Bonhoeffer não é um modelo para populistas

Dietrich Bonhoeffer com uma arma? O Vigário Geral de Essen e especialista em Bonhoeffer, Klaus Peffer, fala de falsificação absurda. O que torna a mensagem do teólogo assassinado pelos nazistas mais relevante hoje do que nunca.

A reportagem é publicada por Katolisch.de, 08-04-2025.

Quando Dietrich Bonhoeffer é retratado em pôsteres de filmes com uma arma na mão, isso é, de acordo com o Vigário Geral de Essen, Klaus Pfeffer, uma "interpretação absurda". Em uma declaração da Diocese de Essen na segunda-feira, o especialista de Bonhoeffer afirmou que os evangélicos e os círculos populistas de direita estavam agora "até mesmo insultando Bonhoeffer por sua agitação contra o estado democrático liberal". Bonhoeffer, por outro lado, era um pacifista convicto.

Pfeffer continuou dizendo que o teólogo protestante Bonhoeffer, que foi executado pelos nacional-socialistas há 80 anos, em 9 de abril , sempre perguntou o que sua fé significava para a vida concreta. Ele reconheceu desde cedo os perigos representados pelo Nacional-Socialismo. Ele rapidamente chegou à conclusão de que "a ideologia marrom era incompatível com o cristianismo". É por isso que ele lutou por uma posição clara em sua própria igreja – contrária à opinião da maioria.

Bonhoeffer utilizou contatos internacionais

Pfeffer relata que Bonhoeffer entrou em contato com o movimento de resistência que queria eliminar o regime de Hitler por meio de seu cunhado Hans von Dohnanyi. "Bonhoeffer usou seus contatos internacionais para convencer os Aliados de que havia outra Alemanha que precisava de apoio após um golpe", disse o Vigário Geral.

Bonhoeffer ajudou os combatentes da resistência a superar seus conflitos de consciência. "O que eles fizeram foi, em última análise, considerado alta traição – e eles estavam preparados para cometer tiranicídio", disse Pfeffer . Mas Bonhoeffer estava convencido de que, diante dos crimes nazistas, um cristão tinha que assumir a responsabilidade e fazer algo "que o levaria a um conflito sério, que o tornaria culpado e que poderia até custar-lhe a vida".

Amar sem distinção

Bonhoeffer estava constantemente buscando o que a vontade de Deus significava a cada dia. "Ele sabia que a vida é complexa demais para ser entendida e vivida com verdades simples." Mas uma coisa estava clara para ele: "Deus é amor e ele realmente ama cada pessoa – sem distinção e sem limites", disse Pfeffer . Portanto, Deus quer que os cristãos busquem a unidade entre as pessoas e nações neste mundo. Isso deixa claro: "Fanáticos religiosos, fundamentalistas ideológicos e extremistas populistas não podem apelar para Bonhoeffer – e certamente nem para Jesus Cristo."

Um novo filme sobre Bonhoeffer foi lançado nos cinemas alemães no final de março. Isso já havia sido duramente criticado por teólogos e descendentes de Bonhoeffer quando foi lançado nos EUA no outono de 2024 . Entre outras coisas, eles acusaram os nacionalistas cristãos de se apropriarem do combatente da resistência nazista.

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