Aquele cheiro de ovelhas que se sentirá no Conclave

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26 Mai 2022

 

"A Igreja de Dom Matteo é uma Igreja em saída que dialoga com todos em nome do amor cristão e do Evangelho."

 

O comentário é de Fabrizio D'Esposito, publicado por Il Fatto Quotidiano, 26-05-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o comentário.

 

Levou mais de nove anos - desde o início de seu pontificado, 13-03-2013 – para que Francisco fizesse a revolução na Igreja italiana com a escolha fortíssima de Dom Matteo Zuppi para liderar os bispos italianos. Um padre-cardeal com mochila e com o carisma das ruas, se assim quisermos dizer, bem como “um pastor com cheiro de ovelhas”, para citar o próprio Bergoglio.

 

Sem dúvida, um sinal claro para todos aqueles que gostariam de voltar para trás com uma Igreja encerrada no "farisaísmo veritativo" (conforme afirmado pelo próprio Zuppi em um livro de alguns anos atrás) que prefere a moral à misericórdia e que rejeita e odeia homossexuais e migrantes. A Igreja de Dom Matteo, por outro lado, é uma Igreja em saída que dialoga com todos em nome do amor cristão e do Evangelho. Longe de ser ONG de bom-mocismo, de acordo com as ferozes acusações dos clérigos não só da direita.

 

Mais moderado que seu "concorrente" Paolo Lojudice, o cardeal arcebispo de Siena que há tempo desejaria uma comissão sobre pedofilia e abusos sexuais na Igreja italiana, Dom Matteo pratica o método inclusivo (e sem injúrias) aprendido durante sua formação na Comunidade de Santo Egídio. Não por acaso, entre seus primeiros anúncios de ontem estava o de querer se encontrar com Ruini e Bagnasco, protagonistas na era wojtylian-ratzingeriana de uma Igreja italiana em que a primazia da política e das intrigas curiais dominava a mensagem evangélica em sentido social. Entre os principais significados da nomeação do cardeal arcebispo de Bolonha poderia estar, além disso, o fim do preconceito anti-italiano que nove anos atrás levou à eleição de um papa argentino (o derrotado foi Scola) após a clamorosa renúncia de Bento XVI (que também pagou pelos desastres e escândalos do "premier" Tarcisio Bertone). Pelo contrário, agora há justamente um italiano entre os favoritos do próximo Conclave. E é Dom Matteo.

 

 

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