04 Janeiro 2017
O papa Francisco revolucionou o Vaticano. O próximo passo é pensar em um sucessor que não reverta suas reformas. Para isso, já nomeou 44 cardeais ‘eleitores’ próximos a sua linha de pensamento.
O velho jornalista, diplomata e sacerdote saboreia seu charuto Romeo y Julieta, demora-se no gole do whisky escocês Lagavulin e profere, envolto em uma nuvem de fumaça: “A Igreja é um porta-aviões; não é fácil mudar seu rumo. É formada por 1,3 bilhão de pessoas, 400.000 sacerdotes, 5.000 bispos e 200 cardeais dos cinco continentes. Não é como manobrar com uma canoa. Possui uma inércia incrível. É preciso tempo, firmeza e paciência. E alguém que governe o leme com firmeza. Desde março de 2013 o piloto é Francisco”. O comentário é do arcebispo de Madri, Carlos Osoro.
A reportagem é de Jesús Rodríguez, publicada por El País, 24-12-2017.
Como o Papa está mudando a Igreja espanhola?
O Papa intervém em cada país com a eleição de bispos e cardeais. É sua prerrogativa. E este não se encolhe. Na Espanha, suas mudanças nas principais dioceses e na Conferência Episcopal constituem uma ruptura com o período de Rouco. São bispos confiáveis no aspecto doutrinal. Cinzentos. Discretos. Moderados. Mas abertos ao diálogo. Estão comprometidos com a linha do Papa, é com esses que ele conversa pelo celular, sem passar pela central do Vaticano, onde há muitos ouvidos… a Espanha está sendo um bom laboratório para as mudanças de Francisco.
O Papa é um revolucionário?
É um reformador. Por isso admira Lutero. Em sua origem foi um conservador. Mas como confessor conhece bem as debilidades do ser humano. Busca uma evolução mais que uma ruptura. Uma mudança de estilo. Quer uma Igreja pobre para os pobres; que acolha em vez de repreender; com menos burocracia; que construa pontes e não muros; que não acentue somente a moral sexual. É uma mudança clara de prioridades. Francisco sabe que a Igreja só pode sobreviver somando.
Estamos no centro de Roma. A cinco minutos da esplêndida Embaixada da Espanha no Vaticano, um palácio do século XVII com tapeçarias de Rubens, bustos de Bernini e um piso de marchetaria que range como o convés de um veleiro antigo. Em menos de 24 horas, o papa celebrará, na outra margem do Tibre, no coração da basílica de São Pedro, o terceiro consistório de seu pontificado: a reunião de seus cardeais (procedentes de mais de 50 países). E criará, sob o baldaquino de Bernini, sustentando pelas quatro colunas salomônicas, 17 novos príncipes da Igreja entregando-lhes o barrete vermelho e o anel (que não é mais de ouro, mas de prata dourada). Entre eles, Carlos Osoro, arcebispo de Madri, de 71 anos, um de seus homens de confiança.
Ao final desse consistório de novembro, Francisco terá nomeado, em apenas três anos, 44 cardeais eleitores (isto é, com menos de 80 anos e que, portanto, teriam direito de escolher o novo papa em um hipotético conclave) dos 120 que formam esse seleto clube de cardeais. O colégio cardinalício ainda tem 21 eleitores criados por João Paulo II e 56 de Bento XVI. Mas os de Francisco já constituem um terço. Para ser Papa, um cardeal necessita de pelo menos 80 votos de seus pares, o que equivale a dois terços do cardinalato. E a estratégia de Francisco é que sua reforma, a atualização da Igreja, a mudança de seu sistema operacional, não morra com ele. Com as aposentadorias compulsórias dos octogenários, ao ritmo que vão os consistórios e somando os próximos cardeais que nomeará (são significativos os que escolheu não só na Espanha, mas também em países como Bélgica, Estados Unidos, Venezuela e Alemanha, como amostra do perfil dos bispos em que aposta), seu modelo de Igreja pode abarcar, em menos de cinco anos, a maioria do colégio cardinalício.
