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A humildade de Bergoglio e os homens capazes de renunciar ao próprio ego

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20 Dezembro 2022

"De fato, o amor é uma dedicação tão abrangente ao objeto amado que coincide com a superação de si mesmo. O falso amor é o contrário: é a subserviência, muitas vezes obsessiva, do outro a si mesmo. Quem ama de verdade entende que existe alguém ou algo mais importante do que si mesmo. E para isso se dedica a esse alguém ou algo trabalhando com honestidade e dedicação e também está em condições de entender quando a dedicação exige seu afastamento".

A opinião é do teólogo italiano Vito Mancuso, ex-professor da Universidade San Raffaele de Milão e da Universidade de Pádua, em artigo publicado por La Stampa, 19-12-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O que significa para um ser humano renunciar? O que demonstra a si mesmo e aos outros que renuncia a um cargo que lhe foi confiado ou conquistado pessoalmente. Na minha opinião, demonstra que considera o cargo, e o que representa, mais importante do que si mesmo. A renúncia é, portanto, em primeiro lugar, um ato de humildade. Mas não se trata apenas de questão de humildade, ainda mais é de inteligência, porque a renúncia demonstra consciência, ou seja, revelam a capacidade de saber tomar consciência da própria efetiva relação com o mundo real.

Todo trabalho consiste em uma transformação do mundo. O mundo está diante de nós e trabalhar significa transformá-lo: seja como uma refeição a ser preparada, seja como uma investigação a ser conduzida, seja como um motor a ser consertado, seja como um paciente a ser tratado, seja como mil outras formas, inclusive aquela de uma milenar organização de homens e ideias para conduzir. O objeto de cada trabalho é um pedaço de mundo que cabe a nós transformar. Mais especificamente, trabalhar com lucro significa transformar a parte do mundo que nos foi confiada em um mundo melhor. O trabalho bem-sucedido consiste em uma injeção ordenada de energia na porção do mundo pela qual somos responsáveis, que passa assim de um estado mais caótico para um mais ordenado.

O objeto de nosso trabalho espera de nós ser resguardado da fúria incessante da entropia, ser protegido e guardado pela nossa inteligência e nossa dedicação, impedindo que o caos recupere o domínio, para que a porção do mundo confiada ao nosso cuidado seja cada vez mais semelhante a um jardim ordenado e espelhe a ideia de cosmos que sempre remete à beleza (cosmos, cosmese, cosmético).

Mas tudo isso comporta uma condição precisa de possibilidade de realização do trabalho: a superioridade do sujeito em relação ao pedaço de mundo que lhe é confiado, superioridade esta a ser entendida como capacidade de afetar. E sempre por isso, quando essa capacidade vier a faltar, esvanece imediatamente a possibilidade de realizar o trabalho frutuosamente e, portanto, é sábio renunciar.

Compreendê-lo não é tão simples, porque requer um particular desapego de si mesmo, aquele em que propriamente consiste o amor. De fato, o amor é uma dedicação tão abrangente ao objeto amado que coincide com a superação de si mesmo. O falso amor é o contrário: é a subserviência, muitas vezes obsessiva, do outro a si mesmo. Quem ama de verdade entende que existe alguém ou algo mais importante do que si mesmo. E para isso se dedica a esse alguém ou algo trabalhando com honestidade e dedicação e também está em condições de entender quando a dedicação exige seu afastamento.

Grandes homens são aqueles que descobrem por si mesmos quando não são mais grandes. Ou seja, quando são menos fortes do que o mundo espera deles. Compreender o desaparecimento da grandeza é um sinal altíssimo de grandeza. E a mente, quando se depara com seres humanos assim, gera aquela devoção intelectual particular que se chama estima. Do mesmo jeito, diante de quem não entende que não é mais capaz de desempenhar o seu trabalho e continua sem estar à altura, ou pior ainda, entende, mas continua fingindo ser por amor ao poder, a mente gera um sentimento oposto, ou seja, o desprezo, não desprovido de escárnio (a pietas aconselha a não propor exemplos concretos). Há também uma terceira possibilidade: quando, como no caso de João Paulo II, quem não renuncia, o faz por uma tal dedicação à missão recebida que chega a ser sacrifício, que pode constituir algo louvável no plano subjetivo, mas sempre tem graves consequências no plano objetivo do trabalho que espera ser desempenhado (e foi percebendo isso por si mesmo, e não sem ter visto de perto as consequências da ausência de governo dos últimos anos do papa polonês, que Bento XVI renunciou).

Quando um grande homem renuncia ao seu cargo, realiza o que a sabedoria hindu indica há muitos séculos através do famoso ditado sobre as quatro fases da vida humana: a primeira é dedicada a aprender, a segunda a trabalhar, a terceira a se retirar para contemplar a floresta, a quarta finalmente para mendigar. A roda da vida prevê para todos um momento de ascensão representado pelo aprendizado, um momento de maior ascensão em que se aplica o que se aprendeu através do trabalho, um momento de desapego em que se percebe que não se tem mais as forças necessárias para trabalhar mas ainda existem as forças para governar a si mesmos e repensar na vida e, finalmente, um quarto momento doloroso e inevitável em que as forças já não são suficientes nem para governar a si mesmos e se é obrigados a se confiar a outros, a "mendigar". Entender que a vida apresenta esses tempos e adaptar a nós mesmos com humildade e inteligência a tal temporalidade significa ter aprendido a arte de viver, a mais difícil e mais preciosa das artes.

O fato de o Papa Francisco já em 2013, no momento de sua eleição, ter entregado ao Secretário de Estado a carta de demissão em caso de incapacidade física para o desempenho do cargo para o qual foi eleito, indica da maneira mais clara a grandeza humana de Jorge Mário Bergoglio. Como pontífice ele pode agradar ou não agradar, certamente mais do que outros atrai simpatias e antipatias no mundo e ainda mais na Igreja, mas acredito que seja impossível não reconhecer nele uma personalidade forte e ao mesmo tempo humilde, onde a força e a humildade se demonstram em seu ter encontrado algo mais importante do que si mesmo, dedicando-se a isso com atenção e paixão contínuas.

Norberto Bobbio disse certo dia que a verdadeira diferença não está entre os que creem e os que não creem, mas entre os que pensam e os que não pensam: nesta perspectiva, gostaria de reescrever sua afirmação dizendo que a verdadeira diferença não está entre os que creem e os que não creem, mas entre os que vivem para algo maior que si mesmos e os que não sabem superar a si mesmos. Renunciar significa, em primeiro lugar, perceber que existe algo mais importante do que si mesmo.

Não renunciar, continuando apegado a um papel para o qual já não se está mais à altura, significa, ao contrário, o próprio desconfortante e ridículo egoísmo, ou mesmo um espírito de sacrifício bem pouco produtivo.

Mesmo no fato de estar desde o início pronto para renunciar, o Papa Francisco mostra que é fiel ao nome que escolheu. De fato, Francisco de Assis assim que a ordem que ele fundou assumiu uma configuração militante e se tornou instrumento de poder nas mãos da Igreja, renunciou à sua liderança. Ele entendeu que não tinha forças e sentimentos para o papel de administrador do poder. E, renunciando, atingiu aquela liberdade interior que lhe permitiu escrever “O Cântico das Criaturas”, uma das mais belas páginas da literatura universal. O que é lógico: só quem conhece a arte de renunciar ao próprio ego consegue acolher aquela liberdade de si mesmo que o leva a ser a voz dos outros, do sol, do fogo, do vento, da água, da terra, até da morte, vendo em tudo motivo para abençoar.

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