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A força de Simone Weil. Artigo de Aïcha Liviana Messina e Juan Rodríguez Medina

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06 Setembro 2025

“Em Weil, a religião permite abordar o problema político da força, sem solucioná-lo ou oferecer-lhe um fundamento. Permite também pensar o problema do pensamento. O que ela chama de 'espera de Deus', que provê 'atenção', algo que não temos quando estamos submetidos ao reino do útil, e o que chama de 'graça', que alivia da morte (sem nos libertar dela), são condições de possibilidade para o pensamento”, escrevem Aïcha Liviana Messina, filósofa, e Juan Rodríguez Medina, jornalista, em artigo publicado por Revista Santiago, 22-08-2025. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Simone Weil é uma filósofa de campo. Em 1932, pouco antes de Hitler chegar ao poder, viaja para a Alemanha. Pressente que algo está acontecendo e, em vez de opinar, muda-se para outro lugar. Em 1939, quando inicia a guerra, publica um comentário sobre a Ilíada, de Homero, intitulado A Ilíada ou o poema da força. Há algo de metodológico - no sentido de buscar e escolher um caminho - nesta decisão de comentar essa obra quando a Europa entra em guerra. Para pensar o presente, Weil recorre ao passado; para pensar a violência política, a violência da guerra, recorre a um poema. Pensar na violência de seu tempo, no desdobramento peculiar de sua força, para a qual provavelmente não havia, naquela época, as palavras ou os conceitos que temos hoje, requer se expor a outra linguagem, uma que não se compreende facilmente, uma que resiste; requer se expor a outra força, atemporal, a do poema, uma que nos questione de fora.

O problema que motiva toda a obra de Weil é a força. Ela entende que, além de alienados, despossuídos das condições que nos tornam livres, de nossa humanidade, nós estamos sujeitos a forças que nos transcendem e nos aniquilam, tanto em nossa condição de seres oprimidos quanto de seres opressores. O vitimário também, aliás, sobretudo, é objeto da força. Assim, na Ilíada, Weil reconhece que quem possui as armas, quem mata, também mata a si mesmo, não responde por sua ação, é um morto vivo. É a engrenagem de uma maquinaria: quem possui a força está possuído por sua força. Para Weil, o recorrente, para além de qualquer forma histórica de opressão, da Guerra de Troia ao capitalismo, é a força.

A falta de enraizamento ou de raízes, diz Weil, caracteriza a vida moderna. Estar desenraizado não significa estar livre de uma natureza, ou daquilo que prende. O desenraizamento se caracteriza pela ausência de laços, aqueles que possibilitam a vida, sua geração. O desenraizamento se relaciona, portanto, com outro tema recorrente em sua obra e que terá um teor tanto político quanto religioso: le malheur, ou seja, a desgraça ou desventura, uma espécie de embotamento da vida mental ou espiritual, resultado da pressão e da subordinação, por exemplo, trabalhista, próprias da sociedade capitalista e, em particular, do taylorismo, da racionalização e padronização do trabalho.

Por indagar a desgraça, Weil faz um trabalho de campo, sozinha: foi operária por alguns meses. Seu método consiste em se desinstalar, ir aos limites e se expor aos limites, à força, à beleza de um poema ou, neste caso, à dureza de uma fábrica. O campo de indagação de Weil não é meramente espiritual, nem material. Em A condição operária, livro que reúne escritos datados entre 1935 e 1937, Weil relata sua experiência física e mental na fábrica, mostra e analisa as relações de subordinação e dominação entre trabalhadores/as e chefes, e propõe e discute reformas organizacionais, sindicais e políticas para aliviar a vida operária. Tudo muito concreto. No entanto, perto do final, em um texto de 1942, introduz um aspecto religioso.

É como se Weil desse um salto que a leva a comparar a exploração, esse fardo, com a cruz de Cristo, e a dizer que o explorado deve contemplar esses sinais para compreender sua situação. Esse aspecto religioso de seu pensamento, o fato de ver na contemplação, na compreensão espiritual das próprias circunstâncias, uma possibilidade de saída, ou pelo menos de elaboração do mal-estar operário e, em geral, da desgraça humana, passa em primeiro plano em A gravidade e a graça, uma coletânea de textos, não reunidos por ela, com um tom marcadamente místico, nos quais fala de renúncia, de divindade, de escapar das leis deste mundo, de aceitar a morte.

Por que Weil, que começa pensando a condição operária, incluindo questões muito concretas como a organização dentro de uma fábrica, acaba falando da contemplação de Deus como possível resposta à alienação fabril? Por que ela passa da reflexão política e sindical ao misticismo? A liberdade, a resistência e a força são uma questão política ou religiosa? Ou talvez convirjam?

Há algo presente tanto nos escritos políticos de Weil quanto naqueles dedicados à “espera de Deus”, um sentido comum ou inquietação. Seja no âmbito material ou espiritual, o que ela busca é uma saída da alienação ou opressão específica produzida pela força. A desgraça ou desventura, malheur, é comum à política e à religião, só que elas oferecem campos de indagação diferentes. Mais ainda, assim como na religião uma saída da força pode ser a experiência da graça, a política também oferece experiências parecidas.

Durante uma greve, por exemplo, quando pela primeira vez as operárias que eram meros instrumentos de uma maquinaria abandonam o trabalho e se sentam sobre as máquinas, produz-se, diz Weil, uma “alegria” que ela vê, experimenta, algo que alivia, assim como a graça alivia a morte. Weil descobre na greve, sem chegar a fazer uma teoria sobre isto, uma espécie de graça política. Isso significa que devemos nos entregar a Deus? A resposta à opressão é religiosa?

