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Revelações de uma Chaminé: Papa Leão XIV. Artigo de Elias Wolff

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14 Mai 2025

"A chaminé do Vaticano não é apenas um elemento arquitetônico. Desde 1274, é instrumento de comunicação. Por estar associada a um ritual religioso, ela se insere no universo simbólico da fé: funciona como um sacramental, sinal visível que aponta para o mistério transcendente. É expressão de crença e esperança"

O artigo é do Prof. Dr. Elias Wolff, do Programa de Pós-Graduação em Teologia - PUCPR. 

Eis o artigo.

Durante a eleição de Leão XIV, em 8 de maio de 2025, os olhos do mundo voltaram-se para um símbolo insólito: a chaminé instalada no telhado da Capela Sistina, a chamada “chaminé do Vaticano”. Não porque tudo “acabe em fumaça”, mas porque o início de um novo pontificado é anunciado justamente por ela. É quase inacreditável que, em plena era digital e hipermidiática, em que a comunicação é instantânea e global, a atenção mundial se concentre em uma chaminé. Em aparente contradição com os avanços tecnológicos, é pela fumaça que a notícia mais aguardada se torna pública.

Esse pequeno artefato reúne pessoas das mais diversas crenças, culturas e convicções. Católicos, evangélicos, cristãos e não cristãos, crentes e descrentes se voltam à mesma direção, partilhando um momento comum de expectativa, curiosidade, fé e emoção. Como em uma experiência pentecostal, a linguagem da fumaça é universal. Os que se reúnem na Praça São Pedro ou diante de telas em todo o mundo formam um corpo unido pela esperança. Famílias em casa, pacientes em hospitais, trabalhadores, jovens nos bares – todos voltam o olhar à chaminé, que, por instantes, amplia simbolicamente ao mundo inteiro o espaço acolhedor da praça envolta pelas colunas de Bernini.

Ao fitar a chaminé, há uma consciência compartilhada de que o que ali se anuncia afetará a vida das pessoas. Isso é evidente para os católicos, mas também se estende a toda a humanidade, num tempo em que o papa se posiciona como voz ética diante dos grandes desafios globais: guerras, migrações, pobreza, fome, crise ambiental. Por isso, o olhar não distingue classes ou credos; o que se espera é um sinal que responda aos anseios humanos e espirituais mais profundos.

A chaminé do Vaticano não é apenas um elemento arquitetônico. Desde 1274, é instrumento de comunicação. Por estar associada a um ritual religioso, ela se insere no universo simbólico da fé: funciona como um sacramental, sinal visível que aponta para o mistério transcendente. É expressão de crença e esperança.

Surpreende constatar que, por dois dias, os olhos do mundo permaneceram atentos à Praça São Pedro e às transmissões televisivas. Canais globais como CNN Internacional, BBC World News, Euronews e Sky News dedicaram cobertura intensiva aos funerais do Papa Francisco e à eleição de seu sucessor. Esse fato mostra que, mesmo diante da secularização e do avanço do ateísmo, a fé, a religião e a espiritualidade ainda têm lugar no coração da sociedade contemporânea. Revela também a confiança que muitos depositam nas instituições religiosas – algo que não deve alimentar vaidades eclesiásticas, mas reforçar o compromisso com uma mensagem séria e coerente.

Curiosamente, esse momento de comoção coletiva gerou uma trégua temporária às críticas recorrentes dirigidas à Igreja Católica: sua estrutura hierárquica, masculinização, rigidez institucional, tradicionalismo organizacional e morosidade nos processos decisórios. Tais críticas, por vezes legítimas, foram suavizadas diante do contexto. O conclave continua sendo composto exclusivamente por homens – expressão de androcentrismo e sexismo; as votações são altamente sigilosas, o que contrasta com os princípios de transparência exigidos nas democracias atuais; o modelo de governo do papa eleito permanece monárquico; o sensus fidei dos batizados se exerce apenas na aceitação passiva do papa eleito. Ainda assim, imperou uma serenidade espiritual: um clima de luto pelo papa falecido e de esperança no novo pontífice. O povo, reunido na praça ou diante das telas, demonstra confiança no papa a ser apresentado, mesmo sem ainda conhecê-lo.

