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A ilusão da razão produz monstros

Fonte: Tomasz Sroka | Unsplash

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18 Setembro 2025

Trump, Steve Jobs, Milei, Peter Thiel (inventor do PayPal) e muitos CEOs do Vale do Silício estão entre os seguidores de Ayn Rand, escritora russa que se radicou nos Estados Unidos após a revolução comunista e que mais tarde se tornou uma filósofa fundamental para o libertarismo. Em vez de dizer que nenhum homem é uma ilha, frase de John Donne que serviu de lema contra o Brexit, os randianos pensam que todos podemos ser ilhas.

A reportagem é de Marcela Fuentealba, publicada por Revista Santiago, 15-09-2025. A tradução é do Cepat.

Quando Elon Musk diz que a empatia é a fraqueza fundamental da civilização ocidental, Margaret Thatcher, que não existe sociedade, e Javier Milei, que o socialismo é o câncer da humanidade, estão citando Ayn Rand (1905-1982), uma escritora e filósofa russo-estadunidense que ganhou fama a partir dos anos 1940 como apologista do egoísmo, da razão individualista e capitalista contra a religião, o social e o altruísmo.

Amiga de Alan Greenspan, o todo-poderoso diretor do Federal Reserve, de 1987 a 2006, Rand é a teórica de fundo do neoliberalismo dos anos 1980, acelerado hoje pelos oligarcas digitais, para que cada pessoa seja livre para ser egoísta, rica e feliz. Talvez se sentiria irritada por seus herdeiros, tão diferentes dos heróis de suas distopias, e usaria sua respectiva linguagem agressiva.

Não é agradável de ler. Sempre mira em um adversário e se expressa com desdém. Assim é seu quarto romance, o primeiro de grande sucesso, A nascente (1943), sobre o arquiteto Howard Roark, um homem de princípios sólidos e tão determinado a segui-los que enfrenta uma série de pessoas de segunda mão – “second-handers”, influenciáveis e fracos -, desprezadas por ele por não compreenderem seus arranha-céus singulares. Seu leitmotiv é que “o ego é a nascente do progresso humano”. Foi rejeitado por uma dezena de editoras. A crítica o considerou duro, longo e inconclusivo.

Em 1957, Rand se consolidou com A revolta de Atlas, distopia protagonizada pelo milionário John Galt, líder de um grupo de indivíduos bem-sucedidos que, agoniados pelas imposições estatais, refugiam-se em um vale escondido para viver em liberdade absoluta, longe do obstáculo dos pobres e dos fracos. Em longos parágrafos, Galt explica sua filosofia, o “objetivismo”, que se tornaria a bandeira de luta de Rand, desde então. Vendeu milhares de cópias, nunca mais escreveu ficção e se dedicou a disseminar essa filosofia: um homem deve seguir sua individualidade racional, sem medir as consequências, ou melhor, as consequências são sempre éticas, quando são fiéis à sua razão pessoal.

A revolta de Atlas foi fundamental para gerações de estadunidenses (em uma pesquisa sobre os livros mais impactantes, ficou atrás apenas da Bíblia) e pessoas como o presidente Trump, Steve Jobs, muitos CEOs do Vale do Silício e o guru da Uber dizem que é uma obra que os inspirou profundamente. Um exemplo é Peter Thiel, inventor do PayPal e financiador do Facebook, que investe em IA, prolongamento de vida e seasteading, ou seja, criar propriedades privadas em águas internacionais, independentes dos governos: ilhas flutuantes com seus próprios cruzeiros, usinas de combustível etc. (ainda não existe nenhuma).

Em vez de dizer que nenhum homem é uma ilha, frase de John Donne que serviu de lema contra o Brexit, os randianos pensam que todos podemos ser ilhas. Na Inglaterra, há muitos seguidores entre os Brexit boys. Sua proposta é “eles ou nós”: a força da própria vida contra a fragilidade da morte alheia.

Rand era ateia, antirreligiosa, em favor da liberdade total, do aborto à usurpação, contra a Palestina, contra o comunismo e contra a sociedade de bem-estar social. Para os homens poderosos que seguem seus preceitos - sempre viris, nunca femininos: em seus romances, as mulheres aparecem em triângulos e são objeto de sexo duro; Rand aceitou os homossexuais, mas não gostava deles - não importa se suas ações destroem o outro, porque a ética de si mesmos sempre é superior: é “racional”. Os visionários jamais devem se sacrificar por alguém.

“Não é difícil entender por que Rand atrai os bilionários”, escreve o jornalista Jonathan Freedland. “Oferece algo crucial para qualquer movimento político bem-sucedido: um senso de vitimismo. Diz a eles que são parasitados pelos pobres e os oprimidos através de governos controladores e invasivos”. Os fracos não merecem amor, teria dito ela.

“O Coletivo”

Alisa Zinov’yevna Rosenbaum (1905) foi para os Estados Unidos, aos 21 anos, para visitar parentes e decidida a permanecer como Ayn Rand. Desde criança, em sua cidade natal, São Petersburgo, inventava roteiros de filmes e romances. Aos nove anos, decidiu se tornar escritora. Sempre amou os romancistas do século XIX, de Victor Hugo a Dostoiévski.

