Morreu dom Jacques Gaillot. As margens eram os territórios da vida humana que abrigavam sua vivência de fé

(Foto: Eric Mok | Unsplash)

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Abril 2023

Após uma doença fulminante, o bispo francês Jacques Gaillot morreu na quarta-feira, 12 de abril, em Paris. À frente da diocese de Evreux desde 1982, em 1995 foi afastado do cargo pelo Papa João Paulo II devido a algumas de suas posições sobre a questão da ordenação de homens casados e a favor dos divorciados recasados.

O comentário é de Marcello Neri, teólogo e padre italiano, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, em artigo publicado por Settimana News, 13-04-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Não isentos de responsabilidade por essa decisão disciplinar extrema do Vaticano foram seus irmãos bispos da Conferência Episcopal Francesa da época, que se ressentiam de sua liberdade de expressão e de sua capacidade de se comunicar com a sociedade civil.

Rebaixado a bispo in partibus infidelium da diocese de Partenia (Mauritânia), que desapareceu da geografia católica no século V, Gaillot assumiu efetivamente seu ministério, transformando-a - já no final do século XX - em um lugar pastoral digital. Mostrando tanto sua habilidade de criar interface com novos territórios de anunciação da fé como uma fidelidade ao mandato de uma Igreja que o havia marginalizado – transformando uma punição em oportunidade.

As margens eram, em todo caso, os territórios da vida humana que abrigavam sua vivência de fé - aqueles da sociedade e os das pessoas na Igreja Católica.

Na declaração da atual Conferência Episcopal, os bispos franceses o recordam nestes termos: “além de algumas tomadas de posição que dividiram, recordamo-lo como alguém que olhou sobretudo para a situação dos mais pobres e das periferias”.

Uma postura de fé que o tornava particularmente próximo do Papa Francisco, que o recebeu em audiência privada em setembro de 2015 – atendendo assim a um pedido expresso por Gaillot em carta enviada ao papa.

Leia mais