Para um monsenhor que não quis se identificar, “é preciso ter claro que o projeto do papa Francisco não se limita a seu papado. Ele olha longe. Tem 80 anos e correm rumores em Roma quanto a seu estado de saúde. Francisco sabe que as reformas na Igreja são lentas (aqui a unidade de medida de tempo é o século) e não se resigna a que quando se for haja uma involução, como aconteceu com o freio de João Paulo II ao Concílio Vaticano II. O cenário em que Francisco se movimenta é o de sua sucessão.
Quanto não tiver mais forças, irá embora. E voltará a Buenos Aires, onde tem um quarto reservado em uma residência para sacerdotes. Ele já disse em público: ‘Como vivemos mais tempo, chegamos a uma idade em que não podemos seguir adiante com as coisas. Farei o mesmo que Bento XVI, pedirei ao Senhor que me ilumine quando chegar o momento e que me diga o que tenho de fazer. E vai me dizer, sem dúvida”.
Alguns vaticanistas começam a situar Carlos Osoro como um candidato a papa que poderia servir de vínculo entre Europa e América (neste continente se concentra a metade dos católicos do planeta, e dele já procedem 40 cardeais eleitores; alguns, como O’Malley, Maradiaga, Porras e Cupich, de absoluta sintonia com o Pontífice atual). Há possibilidade de que o próximo Papa também fale espanhol. Ou, pelo menos, venha do Novo Mundo. E para isso, “Francisco precisa de um colégio cardinalício que compartilhe de sua visão reformista”, continua o monsenhor. “Está desfazendo os nós do Vaticano. O que está provocando uma reação furibunda entre os mais conservadores. Alguns já falam de polarização, e os mais alarmistas, de guerra civil”.
Não é exagero. Nunca as decisões de um Sumo Pontífice foram criticadas com tanta de forma tão explícita na cúria. A infalibilidade do Papa é dogma. Mas Francisco, com sua incontinência verbal (que ele chama de “santa inconsciência”) e seu furacão de renovação, abriu as comportas. Cerca de 20 cardeais (muitos deles sem direito a voto) e dezenas de bispos (em torno de 15 na Espanha, de um total de 80, apesar de não haver um líder claro por trás da aposentadoria forçada do cardeal Rouco, que aspirava a continuar mais dois anos à frente de Madri) não param de escrever textos e dar conferências criticando explicitamente suas posturas. E há algo ainda mais grave: três de seus rivais mais ardentes, o cardeal alemão Gerhard Müller (herdeiro predileto de Ratzinger), o guineano Robert Sarah (muito apreciado pela Opus Dei) e o norte-americano Raymond Burke (o mais combativo) fazem parte de seu círculo mais próximo. Inclusive de seu executivo. E, ao mesmo tempo, viajam por todo o planeta (na Espanha foram convidados pelos Legionários de Cristo para sua Universidade Francisco de Vitória, e pelos grupos pró-vida) colocando em dúvida decisões do sucessor de São Pedro. O pior inimigo dos cardeais dissidentes é Amoris laetitia, a exortação pastoral de Francisco sobre o amor na família, na qual abre a porta ao debate sobre a comunhão dos divorciados. O assunto chegou ao limite de Francisco ter de responder a eles através de sua jornalista de cabeceira, Elisabetta Piqué, correspondente do La Nación, com estas palavras: “Certos rigorismos nascem de querer esconder dentro de uma armadura a própria e triste insatisfação”.
