Papa Francisco no Marrocos poderá visitar o último monge sobrevivente de Tibhirine?

Monges trapistas de Tibhirine. Foto: Vatican News

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29 Novembro 2018

Na noite de 26 de e 27 de março de 1996, quando um grupo armado entrou no claustro e sequestrou sete dos nove religiosos presentes, dois deles se salvaram por acaso: padre Amédée Noto, falecido em 2008, e padre Jean-Pierre Schaumacher, que em fevereiro celebra 95 anos. 

O comentário é de Francesco Gagliano, publicado por Il Sismografo, 28-11-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

O Papa Francisco, durante sua visita ao Marrocos, em 30 e 31 de março de 2019, irá se encontrar com Jean-Pierre Schumacher, um dos dois monges que escaparam do martírio da comunidade trapista de Tibhirine? Por enquanto, é pura hipótese, que não terá qualquer tipo de confirmação até ser publicado o programa de visita, ou for dada alguma notícia oficialmente.

No entanto, é sugestiva a ideia de que o Papa Francisco, em sua breve viagem ao país africano, possa abraçar e cumprimentar por alguns minutos aquele que é a verdadeira memória viva do mosteiro de Nossa Senhora do Atlas na Argélia, local do martírio dos sete monges que serão beatificados em Oran em 8 de dezembro próximo.

A noite entre 26 e 27 de março de 1996, quando um grupo armado entrou no claustro e sequestrou sete dos nove religiosos presentes, dois deles se salvaram por acaso: padre Amédée Noto, falecido em 2008, e padre Jean-Pierre Schaumacher, hoje com 94 anos, que naquela noite estava de serviço na recepção, em um edifício adjacente ao mosteiro, e, portanto, não foi capturado. Os dois, depois do assassinato em maio de seus coirmãos, se mudaram para o Marrocos, antes em Fez e, mais tarde, desde o ano 2000, em Midelt.

Aqui estão ainda hoje os monges de Tibhirine - atualmente são 6, de quatro países diferentes - e da nova comunidade padre Jean Pierre foi prior até 1999, mas principalmente guardião da memória e do espírito do mosteiro argelino. A uma distância de 22 anos daquela tragédia, "o espírito de Tibhirine está vivo", garante o monge trapista em uma entrevista persente no livro " Semplicemente Cristiani. La vita e il messaggio dei beati monaci di Tibhirine” (Simplesmente cristãos. A vida e a mensagem dos beatos monges de Tibhirine", escrito em colaboração pelo postulador Thomas Georgeon e pelo jornalista francês François Vayne que conheceu os monges de Tibhirine.

Fica a pergunta se o papa poderá se encontrar com o padre Jean Pierre, um verdadeiro testemunho vivo que dedicou toda a sua vida à busca do diálogo e da comunhão com aqueles que, embora diferentes por nacionalidade ou credo, são antes de tudo irmãos.

"Existem irmãos - lembrava há alguns anos o monge - que são chamados a testemunhar com o dom da própria vida e outros que são convidados a testemunhar através de suas vidas. Estas palavras me ajudaram a livrar-me do peso uma pergunta que nunca me abandonava: por que o Senhor tinha me concedido permanecer vivo? Eu percebi que era justamente para realizar esta missão: testemunhar os acontecimentos de Tibhirine e divulgar a experiência de comunhão com os nossos irmãos muçulmanos, que continuamos agora aqui no mosteiro de Midelt, no Marrocos".

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