 anos e perdido o direito de votar, restando 121 eleitores — um a mais do que o limite de 120 estabelecido por Paulo VI e mantido por seus sucessores. Quatorze desses eleitores — incluindo sete europeus e sete nomeados por Francisco — farão 80 anos entre o consistório e o final de 2025.
Com a adição de 20 novos eleitores em 8 de dezembro, Francisco elevará o número total de cardeais com direito a voto em um conclave papal para 141.
De acordo com estatísticas do Vaticano, até o consistório de 8 de dezembro, o Papa Francisco aumentará o número total de cardeais elegíveis para votar em um conclave papal para 141. Destes, seis terão sido criados por João Paulo II, 24 por Bento XVI e 111 por Francisco. Isso significa que Francisco terá nomeado quase 79 por cento dos cardeais que poderiam entrar em um conclave. Um candidato precisa de dois terços dos votos para ser eleito papa.
Se um conclave ocorresse imediatamente após o consistório de 8 de dezembro, a distribuição geográfica dos 141 eleitores seria a seguinte: a Europa teria 56 eleitores, incluindo 16 italianos; a América do Norte teria 14 eleitores, com 10 dos EUA e quatro do Canadá; a América Latina contribuiria com 25 eleitores; a África teria 17 eleitores; a Ásia incluiria 26 eleitores, com um do Irã; e a Oceania teria três eleitores.
Desde que se tornou papa, Francisco empregou vários critérios em sua seleção de cardeais. Um dos focos principais é a universalidade, visando incluir o máximo de países possível. Ele enfatiza atenção especial às periferias e nações que nunca tiveram um cardeal antes, bem como aquelas que enfrentam conflitos ou pobreza extrema.
Outro critério significativo é reduzir o número de europeus, e especificamente italianos no Colégio Cardinalício. Ele fez um progresso notável nessa área, diminuindo o número de italianos de 28 no conclave de 2013 para 16 em 8 de dezembro, e diminuindo o número de europeus de 60 no conclave de 2013 para 56 em 8 de dezembro.
Francisco escolheu romper com a tradição — frequentemente exagerada na Itália — pela qual bispos de certas sedes proeminentes — geralmente aquelas em grandes cidades — tipicamente recebem o chapéu vermelho automaticamente. Ele se afastou dessa prática na Itália, nos Estados Unidos e em várias outras regiões, refletindo um compromisso com uma abordagem mais equitativa na seleção de cardeais.
Os novos cardeais eleitos são:
Angelo Acerbi, (Itália), Núncio Apostólico. (Ele não é um cardeal-eleitor, pois nasceu em 1925)
Carlos Gustavo Castillo Mattassoglio, arcebispo de Lima (Peru)
Vicente Bokalic Iglic, CM, arcebispo de Santiago del Estero (Primaz da Argentina)
Luis Gerardo Cabrera Herrera, OFM, arcebispo de Guayaquil (Equador)
Fernando Natalio Chomalí Garib, arcebispo de Santiago do Chile (Chile)
Tarcisio Isao Kikuchi, SVD, arcebispo de Tóquio (Japão)
Pablo Virgilio Siongco David, bispo de Kalookan (Filipinas)
Ladislav Nemet, SVD, arcebispo de Beograd-Smederevo, (Sérvia)
Jaime Spengler, OFM, arcebispo de Porto Alegre (Brasil)
Ignace Bessi Dogbo, arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim). (Nascido na França)
Jean-Paul Vesco, OP, arcebispo de Alger (Argélia)
Bruno Syukur, OFM, bispo de Bogor (Indonésia)
Dominique Joseph Mathieu, OFM Conv., arcebispo de Teerã-Ispahan (Irã). (Nascido na Bélgica)
Roberto Repole, arcebispo de Turim (Itália)
Baldassare Reina, bispo auxiliar de Roma, agora se torna vigário-geral
Francis Leo, arcebispo de Toronto (Canadá)
Rolandas Makrickas (Lituânia), arcipreste coadjutor da basílica papal de Santa Maria Maior
Mykola Bychok, C.Ss.R. (Ucrânia), bispo da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne, nas Ucrânias
Timothy Peter Joseph Radcliffe, OP, teólogo
Fabio Baggio, CS, subsecretário da seção de migrantes e refugiados do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral
George Jacob Koovakad (Índia), funcionário da Secretaria de Estado, organizador das viagens papais
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Papa Francisco nomeia 21 novos cardeais, incluindo Timothy Radcliffe, OP - Instituto Humanitas Unisinos - IHU