Com a Revolução Russa de 1917, aos 12 anos, fugiu com a família para a Crimeia. Era a mais velha de três irmãs, com mãe intelectual e pai farmacêutico, judeus não praticantes, que passaram da posse de um comércio florescente a grandes penúrias. Depois de alguns anos, retornaram à cidade - então Petrogrado - e ela começou a estudar Pedagogia Social e História, depois Cinema. Viu documentários sobre Nova York e quis partir. Morreu lá 60 anos depois. Nunca mais voltou. Sempre odiou a Rússia e a URSS por ser antiquadas, místicas e incivilizadas.

Em Los Angeles, em 1927, conheceu o cineasta Cecil B. DeMille e, logo depois, seu marido, o ator Frank O'Connor (não tiveram filhos). Escreveu roteiros e romances. Quando avançava no primeiro, no início dos anos 1940, sofreu um esgotamento e lhe receitaram a anfetamina Benzedrina, que usou por décadas. Participou das comissões anticomunistas de Hollywood e, no início dos anos 1950, mudou-se para Nova York, onde obteve sucesso com obras na Broadway.

Formou-se, então, uma espécie de seita em torno dela, um grupo de amigos que acreditava firmemente no capitalismo radical. Autodenominavam-se ironicamente “O Coletivo” e questionavam qualquer sentimento altruísta. Um deles era Alan Greenspan, o homem que acelerou a economia dos Estados Unidos com o poder tecnológico e digital. Com Rand, falou de uma sociedade completamente livre, guiada pela razão. E que melhor razão e cálculo do que máquinas como extensão do comércio e do conhecimento? Para Rand, as únicas bases do social. O capitalismo sem qualquer regulamentação era o sistema mais ético.

A partir dos anos 1960, seus seguidores passaram a publicar periodicamente O Objetivista, com textos seus e de seu seguidor, Nathaniel Branden, posteriormente reunidos em A virtude do egoísmo, o primeiro de quatro livros de não ficção. Nele defende o egoísmo como o oposto do altruísmo, que considera uma ética geral fracassada e falsa. A sociedade não existe, é um grupo de indivíduos, e a razão deve ser a norma de qualquer germe vital, sempre ameaçado por “parasitas” que não sabem pensar por si mesmos. “Parasitas, mendigos, saqueadores, brutos e criminosos não podem ter valor algum para um ser humano, assim como ninguém pode obter qualquer benefício vivendo em uma sociedade baseada nas necessidades deles, em suas demandas e sua proteção”, escreve.

Se lido como um livro de filosofia, imediatamente, observa-se que as bases dessa proposta são altamente questionáveis. De partida, supõe que a ética geral é falsa e fracassada; depois, é evidente que Rand leu pouca filosofia, muito menos ética. De fato, em uma entrevista na TV, em 1959, confessa que só Aristóteles lhe interessa. Ou seja, não considera Kant - diz odiá-lo como o pior demônio -, Locke - toma seus conceitos, mas não o cita; por exemplo, que a mente humana é uma folha em branco -, Descartes, Schopenhauer, Nietzsche – a quem plagia, mas depois renega - e William James, para citar alguns dos grandes filósofos do eu e da liberdade. Sem mencionar Heidegger ou Camus, nem Arendt, Beauvoir e Weil, suas contemporâneas judias (ao lado delas, aparece retratada no livro O fogo da liberdade, de Wolfram Eilenberger, como a mais fraca, embora talvez a mais estranha, à beira de um “transtorno de personalidade narcisista”).

Também não discute a linha freudiana. É pré-analítica. Mais do que filosofia, parece um livro de autoajuda para a autoestima. Aborda o dilema entre egoísmo e altruísmo por meio de um exemplo: “Preocupar-se com o bem-estar das pessoas que se ama é uma parte racional dos interesses egoístas”, explica. “Se um homem que ama apaixonadamente sua esposa, gasta uma fortuna para curá-la de uma doença perigosa, seria absurdo dizer que o que faz é um 'sacrifício' por ela e não por ele próprio (...). Contudo, suponhamos que ele a deixasse morrer para gastar o dinheiro salvando a vida de outras 10 mulheres que não significam nada para ele, como a ética do altruísmo demandaria, isto, sim, seria um sacrifício”, conclui.

Rand se apaixonou por seu adorador, Branden, 25 anos mais novo que ela. Ele relata isto no documentário de Adam Curtis, All Watched Over by Machines of Loving Grace, que examina como os computadores e o digital são um fiasco social. Branden era casado com outra randiana e o caso levou ao rompimento do grupo. O affaire durou alguns anos. Rand convenceu Branden de que seu amor era necessário porque era racional. Estava na mente dela, não na dele, explica, e a deixou em 1967.

Barbara, a outra esposa afetada, diz que, após o fracasso, Ayn ficou muito amarga. Passou por uma cirurgia pulmonar, nos anos 1970, doente de câncer devido ao seu longo tabagismo. No final, aceitou se inscrever no Medicare, o seguro social que condenava. Em 1973, como em outras vezes, discursou para os militares em West Point sobre a supremacia norte-americana, da epistemologia à justiça. Morreu em 1982.

Os seguidores da romancista transformada em filósofa ética, elevada a intelectual libertária e conservadora - do Tea Party aos cristãos segregacionistas - atingiram um nível de confusão e absurdo, de mentiras e intromissões, que até Rand rejeitaria. Mais uma vez proporia partir, desta vez com urgência, para um vale perdido para se salvar do apocalipse provocado pelo próprio Atlas, o titã que deveria sustentar o mundo e o céu.

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