17 Abril 2023
Coincidência ou fato providencial? Jacques Gaillot voltou à casa do Pai na semana in albis iluminada pela luz da Ressurreição de Cristo que celebramos no sábado passado.
Por diversas vezes publicamos suas intervenções em nosso blog, ele era para nós uma espécie de “companheiro de viagem” cuja perda nos entristece profundamente.
Em sua memória, Golias redigiu uma breve saudação que fazemos nossa e que julgamos ser igualmente bem recebida por vocês, amigos leitores.
O texto é publicado por Garrigues et Sentiers, 13-04-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Tomamos conhecimento com grande tristeza do falecimento de Jacques Gaillot.
Por mais de vinte anos foi bispo de Partenia, depois de ter sofrido pressões de Roma que o obrigaram a deixar a sé de Evreux. Em 1990, definimos Mons. Gaillot como “ultraconciliar” no primeiro Trombinoscope pour épiscopes: “O único bispo convertido graças à sua missão. O bispo que entendeu a modernidade em sua essência. Que coloca em prática uma liberdade de espírito que muitos bispos não se permitem devido à sua função. Que tem coragem num ambiente eclesial e episcopal que não é nada terno para com ele. Que encontra conforto no exterior, o que lhe basta ser feliz como pastor e como homem. Profundo, bom teólogo, terno, vive serenamente a dialética pastor-profeta. Não é ingênuo nem desajeitado como alguns dizem, mas corre o risco de 'queimar as baterias' devido a um plano midiático dispersivo e mal organizado...".
Jacques Gaillot permaneceu aquele bispo "de grande renovação", atento aos mais pobres. Convidava a pensar de forma diferente. Sobre o mundo, para recordar o imperativo da fraternidade. E também sobre a Igreja:
“Tenho a impressão, confidenciava, de que a Igreja na França perdeu vigor. Os bispos gastam muita energia na reestruturação. Sentem restrições pela modernidade. Alguns olham para trás para tentar tornar atuais cerimônias pomposas e liturgias sagradas”.
“Parece que nada de novo esteja acontecendo. Eles têm a audácia de preparar o futuro das comunidades cristãs? Eles têm a liberdade, coletivamente, de abrir caminhos para os casais divorciados, recasados e os casais homossexuais? Encontrarão finalmente a coragem para se opor com força às armas nucleares? E para manifestar a sua solidariedade com povos oprimidos como o povo palestino? Uma Igreja autêntica é uma Igreja credível”.
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Jacques Gaillot, in memoriam. Uma Igreja autêntica é uma Igreja credível - Instituto Humanitas Unisinos - IHU