Por que não os fulmina, se é o último monarca feudal? Segundo José Beltrán, diretor da revista Vida Nueva, “Francisco não fará nada que incomode Bento XVI. Não o quer como inimigo. E esses cardeais foram nomeados por Bento”. Para um monsenhor sediado em Roma, “enquanto Ratzinger viver, Francisco vai mimá-lo. E vai engolir as críticas desses cardeais. É ao primeiro que mostra seus escritos e informa de suas decisões. Os dois vivem no Vaticano. Bergoglio na Casa Santa Marta e Ratzinger no monastério Mater Ecclesiae. Francisco o consulta sobre tudo. Não tem mais remédio. Seria mortal que Bento capitaneasse uma rebelião. Haveria um cisma”.
Há movimentação das ondas no Vaticano. O secretário de Bento XVI, Georg Gänswein (que é ao mesmo tempo responsável pela agenda de Francisco como chefe da Casa Pontifícia), assegurou em junho passado que há dois papas: “Um ativo e outro contemplativo”. Uma ideia que entusiasma seus críticos. “O Papa está provocando uma confusão absoluta na Igreja, e o único dique que nos resta contra isso é Bento XVI. E que Deus o guarde por muitos anos”, afirma Francisco José Fernández de la Cigoña, especialista em assuntos religiosos e blogueiro conservador. No campo de Francisco, o monsenhor Darío Viganò, seu jovem e poderoso diretor de comunicação e responsável por sua conta no Twitter, desmente a este jornalista a teoria dos dois papas: “Há um. Apenas um. O outro deixou de sê-lo quando o helicóptero se ergueu sobre o Vaticano com ele a bordo em 28 de fevereiro de 2013. E sim, se veste de branco, mas porque tem muitos hábitos brancos e não ia jogar fora”. Diante dessa batalha, um diplomata afirma: “A política, como a conhecemos, é uma brincadeira de criança comparada às manobras e equilíbrios de poder no Vaticano”.
Para entender a estratégia de Francisco é preciso levar em conta que é um jesuíta. Treinado para agir tanto nas fronteiras como nos centros de poder. Como membro da Companhia de Jesus, combina uma mistura de espiritualidade e ação; soberba e submissão; aculturação e intelectualidade. Os jesuítas são os marines do Papa. Desembarcam, abrem caminho, estabelecem cabeças de ponte, são liberados e seguem para a missão seguinte. Seja no Vaticano ou no Amazonas. São a única ordem com um voto específico de obediência ao Papa. Sofreram represálias de João Paulo II e, depois de três décadas trabalhando em silêncio, voltaram com um deles à frente. No governo de Osoro em Madri, uma das peças chave é o prestigioso jesuíta Elías Royón, que tem a incumbência de administrar as deterioradas relações entre o episcopado e as ordens religiosas. Uma estratégia de Osoro.
Segundo o jornalista e sacerdote Antonio Pelayo, correspondente em Roma há três décadas, “Francisco é, acima de tudo, jesuíta. E, como Papa, conta com dois elementos a seu favor: uma sólida formação teológica por trás de sua descontração, e o fato de ser um homem do governo: era provincial dos jesuítas aos 37 anos, bispo com 46 e com 59 presidente da agitada Conferência Episcopal Argentina. Sabe mandar. Não deixa passar. Não recua. É um homem prático, organizador e de hierarquia. E, como bom jesuíta, gosta de gerar debates. Concorda em suscitar críticas, mas odeia as intrigas de sacristia. Repete em particular que a única coisa que essas sujas manobras conseguem é animá-lo a seguir adiante. Não vai parar”.
