17 Janeiro 2024
Evento em Davos, na Suíça, acontece em um contexto internacional tomado por conflitos e dúvidas sobre o engajamento dos governos na agenda ambiental e climática.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 16-01-2024.
Começou nesta 2ª feira (15/1) a edição 2024 do Fórum Econômico Mundial, evento anual que reúne líderes políticos, empresários, investidores e outras personalidades na cidade de Davos, na Suíça. O cenário idílico dos Alpes mascara um contexto de tensão internacional, de desconfiança generalizada entre os países e incertezas econômicas e geopolíticas.
Esse cenário desafiador resultou em um esvaziamento político do Fórum neste ano: entre os chefes de governo e de Estado, apenas o francês Emmanuel Macron e o argentino Javier Milei confirmaram presença em Davos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também deve participar.
Sem o presidente Lula, a delegação do governo brasileiro será encabeçada pelas ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Nísia Trindade (Saúde), além do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o governador do Pará, Helder Barbalho, também estão confirmados.
A ausência de Lula, bem como a do ministro Fernando Haddad (Fazenda), frustrou as expectativas da organização do Fórum de Davos, de acordo com o Valor. As atenções internacionais estão sobre o Brasil para os próximos anos, na esteira da cúpula do G20 no Rio de Janeiro em 2024 e a COP30 de Belém em 2025.
Mesmo sem os principais líderes internacionais, o Fórum Econômico Mundial deve se debruçar sobre o atual cenário internacional, marcado por conflitos e incertezas. Além das guerras na Ucrânia e em Gaza, os participantes discutirão também os avanços necessários para que o mundo se distancie dos combustíveis fósseis, em linha com o que foi acordado entre os países na última COP28, no ano passado.
“O que é crucialmente necessário neste momento é uma nova abordagem, que promova a transição para uma economia verde, digital e inclusiva como uma grande oportunidade para a criação de empregos, aumento do poder de compra e, finalmente, com foco em crescimento econômico sustentável”, defendeu Klaus Schwab, fundador e presidente-executivo do Fórum, em artigo na Folha.
A questão climática está no centro da participação brasileira em Davos. Enquanto Marina Silva terá a tarefa de “vender” o Plano de Transformação Ecológica do governo federal a investidores internacionais, Nísia Trindade e Alexandre Silveira participarão de eventos sobre clima e transição energética. O Correio Braziliense deu mais detalhes.
Folha, O Globo, Poder360 e RFI, entre outros, também repercutiram a agenda de Davos e a presença brasileira no Fórum Econômico Mundial.
Em tempo: O abismo da desigualdade social está se aprofundando. Um levantamento divulgado pela Oxfam no último domingo (14), na véspera da abertura do Fórum de Davos, mostrou que os cinco homens mais ricos do planeta mais que dobraram suas fortunas desde 2020, saltando de US$ 405 bilhões para US$ 869 bilhões em três anos. Em média, a fortuna desses bilionários cresceu US$ 14 milhões por hora. Na outra ponta, a esmagadora maioria da humanidade (quase 5 bilhões de pessoas) ficou mais pobre nesse período. Os dados foram destacados pela Agência Brasil, CNN Brasil, Estadão e UOL, entre outros veículos.
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Esvaziado, Fórum Econômico Mundial discutirá transição energética - Instituto Humanitas Unisinos - IHU