A chaminé da Capela Sistina revelou ao mundo um símbolo polivalente. Representa o antigo e o novo, o tradicional e o moderno, o clássico e o popular. Ela sinaliza uma Igreja que preserva sua tradição, mas que busca atualizar-se (aggiornamento); que mantém a doutrina sem cair na rigidez; que se abre às surpresas do Espírito. Leão XIV encarna essa síntese. Fiel à ortodoxia como Leão Magno, defensor da cristologia no século V, e sensível às demandas sociais como Leão XIII, que inaugurou a Doutrina Social da Igreja com a encíclica Rerum Novarum (1891), Leão XIV demonstra fidelidade à fé e ao tempo presente. Já em sua primeira fala, na sacada da Basílica de São Pedro, mencionou três vezes o Papa Francisco, pedindo a continuidade da bênção pascal por ele concedida.

A chaminé revelou que o “pastor de duas pátrias” agora se tornou universal. Leão XIV é papa para todos os católicos do mundo e referência espiritual para toda a humanidade. Seu ministério missionário no Peru, por duas décadas, o preparou para isso. Compreende que sua missão é construir pontes – dentro da Igreja, entre os povos, entre credos. “Pontes se constroem com diálogo, com encontro, todos juntos como um só povo, sempre em paz”, afirmou em sua saudação inaugural. Sensível aos sofrimentos causados por guerras e violências, apresenta-se como mensageiro da paz: “a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada e desarmante, humilde e perseverante”. Exortou os cardeais – e toda a Igreja – à busca pela paz e pela justiça: “O mal não prevalecerá”.

Leão XIV é o papa da esperança para a igreja dos nossos tempos e do futuro. Esperança de vida plena e “em abundância” (Jo 10,10 para todo ser humano e a criação. Esperança na justiça e na paz. Esperança na unidade que supera fragmentações, polarizações e rupturas. Seu lema episcopal, In illo uno unum (“Nele somos um”), resume seu projeto pastoral. De fato, a unidade é urgente, e esperamos que Leão XIV a fortaleça em três níveis principais:

a) No interior da Igreja – Leão XIV, com experiência missionária e curial, une sensibilidade pastoral e competência institucional. Ao citar Santo Agostinho – “Com vocês sou cristão” – reforça o espírito de igualdade e corresponsabilidade dos batizados. Defende uma Igreja sinodal, colegiada, e espera-se também aberta ao protagonismo das mulheres, como expressou: “trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo”. Sua origem norte-americana pode facilitar a reconciliação com setores episcopais que resistiam ao Papa Francisco.

b) Entre os povos e culturas – Seguindo os passos de Francisco, espera-se que Leão XIV promova a cultura do encontro, da amizade social, da fraternidade universal, da globalização da solidariedade, entendendo a política como a mais alta forma de caridade (Fratelli tutti, 180).

c) Entre diferentes formas de fé – Vindo de um país de maioria protestante, Leão XIV poderá fortalecer o ecumenismo em escala global. As religiões têm papel relevante na sociedade atual, não como motivo de vanglória, mas como chamado à cooperação por um mundo melhor.

A fumaça na chaminé da Capela Sistina revelou Leão XIV como fortalecedor da esperança. Esperança no espírito do Vaticano II, em uma Igreja inserida no século XXI, na continuidade das intuições centrais do magistério de Francisco, da inserção da igreja em um mundo onde se constata “a perda do sentido da vida, o esquecimento da misericórdia, a violação – sob as mais dramáticas formas – da dignidade da pessoa, a crise da família e tantas outras feridas das quais a nossa sociedade sofre, e não pouco” (Homilia em 09/05/2025). Todas as pessoas estão nas bênçãos de Deus, o que requer da igreja uma postura inclusiva, “uma Igreja que busca sempre a paz, sempre busca caridade, e busca estar próxima principalmente daqueles que sofrem” (Saudação na sacada da Basílica de São Pedro).

A fumaça branca revelou mais do que um nome: revelou um chamado e, espera-se, um modelo de igreja coerente com o Evangelho vivido em nosso tempo.

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