Pensar a graça a partir da experiência, imprevista, da greve, abre outro caminho de reflexão para determinar o conteúdo de noções que pertencem a uma tradição religiosa. Weil, nesse sentido, não vê problemas em tomar, aproveitar, atender ao que tem em mão, sejam velhos poemas, experiências trabalhistas e políticas, esta ou aquela tradição religiosa, esta ou outra filosofia, seja o que for, para tentar compreender e escapar ou pelo menos driblar a força. Weil atua e lê sozinha, na imensidão de uma tradição filosófica, histórica, literária, que ela mesma traduz ou lê do grego, occitano ou sânscrito.

Assim, a graça, que a princípio parece um assunto só religioso, é o que se abre quando experimento resistência, quando, por exemplo, durante uma greve operária, noto o outro, uma companheira de trabalho, alguém que a máquina não me permitia ver (exceto como mais uma funcionária sujeita a outra máquina). É também graça, resistência, quando se abre um tempo, o do ócio, ou o da espera de um filho, em que o presente - que parecia fixado, com um futuro que é mera consequência, previsível – carrega um futuro e eu não sou mais plenamente dono (nem escravo). A graça, um dom sem cálculo, não ocorre por mero acaso. Requer passar pela força, buscar sua ruptura a partir de experiências que nos levam a tocar nossos próprios limites e nos abrem, pela primeira vez, a ver a outra pessoa.

Há algo que perfila entre a graça que eleva, que alivia do peso da morte, e esses momentos de resistência política, quando nos aliviamos do peso da coisificação, quando despertamos para a vida fora da morte, mas sem sair dela, sem sair da opressão, sem sair deste mundo: a graça, a alegria, a espera são apenas um tempo, não novas condições ontológicas. Resistir à gravidade, aliviar sua força, até mesmo se valer dela para flutuar, não a elimina.

Em O enraizamento, um ensaio escrito em plena Segunda Guerra Mundial, Weil afirma que “a função própria da religião consiste em impregnar com luz toda a vida profana, pública e privada, sem chegar a dominá-la de modo algum”. Ou seja, a religião é uma questão deste mundo, e é tanto pessoal quanto coletiva.

Em Weil, a religião permite abordar o problema político da força, sem solucioná-lo ou oferecer-lhe um fundamento. Permite também pensar o problema do pensamento. O que ela chama de “espera de Deus”, que provê “atenção”, algo que não temos quando estamos submetidos ao reino do útil, e o que chama de “graça”, que alivia da morte (sem nos libertar dela), são condições de possibilidade para o pensamento. Não para o conhecimento, porque não conduzem à verdade, “só” abrem à possibilidade de pensar.

Então, não há em Weil uma teologia política. Há abertura ao pensamento, que é ao mesmo tempo uma experiência de liberdade a partir da qual é necessário pensar a política. Ela nunca abandonou o combate político, material. Sempre buscou um pensamento, e não o fez apesar da força, mas devido e até em meio a ela, como quando foi à Ilíada para pensar o nazismo e as forças que acorrentavam a Europa.

Weil não foi lida depois da Segunda Guerra Mundial, nem antes, nem durante. Nem sempre assinava seus escritos com o próprio nome. Seu pensamento não leva a revoluções em massa, com as quais, às vezes, nos instituímos como heróis. Weil também não faz uma análise de sistema. Segundo ela, para que haja revolução política, os sujeitos devem estar em condições de se libertarem. Não há liberdade graças à revolução, há revolução graças à liberdade. Sob este arco, ela se permite oferecer ideias concretas, como a introdução de mudanças nas condições de trabalho, no estatuto do trabalhador, que não é apenas um operário. Mudanças que não nos fazem passar de “explorados” a “donos”, mas que modificam a nossa relação com os objetos e o mundo.

A prática fez de Weil uma filósofa. Trabalhar em uma fábrica, tornar-se miliciana, durante a Guerra Civil Espanhola, e fazer parte da “resistência” francesa, durante a Segunda Guerra Mundial, lhe deram a oportunidade de testar limites, medir forças, pensar. Seu pensamento é inseparável de sua forma de adentrar em diferentes campos. É uma filosofia que emerge de uma prática. Weil é filósofa até em seu morrer: sua decisão de comer apenas uma porção mínima de alimentos, como eram as rações na França ocupada, apesar de sua tuberculose, foi uma articulação entre a política e a graça.

Morrer não é apenas morrer heroicamente, como faria algum guerreiro (sujeito à força a que se julga sujeito), morrer filosoficamente (como é o caso de Sócrates, que busca aliviar-se do peso do corpo e, assim, libertar a sua alma) ou deixar-se morrer. Morrer não é algo ativo ou passivo. Morrer é a própria experiência de que algo resiste. De limite. Por isso, é necessário indagar, perguntar que nova linguagem, que pensamento emerge deste momento em que Weil parou de comer.

A prática de Weil não está precedida por palavras e não tem um desfecho mundano ou burguês. Weil não foi à fábrica porque queria confirmar ou implementar uma teoria. Não remete a esse conforto do saber. Sua origem familiar é burguesa, mas não se mantém em nenhum lugar ou mundo seguro. Talvez podemos chamá-la de santa, mas não de burguesa. Foi à fábrica porque não conseguia pensar a aniquilação ou força sem se aniquilar. Lá, experimentou limites, encontrou resistência e momentos de graça. O mesmo na guerra, a da Espanha, a da Europa e até a de Troia. E talvez também ao deixar de ingerir alimentos. Seu pensamento parte daí. Não o tinha antes. Vem da prática. Talvez aí, nessa contingência, nessa fraqueza, radica ou deita raízes sua liberdade. E, por que não, a sua força.

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