O teólogo brasileiro responsabiliza diretamente o ex-presidente, apoiado pela "elite antiquada e pela burguesia", pelo assalto aos três poderes em Brasília.
A reportagem é de José Beltran, publicada por Vida Nueva Digital, 10-01-2023.
O teólogo brasileiro Leonardo Boff deu um passo à frente ao se posicionar contra o assalto à sede dos três poderes do Estado em Brasília, conhecida como 'três Casas de Governo'. “Houve uma orquestração de pessoas importantes que não toleram uma democracia com conotação social e presidida por um filho da pobreza”, denuncia via Twitter que não hesita em responsabilizar diretamente o ex-presidente brasileiro.
Dessa forma, Boff configura uma hipótese, que chama de “minha suspeita”, segundo a qual “ a elite ultrapassada e a burguesia em geral são bolsonaristas, gostam de ditaduras”. Ele considera que esses grupos “aderiram ao golpe de Bolsonaro” para formar o que chama de “golpe híbrido”, ao passo que usaram “pessoas comuns ignorantes e ingênuas” ao invés de se expor.
Suspeitas do exército
O pensador vai além e lança a seguinte reflexão: “Os altos comandos militares das Forças Armadas estão apoiando a tentativa de golpe em Brasília? Por que se calaram e não condenaram a destruição literal das 'três Casas do Governo', defendem ou não a democracia e o povo? Seria uma tragédia se voltassem ao poder e à repressão”.
A verdade é que a situação já parece controlada, após a prisão de 300 golpistas no domingo e outros 1.200 na segunda-feira que se refugiaram no acampamento que montaram em frente ao Quartel General do Exército desde as eleições, com a conivência de o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com isso, o teólogo aponta que “a política de ódio, notícias falsas, desprezo pelos mortos pelo vírus e as ameaças de golpe de estado de Bolsonaro criaram as condições de brutalidade e vandalismo” em Brasília. "A violência só destrói", conclui Boff.
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