13 Janeiro 2025
As normas sobre a não admissão ao sacerdócio de pessoas homossexuais não mudam. O esclarecimento vem no dia seguinte à publicação das “Orientações e normas para os seminários”, que indica às estruturas de formação ao sacerdócio percursos formativos e de atenção aos candidatos ao presbiterado. A nova intervenção se tornou necessária após uma leitura parcial e descontextualizada por parte de alguns órgãos de imprensa do parágrafo 44 do documento, que trata justamente da questão da homossexualidade no percurso formativo dos Seminários.
A reportagem é de Enrico Lenzi, publicada por Avvenire, 11-01-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Na verdade, o parágrafo reitera, palavra por palavra, o que foi estabelecido no número 199 do documento promulgado pela então Congregação para o Clero, intitulado “O dom da vocação presbiteral” (Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis) de 8 de dezembro de 2016 e que, por sua vez, retoma o conteúdo da Instrução publicada pela então Congregação para a Educação Católica em 2005. “Em relação às pessoas com tendências homossexuais que se aproximam dos Seminários, ou que descobrem tal situação no decurso da formação, em coerência com o próprio Magistério, a Igreja, embora respeitando profundamente as pessoas em questão, não pode admitir ao Seminário e às Ordens Sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay. Estas pessoas encontram-se, de fato, numa situação que constitui um grave obstáculo a um correto relacionamento com homens e mulheres”, consta no documento de 2016 e naquele publicado pela CEI na última quinta-feira.
A verdadeira novidade do documento, na realidade, é a atenção que as novas normas colocam no “discernimento”, particularmente nos primeiros três anos do percurso de formação. “Em primeiro lugar, pretendemos colocar a pessoa”, reitera o bispo de Fiesole, Stefano Manetti, presidente da Comissão Episcopal para o clero e a vida consagrada, “ajudando os candidatos ao sacerdócio a obter clareza dentro de si mesmos”. Em suma, “um acompanhamento para o autoconhecimento que muitas vezes falta às gerações jovens e que não exclui os jovens que chegam aos seminários”.
A nova Ratio divulgada na quinta-feira convida os formadores no processo formativo “quando se faz referência às tendências homossexuais, também é oportuno não reduzir o discernimento apenas a esse aspecto, mas, como para cada candidato, compreender seu significado no quadro global da personalidade do jovem, de modo que, se conhecendo e integrando os objetivos próprios da vocação humana e sacerdotal, ele possa alcançar uma harmonia geral”.
Em suma, reitera o bispo de Fiesole, Manetti, “significa colocar a pessoa no centro, para além de imediatas categorizações, a fim de acompanhá-la a ter maior clareza sobre sua orientação sexual”. Portanto, uma “plena consciência de si mesmo também na esfera afetivo-sexual”. Uma atenção que os formadores são chamados a ter com todos os candidatos ao sacerdócio, portanto, também com os heterossexuais.
Sempre no parágrafo 44, o documento enfatiza que “o objetivo da formação do candidato ao sacerdócio na esfera afetivo-sexual é a capacidade de acolher como dom, de escolher livremente e de viver responsavelmente a castidade no celibato”. De fato, ela “não é uma indicação meramente afetiva, mas a síntese de uma atitude que expressa o oposto da posse. A castidade é a liberdade da posse em todos os âmbitos da vida”. Uma frase que alguns interpretaram como uma possível abertura a padres homossexuais desde que castos. “Não é uma leitura correta”, explica Manetti, “porque desde o início o parágrafo reitera as normas do Magistério”.
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Homossexuais e sacerdócio, as normas não mudam - Instituto Humanitas Unisinos - IHU