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O pós-negacionismo climático. Artigo de Eros Moreira de Carvalho

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22 Mai 2024

"O pós-negacionista já não está mais comprometido com uma vida comum, com a convivência com as diferenças culturais e sociais. Ele não precisa encobrir o seu desejo de manter o seu estilo de vida que trará mais crise climática sob a roupagem racional de dúvidas sensatas e legítimas. Ele não precisa legitimar a sua visão de mundo, afinal, cada um acredita no que quiser. A distinção entre desejo e crença colapsa", escreve Eros Carvalho, professor de filosofia, em artigo publicado por Jornal da UFRGS, 21-05-2024.

Docente de Filosofia, Eros Moreira de Carvalho aponta que, em seu descaso em relação à verdade e à vida comum, o pós-negacionista não se preocupa em legitimar suas dúvidas sob a roupagem da racionalidade sensata.

Eis o artigo.

O último relatório do IPCC não deixa dúvida para além do razoável de que o planeta está aquecendo e que este aquecimento é causado sobretudo pela atividade humana, a emissão de carbono. O relatório também deixa claro que para manter o aquecimento global em 1.5ºC acima dos níveis pré-industriais, o que talvez já nem seja mais viável, temos não só de diminuir drasticamente as emissões de carbono, mas também remover parte do carbono que se encontra na atmosfera.

Diminuir emissões de carbono exige mudanças drásticas no nosso modo de vida. Por exemplo, precisamos diminuir a queima de combustíveis fósseis, mas talvez precisemos também diminuir o consumo de carne. A indústria animal responde por 18% das emissões de carbono. Talvez precisemos não só preservar, mas ampliar as nossas florestas nativas.

É muito difícil, para não dizer que é doloroso, mudar o nosso estilo de vida. Nesse contexto, é natural que se levantem dúvidas sobre os achados científicos da ciência do clima. O desejo de não mudar o estilo de vida predispõe a população em geral a acolher suspeitas sobre essa ciência. Empresas que são grandes emissoras de carbono têm ainda mais interesse em levantar dúvidas, pois não querem perder lucro ou mesmo deixar de existir.

O negacionismo climático resulta desses desejos e interesses, embora se apresente com uma roupagem racional, em termos de suspeitas legítimas e comprometidas com o método científico. Ele está presente no debate público desde o aparecimento dos primeiros resultados em favor da hipótese antropogênica para o aquecimento global.

O negacionismo climático compreende diversas estratégias para negar, mitigar ou suspeitar dos achados da ciência do clima. No site SkepticalScience, encontramos algumas delas. Por exemplo, já foi proposto que a hipótese alternativa de que a atividade do sol é a principal causa do aquecimento global, que os modelos climáticos não são confiáveis, que não há consenso entre os especialistas da área, que os efeitos do aquecimento não serão tão ruins etc.

Um outro tipo de estratégia busca atacar a idoneidade dos cientistas do clima, como no famoso caso climategate. Hackers vazaram milhares de e-mails de pesquisadores associados ao Climate Research Unity. Segundo os negacionistas, esses e-mails provariam que os cientistas conspiraram em favor da hipótese antropogênica. Várias comissões independentes examinaram o caso, mas não encontraram evidência de má conduta científica. A produção de desinformação sobre a idoneidade dos cientistas pode facilmente minar a confiança da população na ciência e nos privar de conhecimento que está ao nosso alcance.

Em todos esses casos, o negacionismo se apresenta como comprometido com a busca da verdade. Há um esforço metódico para mostrar a razoabilidade das hipóteses alternativas ou das dúvidas sobre a confiabilidade dos modelos e dados climáticos. As suspeitas não são gratuitas. É em nome da verdade que os negacionistas suspeitam que alguns cientistas deixaram que os seus desejos contaminassem a ciência.

Se, no fundo, o que move o negacionismo climático é o desejo de não mudar de estilo de vida, por que ele se apresenta com uma roupagem racional? É que ele precisa se legitimar socialmente. O negacionista climático tradicional ainda está comprometido com a ideia de uma vida comum e, portanto, deseja mediar os seus projetos pelas práticas socialmente acordadas de legitimação de crenças. Nesse sentido, o negacionista climático tradicional não é anti-ciência.

Mas já faz algum tempo que temos outra modalidade de negacionismo, que alguns já chamam de pós-negacionismo, em alusão ao fenômeno da pós-verdade, a desconsideração pela verdade.

O pós-negacionista já não está mais comprometido com uma vida comum, com a convivência com as diferenças culturais e sociais. Ele não precisa encobrir o seu desejo de manter o seu estilo de vida que trará mais crise climática sob a roupagem racional de dúvidas sensatas e legítimas. Ele não precisa legitimar a sua visão de mundo, afinal, cada um acredita no que quiser. A distinção entre desejo e crença colapsa.

O pós-negacionista vê-se então liberado para levantar suspeitas gratuitas e levianas como a evocada por Trump de que “o conceito de aquecimento global foi criado pelos chineses para tornar a indústria dos EUA não competitiva”. Ele pode simplesmente ignorar a ciência como se ela não existisse, ou ainda só apelar para ela quando for do seu interesse.

Neste contexto, podemos entender por que o governador do Rio Grande do Sul ignora alertas de vários setores da sociedade sobre as consequências das suas políticas anti-ecológica e o prefeito de Porto Alegre apela para uma empresa privada de consultoria para elaborar um plano de recuperação enquanto finge não haver universidades altamente qualificadas na região para este fim.

Cabe também nos perguntar: queremos ou não uma vida em comum? E como podemos reestruturar o espaço público de discussão para que ele possa voltar a mediar os nossos conflitos e diferenças sem deixar de lado o conhecimento que já conquistamos?

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