A Igreja é a multinacional mais antiga do mundo. E Bergoglio marcou sua reforma com um estilo que nas escolas de liderança seria definido como “gestão da mudança”. (Não se pode esquecer que os jesuítas dirigem alguns dos mais importantes MBA do planeta, de Washington e Bogotá até Tóquio e Madri). Quando chegou ao quartel-general do catolicismo, em março de 2013, a empresa estava minada pelos escândalos (Vatileaks), o descrédito (pelos abusos sexuais) e a corrupção (pelas práticas do Instituto para as Obras da Religião). Perdia terreno nos mercados emergentes (Ásia e América Latina) frente as seitas evangélicas; e enfrentava a decadência de seu mercado tradicional (Europa). Seus clientes estavam envelhecendo, a política de comunicação e marketing era inexistente, seu CEO (Tarcisio Bertone) estava queimado e o ancião presidente do conselho de administração (Bento XVI) acabava de jogar a toalha. Em só três anos, Francisco se tornou um líder global; deu uma guinada na gestão da companhia, transformou sua política de comunicação e, com uma estratégia de marketing baseada na aposta naqueles que sofrem, reposicionou a entidade. Agora pensa em seu sucessor.
Quando se comenta a curiosa semelhança física entre o Papa e ele, Carlos Osoro cai na gargalhada. É um clérigo de ar juvenil (para seus 71 anos); compleição atlética (foi professor de educação física), cabeça raspada, voz de barítono, abraços prolongados e magistral capacidade de adaptação. Foi ordenado sacerdote perto dos trinta. Antes trabalhou como professor e teve namorada.
Nunca foi progressista, nem de longe; inclusive, em algum momento de sua longa carreira como bispo, foi tachado de personalista e conservador por seus sacerdotes. Mas estava em Oviedo e isso ficou para trás. Em Valência, onde chegou ao arcebispado designado por Bento XVI, mudou de registro. Hoje está convencido de que para a Igreja não há outro caminho além do de Francisco. Quando era um jovem padre acolheu em sua casa jovens do reformatório. Já como bispo, teve de se meter em um prostíbulo para livrar uma menina de seus exploradores. Era amigo do banqueiro Emilio Botín (de quem oficiou o funeral) e ainda é do heterodoxo padre Ángel, criador dos Mensageiros da Paz.
Apesar de dizerem que não desceu do carro oficial há 40 anos, não é difícil encontrá-lo comendo sanduíches, vestido de hábito, por Madri; visita presídios onde compartilha a vasilha dos presos e se suja de barro nos lamaçais mais miseráveis; cozinha, vai às compras e se dá bem da mesma forma com a presidenta da Comunidade, Cristina Cifuentes, e com a prefeita, Manuela Carmena. Não é um grande teólogo, mas pega as coisas no ar. Está disposto a compartilhar a pompa, nunca a tomada de decisões. Poderia ser definido como um cardeal de centro. Já começou a receber ataques a estibordo e bombordo. Para alguns, exagera; para outros, é insuficiente. Seus primeiros desencontros com o setor mais conservador foram provocados pela supressão da Missa da
Família, na praça madrilenha de Colón, durante anos gerida pelos kikos (o Caminho Neocatecumenal, um dos movimentos mais queridos do cardeal Rouco); por negar-se a assinar uma carta contra a Lei LGBT de Cifuentes, redigida por bispos ultraconservadores Reig Pla, López de Andújar e Rico Pavés; e por alguma de suas nomeações, como a de Josito Segovia, um sacerdote sem colarinho clerical que provém do trabalho com os presos e toxicômanos, à frente da Pastoral Social. Osoro sorri com cara de inocente. “É mais rápido do que outros cardeais com dez doutorados”, rebate um monsenhor.
Monsenhor Osoro, o sr. se orgulha de sua semelhança com o Papa?
Fico entusiasmado com o que diz. Que temos de estar com as pessoas e ser exemplo de simplicidade. Que juntemos o espiritual e o assistencial, porque não somos uma ONG. Que nossas palavras e gestos cheguem ao coração das pessoas. Que não tenhamos uma teologia para intelectuais. A maior necessidade das pessoas é receber carinho e compreensão. E vamos deixar de legalismos.
Carlos Osoro e todo o bando de Bergoglio afirmam taxativamente que as transformações do papa Francisco são irreversíveis. Mas, na realidade, quais foram? Da soma de declarações de especialistas, cardeais e bispos se tira a conclusão de que a primeira grande mudança foi o próprio estilo de vida do Pontífice, que abandonou o Palácio Apostólico, fechou a mansão de Castel Gandolfo e esqueceu os Mercedes de alto luxo, para viver em uma residência com sacerdotes de todo o mundo (com quem come diariamente no refeitório) e locomover-se em um Fiat 500L com a placa SCV1 (Stato della Città del Vaticano 1, que caracteriza o Papa).
Francisco optou também por uma maior colaboração com os bispos das Igrejas locais, a quem deu autonomia e protagonismo. Segundo José María Gil Tamayo, secretário da Conferência Episcopal Espanhola, “os cardeais deixaram de ser cargos honoríficos, príncipes da Igreja, para se tornar uma equipe efetiva de apoio ao Papa”.
Dentro desse marco de coleguismo (eufemismo que na Igreja se traduz por democracia), Francisco criou o C9, um conselho de nove cardeais dos cinco continentes (dois são latino-americanos) que se reuniu em Roma 16 vezes desde dezembro de 2014, está trabalhando na transformação da cúria vaticana e, entre outras decisões, fundou a Comissão para a Proteção dos Menores, que monitora os dossiês de pederastia dentro da Igreja. No entanto, a revolução mais profunda do C9 são os retratos falados e o sistema de escolha dos bispos no futuro. Assim que chegou ao papado, Francisco já depurou a Congregação para os Bispos (a fábrica de monsenhores) de seus membros mais conservadores, como Rouco e Burke. Agora chega o segundo e crucial assalto.
O C9 também centralizou os delicados assuntos de comunicação e economia em duas novas e poderosas secretarias. E, junto à Secretaria de Estado (o órgão de governo do Papa), deu um novo impulso à diplomacia vaticana (com representação em mais de 180 países), que teve um grande protagonismo na Palestina, Cuba e Venezuela. Para um sacerdote vaticano, “Francisco quer que a Igreja assuma riscos na resolução de conflitos; que emerja como um negociador em assuntos como os refugiados”. E, sobretudo, Francisco não deixou nas mãos de seu secretário de Estado a gestão da Igreja, como fez Bento XVI com o cardeal Bertone ou João Paulo II com Angelo Sodano, que agiam como vice-papas sem nenhum tipo de controle. “Francisco sabe de tudo que acontece.”
É difícil ter a certeza de como Francisco transmitiu a seus bispos espanhóis a linha que defende. Para além das homilias feitas em Santa Marta, exortações e entrevistas, em março de 2014 se reuniu com eles em Roma; e, três meses depois, com o triunvirato da Conferência Episcopal (Blázquez, Osoro e Gil). Ali lhes indicou seu mapa de rota. No qual, segundo um dos bispos assistentes, Juan del Río, havia uma ordem clara: “Não se metam em política”. Cumpriram? “Julgue o senhor. Entre 2015 e 2016 houve várias eleições na Espanha e ninguém na Igreja abriu a boca. É uma mudança de estilo..., não?”. Para outro monsenhor, “estamos vivendo uma etapa na Igreja que comparo com a transição espanhola. Então, a maioria da população era sociologicamente do regime anterior, mas quando chegou o momento, optou pela mudança. E há um movimento de reação, mas não chegará a um terço dos bispos”.
A nave central de São Pedro está tingida de vermelho pelos solidéus de duas centenas de príncipes da Igreja. O terceiro bispo chamado à presença de Francisco para receber os atributos do cardinalato é Carlos Osoro. Sua eminência reverendíssima se inclina diante do Papa. Sob o hábito vermelho, veste o primoroso roquete de linho branco, a roupa de gala dos bispos. Apenas duas horas antes, nos confessou que pertenceu a Vicente Enrique y Tarancón, o cardeal da transição espanhola. Assim como seu chefe, Osoro gosta de gestos.
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Assim é a luta pelo poder na Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU