Ambiência digital e os novos modos de ser O mundo contemporâneo e as sociedades hiperconectadas nos jogam diante de inúmeros desafios. Se por um lado o fenômeno das fake news é efeito desse novo ethos das sociedades em midiatização, a produção desse tipo de conteúdo não se restringe a ele. Trata-se de uma dimensão mais ampla da comunicação mediada não somente pelos usuários das redes, mas por tecnologias de inteligência artificial, sofisticados levantamentos de dados e emulações do comportamento humano por robôs. Toda essa ambiência produz um novo modo de ser e estar no mundo, que exige pensar quais tipos de valores estão sendo propostos. Não parece, contudo, haver dúvida de que estamos diante da necessidade de construirmos uma rede e uma sociedade que não sejam entrópicas e que tenham, como horizonte, o respeito à diversidade e a preservação dos valores da pessoa humana. Para pensar essa problemática, a revista IHU On-Line reúne uma série de pesquisadores, de diferentes áreas, para pensar a emergência das fake news.
Ainda nas primeiras décadas do século XX o jesuíta e paleontólogo Teilhard de Chardin vislumbrava a formação da noosfera — uma esfera de pensamento que envolveria a Terra, criada a partir da consciência dos processos evolutivos em nível biológico, tecnológico e espiritual. Hoje, em uma época em que a internet, as redes sociais e as economias globalizadas permitem o surgimento de uma sociedade interconectada, talvez estejamos mais próximos do que nunca de atingir tal consciência. A revista IHU On-Line debate o tema com a participação de pesquisadores e pesquisadoras de diversas áreas do conhecimento.
O Papa Francisco convocou um evento em que se debateu a realização de um pacto por “uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a deprecia”. Segundo Francisco, trata-se de “um ‘pacto’ para mudar a atual economia e dar alma à economia do amanhã. Sim, precisamos “re-almar” a economia”, exclama o papa. A presente edição da IHU On-Line quer contribuir neste debate, consciente da capacidade de fagocitose o capital, delinear possibilidades de uma outra economia.