04 Mai 2024
Esta semana em Preach, o Rev. Peter Wojcik, pastor da Paróquia de São Clemente em Chicago, Illinois, prega para o 6º Domingo da Páscoa, ano B do ciclo litúrgico. Em sua homilia, Peter reflete sobre a profundidade do amor comprometido de Jesus para nós e para o nosso dever cristão — e desafio — de partilhar esse amor transformador com os outros.
A reportagem é publicada por America, 18-12-2023.
Na conversa após a homilia, Peter e o anfitrião Ricardo da Silva, SJ, falam das estratégias para pregar a uma paróquia maioritariamente jovem e conectar-se com a luta da comunidade pelo bem-estar mental. Discutem também estratégias de acolhimento dos recém-chegados à paróquia, inclusive nas redes sociais. Peter conta como, ao preparar sua homilia, ele se concentra em como os fiéis se sentirão. Ele usa as suas homilias para levá-los a um “lugar de liberdade” onde possam reconhecer o amor de Deus e explorar a sua fé.
Leituras para o 6º Domingo de Páscoa, Ano B
1ª Leitura: Atos 10,25-26, 34-35, 44-48
Salmo Responsorial: Sal 98:1, 2-3, 3-4
2ª Leitura: 1Jo 4,7-10
Evangelho: Jo 15,9-17
O texto completo das leituras das Escrituras pode ser encontrado aqui.
Um amor comprometido não é facilmente abalado pelas circunstâncias. Está comprometido. Todas as semanas aqui em São Clemente, fico do lado de fora da escola paroquial cumprimentando as famílias que vão buscar as crianças depois da escola. E eu sempre penso sobre isso, você sabe, esses pais têm dias muito bons ou muito ruins, e os filhos também – posso atestar isso. Alguns tiveram o melhor dia, eles se comportaram muito bem. E alguns, cara, às vezes eles lutaram, mas isso não importa. Os pais ainda aparecem. Eles os pegam e os levam para provavelmente um milhão de esportes e atividades diferentes durante o resto do dia. Eles estão comprometidos com eles. É um amor comprometido. Não é facilmente alterado pelas circunstâncias; mesmo quando as crianças se comportam mal, os pais ainda aparecem às 15h. Eles os pegam e os levam para casa.
Jesus está nos lembrando que o amor que ele tem por nós não é influenciado pelas circunstâncias. Ele nos ama. Ele nos ama de todo o coração, de todo o coração. Ele nos ama constantemente. Não há limites para o seu amor, e o seu amor nos liberta e nos encoraja. Esses são os três pontos que gosto de destacar hoje enquanto ouvimos esse Evangelho. A primeira é que Jesus ama você. E às vezes é difícil de acreditar, especialmente nos dias em que nos sentimos indispostos, quando talvez você esteja procurando um novo emprego ou acabou de sair de um relacionamento difícil. Mas mesmo nos dias mais maravilhosos da sua vida e nos dias em que você realmente sente que não é digno de amor, Jesus ama você.
Como sabemos disso? Pois bem, assim diz o Evangelho: “Assim como o Pai me amou, eu também vos amei”. Jesus nunca duvidou do amor do Pai, e Deus ama tanto Jesus que se você se aprofundar nas Escrituras, verá que há mais de 300 profecias escritas – centenas, centenas e centenas de anos antes do nascimento de Jesus – sobre a expectativa do Pai em relação ao seu nascimento. Filho nascendo como humano para nos redimir. O Pai amou tanto o Filho que preparou gerações mesmo antes do seu nascimento para antecipar com alegria o seu nascimento, a sua vida e depois a sua ressurreição. É assim que Jesus é amado pelo Pai.
E Jesus diz: “Ouça, o Pai que me ama tanto agora ama você com a mesma quantidade de amor”. Então, primeiro pense, espero que hoje você saiba que é amado. E se você não se sente amado, eu apenas o encorajaria ao longo desta semana a voltar às Escrituras e revisitá-las indefinidamente, e deixá-las ferver em seu coração. Permita-se ser amado por Deus ao longo desta semana.
Em segundo lugar, Jesus nos dá o seu Espírito Santo. Ele nos dá seu Espírito Santo para que possamos amar uns aos outros. Jesus não para apenas nas Escrituras dizendo: “Oh, eu te amo e, portanto, faça o que quiser”. Não não. Jesus diz: “Eu te amo. E quando você estiver convencido pelo meu amor, use esse amor, use esse espírito de amor para fazer a diferença na vida de outras pessoas.” Como cristãos, não temos escolha senão levar as Boas Novas de Jesus. Se não são Boas Novas, não pode ser Jesus. Então acho que esse é o segundo convite que tenho para você: lembrar que você é portador de Boas Novas. Antes de falar com os outros, antes de fazer algo, pergunte-se: isso é amoroso? É uma boa notícia? Estou sendo portador de Boas Novas? Estou trazendo mais amor ou sugando o amor da sala? Certo?
E em terceiro lugar, como o seu amor nos leva à liberdade, à paz e à alegria. Jesus diz que se aceitarmos o seu amor e seguirmos os seus mandamentos, a sua alegria estará em nós e será completada. Meu versículo de vida vem de João 10:10, quando Jesus diz: “Eu vim para que vocês tenham vida. Você pode tê-lo em sua plenitude. Acho que acreditamos ou não. Sei que às vezes tenho dificuldades, mas mesmo nessa luta, experimento uma grande liberdade ao saber que, não importa o que aconteça, sou simplesmente amado por Deus. E Jesus não nos promete felicidade porque não podemos ser felizes em todos os momentos. Todos nós enfrentamos momentos difíceis na vida quando a felicidade está longe. Mas ele promete alegria, porque a alegria é muito mais profunda que a felicidade, certo? Mesmo naqueles momentos de verdadeira dificuldade e sofrimento que todos nós vivemos todas as semanas, somos convidados a vir e deleitar-nos no coração do Filho que nos diz que nos ama. E uma vez que aceitamos o seu amor, esse amor nos liberta do medo e, portanto, cria uma sensação de alegria que o mundo não pode dar.
Então encontro a Palavra de Deus esta semana me enchendo de esperança, lembrando-me que sou amado e então me capacitando para ser um agente de alegria e de paz. E então, esse é o meu convite para você ao longo desta semana. Lembre-se de que você é amado. Lembre-se de que Jesus envia você na missão de levar esse amor aos outros – a quem você levará esse amor ao longo desta semana? E em terceiro lugar, lembre-se de que a sua alegria será completada se você vier a Cristo mais profundamente, se confiar nele e se correr o risco de amá-lo um pouquinho mais ao longo desta semana. É isso.
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O que os jovens mais precisam ouvir numa homilia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU