Bolsonaristas atacaram 40 profissionais de imprensa no domingo do terror

Fotógrafo do Estadão Dida Sampaio, é escoltado da manifestação que cobria após ser agredido em 2020, em meio a onda de violência contra jornalistas. (Foto: reprodução | brasil de fato)

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17 Janeiro 2023

As “pessoas de bem” que vestiram verde a amarelo, colocaram a bandeira do Brasil nos ombros e promoveram os maiores atos de vandalismo já registrados na Praça dos Três Poderes em Brasília, agrediram profissionais da imprensa. O caso mais dramático foi vivenciado por repórter do jornal O Tempo, de Contagem, Minas Gerais, que vivenciou a ação da turba no prédio do Congresso Nacional.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

Ele chegou a ser mantido em cárcere por 30 minutos, teve o crachá e a mochila tomados, tiraram 20 reais que tinha na carteira, além de levar tapas, chutes e socos e chegou a ser ameaçado com arma de fogo.

Repórter há 25 anos, o repórter que agora trabalha em O Tempo cobriu todas as grandes manifestações ocorridas na capital federal nas duas últimas décadas. Cobriu o rastro deixado pelo terremoto que devastou o Haiti, esteve na Coreia do Norte, mas, escreveu, “nunca senti tanto medo, tão inseguro, tão vulnerável quanto neste 8 de janeiro de 2023, em Brasília, cidade que escolhi morar por, entre outras coisas, oferecer segurança a mim e à minha família. Segurança que claramente não tenho mais”. Mesmo quando solicitou ajuda de policiais, já na rua, recebeu como resposta dos agentes que nada podiam fazer por ele.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) contabilizou ataques a 40 jornalistas, não só em Brasília, mas também em São Paulo, Rio de Janeiro, Praia Grande, Ribeirão Preto, Curitiba, Florianópolis, Recife, Natal, Maceió, Cuiabá, Lucas do Rio Verde (MT), Campo Grande e Rio Branco.

Machistas, bolsonaristas chegados ao terror, atacaram em Brasília repórter fotográfica do portal Metrópolis, agredida por dez homens no entorno do Congresso Nacional. Recebeu chutes e socos na barriga, teve seu equipamento e celular roubados. Correspondente do The Washington Post também foi atacada, teve os óculos quebrados, os cabelos puxados e foi chamada, diversas vezes, de “vagabunda”, “vadia”.

A Abraji repudiou as “afirmações misóginas” que o procurador Augusto Aras dirigiu à repórter Miriam Leitão que, em coluna em O Globo, no domingo, 8, lembrou ofício assinado pela Procuradoria Geral da República em novembro de 2022, acabando com os grupos das procuradorias que combatiam atos antidemocráticos.

Em entrevista ao programa Fatos & Opinião, da BNews TV, Aras disse que “essa senhora parece que tem um fetiche comigo, talvez porque eu não tenha atendido às matérias seletivas para ela e a família dela. Essa senhora foi cortada da seletividade que tinha na Operação Lava Jato. E, provavelmente, o jornal dela ganhou mais dinheiro do que com a novela das 8”.

No ofício enviado na quarta-feira, 11, ao Corregedor Nacional do Ministério Público, a Abraji destacou que, “em um contexto de riscos para o exercício do jornalismo no país, a fala [de Aras] representa um ato simbólico de endosso à onda de violência contra.

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