28 Junho 2024
- "Segui as claras instruções do Papa sem resmungar por ter que voltar para minha casa em Freiburg, mas sem que me fosse confiada uma nova tarefa".
- "É muito possível que haja uma lógica divina por trás da nomeação como Núncio Apostólico, que utilizou a pedagogia papal".
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 27-06-2024.
Ele tinha três opções sobre a mesa: Costa Rica (como avançado pelo RD na época, o primeiro meio a anunciar que o Papa estava pensando em uma Nunciatura para ele), um país do sudeste asiático e o Báltico. E Georg Gänswein escolheu esta última opção. Na segunda-feira, o Vaticano anunciou o novo destino para o ex-secretário pessoal de Joseph Ratzinger, após um ano de exílio, um livro que fez correr muita tinta no Vaticano e algumas investigações abertas.
Ainda em Freiburg, prestes a iniciar a mudança, Gänswein concedeu uma entrevista ao Tagespost onde admite que "eu mesmo senti que tinha sido enviado para o exílio". "Segui as claras instruções do Papa sem resmungar por ter que voltar para minha casa em Freiburg, mas sem que me fosse confiada uma nova tarefa".
"Foi uma amarga experiência pessoal", reflete o futuro Núncio na Lituânia, Letônia e Estônia, que assegura ter optado por não desanimar. "Esperei e rezei para que um dia uma nova tarefa me esperasse. Agora ela já está aqui".
Pedagogia papal? "É muito possível que haja uma lógica divina por trás da nomeação como Núncio Apostólico, que utilizou a pedagogia papal", sublinha Gänswein, que agora espera "com impaciência minha futura tarefa", que entende como "um sinal da confiança que o Papa deposita em mim. Isso me honra e me alegra".
O abismo do Báltico e a guerra na Ucrânia
A nova missão, destaca o arcebispo, "me levará a um ou mais países que representam um desafio delicado dada a situação política atual. Estou de bom humor e encaro a nova missão diplomática com confiança". De fato, as repúblicas do Báltico vivem um momento de forte tensão devido às ameaças russas e à proximidade da guerra na Ucrânia.
Nesse sentido, Gänswein anuncia que antes de assumir o cargo "viajarei ao Vaticano para receber as informações necessárias, conselhos, instruções, assistência, etc., das autoridades competentes, especialmente da Secretaria de Estado".
"Com as ferramentas lá recebidas e com grande confiança em Deus, então nos colocaremos mãos à obra", conclui Gänswein.
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Gänswein, a caminho do Báltico, lembra seu exílio em Freiburg: "Foi uma amarga experiência pessoal" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU