28 Abril 2025
Instituto alerta para a necessidade de fiscalizar áreas críticas antes do início do verão amazônico, que caracteriza o período seco na região.
A informação é publicada por ClimaInfo, 27-04-2025.
Má notícia para o governo em relação ao desmate na Amazônia a oito meses da COP30. As áreas desmatadas na região cresceram 18% nos primeiros oito meses do chamado “calendário do desmatamento”, período que, por causa do regime de chuvas no bioma, vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
Segundo dados do monitoramento por imagens de satélite do Imazon, o desmate passou de 1.948 km² entre agosto de 2023 e março de 2024 para 2.296 km² entre agosto de 2024 e março de 2025. É uma área maior do que Palmas, a capital do Tocantins, e uma vez e meia o tamanho da cidade de São Paulo.
O aumento é um alerta para que o governo afiscalização e se prepare para a estação seca, explicou ao Brasil de Fato a pesquisadora Larissa Amorim, do Imazon: “É um alerta para que as ações de fiscalização nas áreas críticas sejam intensificadas antes que se inicie o período seco, o chamado verão amazônico, quando as áreas desmatadas costumam ser maiores.”
A pesquisadora avalia que medidas eficazes de combate ao desmate podem garantir o fechamento do período, em agosto, com queda sobre o período anterior. “Temos ainda quatro meses para reverter esse aumento”, afirmou ela, já que o verão amazônico começa em julho.
A análise do Imazon indica que 79% do desmatamento no período esteve concentrado em áreas privadas, como fazendas. O restante do desmate foi registrado em assentamentos (16%), Unidades de Conservação (5%) e Terras Indígenas, estas com 1% da área desmatada, detalhou a CartaCapital.
Apesar da alta, a devastação é quase 60% menor do que o recorde registrado entre agosto de 2020 e março de 2021, de 5.552 km², relatou o Um Só Planeta. Ainda assim, é preciso reforçar as ações de combate à atividade criminosa para evitar surpresas desagradáveis em plena COP30.
“Mesmo que os indicadores estejam abaixo desses picos, o crescimento em 2025 é um sinal de alerta. Estamos em uma janela de tempo que pode permitir a reversão desse cenário, quando as chuvas são mais frequentes. Logo, os distúrbios na floresta não são tão intensos quanto nos meses mais secos, como de junho a outubro. Por isso, é preciso agir com urgência”, reforçou Larissa Amorim.
Procurado para repercutir os números do Imazon, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MME) disse que os dados oficiais de monitoramento dos alertas de desmate em tempo real e da degradação florestal são fornecidos pelo sistema DETER do INPE. Segundo o DETER, houve queda de 9,7% nas áreas sob alerta de desmatamento ante o período de agosto de 2023 a março de 2024.
Poder360, Band, g1, Metrópoles, Correio Braziliense e UOL também repercutiram os números do Imazon sobre o desmatamento amazônico.
Ainda mais preocupante é a degradação florestal na Amazônia. Segundo o Imazon, embora tenha caído 90% em março, para 206 km², o indicador subiu mais de quatro vezes no acumulado de agosto de 2024 a março deste ano, informou o Estadão. A degradação passou de 7.925 km² de agosto de 2023 a março de 2024 para 34.013 km² de agosto de 2024 a março de 2025. Isso se dá principalmente em razão das grandes áreas atingidas por incêndios florestais nos meses de setembro e outubro de 2024, de acordo com o Imazon.