03 Mai 2024
Pier Giorgio Frassati, indicado pelos três últimos papas como modelo para os jovens de todos os tempos, será canonizado em 2025, durante o Jubileu. A pedido de Francisco, que muitas vezes o cita para incentivar os jovens a seguirem o seu lema: “É preciso viver, não apenas subsistir”.
A reportagem é de Domenico Agasso, publicada por La Stampa, 28-04-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
O anúncio foi feito pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, durante a assembleia nacional da Ação Católica (AC) em Sacrofano: “Gostaria de informar que a canonização do Beato Frassati, um ‘santo social’, já está clara no horizonte e se perfila para o próximo ano jubilar". Na homilia para o rito da sua beatificação, recorda o cardeal, como relata o Avvenire, jornal da CEI, que aconteceu em 20 de maio de 1990, São João Paulo II o chamou de homem das Bem-aventuranças; disse também que ‘na Ação Católica viveu a sua vocação cristã com alegria e orgulho e empenhou-se a amar Jesus e a ver nele os irmãos que encontrou no seu caminho’”.
Pier Giorgio Frassati, nas montanhas (Foto: Luciana Frassati | Domínio Público)
Frassati dedicou sua curta existência com uma caridade inesgotável, socorrendo e apoiando os pobres de Turim no início do século XX.
Essa grande história humana, cristã, social e política começa em 1901. Em 6 de abril nasce Pier Giorgio Frassati, filho da alta burguesia de Turim: seu pai é o advogado e jornalista Alfredo Frassati, fundador e depois diretor do La Stampa, futuro senador do Reino; a mãe é a pintora Adelaide Ametis. Uma poliomielite fulminante seria letal para Pier Giorgio, que morre aos 24 anos em 4 de julho de 1925. Mas terá tempo para se tornar um “santo”, ajudando os necessitados de todas as maneiras, engajando-se em mil iniciativas de caridade: “Não devemos dar trapos aos pobres! Cristo disse: o bem feito a eles, é feito a Ele. Ao redor dos miseráveis vejo uma luz que nós não temos... O nosso serviço é mais benéfico para nós do que para os pobres." Ele não descuida dos estudos: quer ser engenheiro, para estar ao lado dos mineiros. No bolso traz as carteirinhas de diversas associações cristãs. As enumera a AC: “Esteve na ‘Juventude Católica’, universitário em Fucino, militante do recém-formado Partido Popular de Dom Luigi Sturzo, fundador da revista Pensiero Popolare”. Frassati mostra-se “sempre generoso no seu serviço apaixonado aos últimos, a sua medida das coisas terrenas."
E à noite, em vez de descanso, a adoração, na igreja de Turim onde atuam os Padres Sacramentinos.
Foto: Domínio Público
Um deles contou: “Pier Giorgio gostava muito da adoração noturna e participava não só daquela dos jovens, mas às vezes também dos homens... Raramente o vi sentado demonstrando cansaço. Nos momentos de silêncio, abaixava a cabeça entre as mãos por breves momentos e depois a levantava olhando longamente para a santa Hóstia”. E as ações do dia são fruto da oração noturna. E além disso, o seu amor pela montanha, onde costumava levar os amigos. A AC ressalta essa “paixão que continua até hoje na experiência dos ‘Sentieri Frassati’: uma rede de caminhos presentes em todas as regiões da Itália, percorridas por milhares de pessoas todos os anos, num ambiente onde o homem ainda hoje pode encontrar o silêncio, a paz, o encontro com Deus, consigo mesmo, com a beleza dos elementos". Frassati inspira e é venerado em todo o mundo.
No último período fundou a “Sociedade dos Tipos Sombrios”: os membros, “vigaristas e trapaceiros”, recebiam apelidos engraçados - Pier Giorgio era “Robespierre” - organizavam caminhadas e jogos.
Uma amizade, essa deles, cimentada pela fé.
Entre as frases mais famosas de Frassati está aquela frequentemente usada por Bergoglio para estimular os jovens a não ficarem "sentados no sofá": "Viver sem uma fé - dizia Pier Giorgio - sem um patrimônio a defender, sem apoiar a verdade numa luta contínua, não é viver, mas subsistir...". E depois: “Todo católico não pode deixar de ser alegre; a tristeza deve ser banida das almas dos católicos".
Em 2015, o Pontífice, em visita a Turim, foi à Catedral para rezar diante do túmulo de Frassati, o “santo jovem e dos jovens” indicado como exemplo de virtudes cristãs por Bento XVI na sua Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude 2012, e definido pelo Papa Wojtyla como “um jovem de uma alegria apaixonante, uma alegria que superava muitas dificuldades da sua vida”.
Foto: Domínio Público
