23 Mai 2024
Apesar da tragédia que assola parte do Rio Grande do Sul, seguimos firmes e juntos para oferecer apoio emergencial e para a reconstrução do estado.
O artigo é da Rede de Pesquisa Geografia das Águas no Brasil, publicado por A Terra é redonda em 22-05-2024.
Frente à catástrofe que assola o Rio Grande do Sul, expressamos nossa solidariedade com as pessoas, animais e biomas afetados. Situações críticas também ocorreram na Amazônia, no Pantanal, na Serra do Mar, para citar algumas, o que aponta para a recorrência de eventos extremos.
A Geografia tem uma tradição em diversas áreas, como na Climatologia, Geomorfologia, Hidrologia, Planejamento urbano e territorial, entre outras, que poderiam evitar a envergadura do cenário atual. Mas as práticas promovidas por governantes quase sempre não respeitam as recomendações da ciência, em especial as relacionadas à emergência climática. O negacionismo científico está presente em diversas escalas de gestão, infelizmente. Para atenuar efeitos das mudanças climáticas é necessário adotar providências em escala mundial, nacional, regional e local.
Uma série de fatores levaram ao quadro presente no Rio Grande do Sul. Entre eles, estão omissões de governantes e a busca do lucro sem responsabilidade e espírito público por outros. Isso gera a ocupação das planícies, terraços fluviais e o desmatamento no território brasileiro pela introdução da monocultura do agronegócio, que está entre as causas principais deste fenômeno social, combinado a alterações geradas pelas mudanças climáticas. Os oceanos estão com águas mais aquecidas o que também gera interferências no clima. Esses aspectos foram agravados pelo desmonte da legislação ambiental e de órgãos da gestão socioambiental.
Além do apoio emergencial aos afetados, é fundamental pensar na necessária reconstrução das áreas atingidas, mas em novos parâmetros. A reocupação do território gaúcho deverá ser orientada pela adaptação aos eventos extremos, que devem ocorrer com maior frequência e, ao mesmo tempo, pela reparação de injustiças sociais.
Para tal, a Rede de Pesquisa Geografia das Águas no Brasil recomenda que seja formada, pelo governo Federal, uma equipe interdisciplinar com representantes dos poderes municipais, estadual e federal, e da sociedade civil, incluindo Universidades, órgãos de pesquisa, movimentos populares e representantes de comunidades originárias e quilombolas para construir um Plano de Ação fortalecido pela resiliência do povo gaúcho.
Apesar da tragédia que assola parte do Rio Grande do Sul, seguimos firmes e juntos para oferecer apoio emergencial e para a reconstrução do estado.
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Manifestação sobre a catástrofe no Rio Grande do Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU