17 Mai 2021
Iniciou ontem, 16, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, sob o tema “Permanecei no meu amor e produzirei muitos frutos”, promovida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas. Os subsídios da Semana da edição 2021 foram elaborados pela Comunidade Monástica de Grandchamp, na Suíça.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O tema deste ano propiciou às irmãs da Comunidade de Grandchamp partilhar a experiência e a sabedoria da vida contemplativa no amor de Deus, e falar das consequências da oração: uma comunhão mais estreita e maior solidariedade com toda a criação.
Nos anos 30 do século passado, um grupo de mulheres da Reforma, conhecido como “Damas de Morges”, redescobriu a importância do silêncio na escuta da Palavra de Deus. Elas organizaram práticas de retiros espirituais para alimentar sua vida de fé, no que foram seguidas por outras pessoas nos encontros promovidos em Grandchamp, um pequeno povoado de pouco mais de 100 habitantes, perto do Lago Neuchâtel.
No hemisfério Norte, a Semana de Oração observa o período entre as festas de São Pedro e São Paulo, de 18 a 25 de janeiro. No hemisfério Sul, o evento é celebrado no período de Pentecostes, que também vem a ser um momento simbólico para a unidade da Igreja.
O cartaz para a Semana de Oração brasileira é uma arte produzida pelo estudante de Filosofia Carmelino Antonio Ramires Neto, do Pará. O fundo da paisagem típica da Amazônia, em cores de arco-íris, simboliza a diversidade cultural e religiosa da região. No centro, uma Sumaumeira, árvore típica da Amazônia, considerada a mãe da floresta por ser grande e ter raízes bem firmes.
Cartaz da semana da oração brasilera (Foto: Divulgação - Conic)
Num lado da Sumaumeira aparece a imagem de Liza Guidicelly, jovem mãe marajoara, evangélica, e no outro lado desponta o jovem negro Tarcísio, católico, com apreço às religiões de matriz afro. “Com esses dois rostos represento todo o povo amazônico, homens, mulheres, jovens, anciãos, negros, pardos, indígenas, brancos”, explicou Ramires Neto.
Mas o cartaz traz, ainda, uma floresta de açaizeiros e casas ribeirinhas, com fogo no lado esquerdo da paisagem, como descreve o autor: “é [a] consequência da ganância do homem por poder, dinheiro e fama. Esse fogo, muitas vezes, é a falta de diálogo e tolerância”.
Para muitos moradores da região, o rio é uma rua, uma extensão da casa, por onde navegam histórias, alimentos, pesca. “É testemunho de muitas alegrias e injustiças, como a extração ilegal de madeira e o desmatamento desenfreado”. O cartaz integra elementos do folclore da Amazônia, como a Cobra Grande, lenda que diz que ela estaria abaixo de cidades e quando se mexer a cidade afundará.
O tema da Semana foi adaptado para a situação brasileira pelo Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (Caic). Os materiais alusivos à Semana, celebrada no Brasil desde 1968, serão virtuais, a partir deste ano.
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Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2021 enfatiza o amor - Instituto Humanitas Unisinos - IHU