23 Janeiro 2025
Segundo o Monitor do Fogo, do MapBiomas, mais de 30 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2024, alta de 79% frente a 2023.
A reportagem foi publicada por ClimaInfo, 23-01-2025.
A soma de seca e fogo foi devastadora para quase todos os biomas brasileiros em 2024. Um levantamento divulgado nesta 4ª feira (22/1) pelo MapBiomas, a partir de dados do Monitor do Fogo, indica que mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no país no ano passado, uma área maior que todo o território da Itália. Na comparação com 2023, a alta foi de 79%, com um crescimento de 13,6 milhões de hectares na área queimada.
De acordo com o Monitor do Fogo, três em cada quatro hectares queimados (73%) foram de vegetação nativa, principalmente em formações florestais, que totalizaram 25% da área queimada no Brasil. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, com 6,7 milhões de hectares queimados ao longo do ano passado.
A explosão dos registros de fogo no Brasil em 2024 está associada aos efeitos acumulados de um longo período seco que afetou grande parte do país, decorrente do fenômeno El Niño entre 2023 e 2024. Com a umidade reduzida, a vegetação ficou mais suscetível ao fogo, especialmente em biomas como Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Não à toa, a Amazônia foi o bioma mais afetado, com 17,9 milhões de hectares queimados em 2024, mais da metade (58%) do total em todo o país. Essa é a maior área queimada dos últimos seis anos no bioma, superior ao total consumido pelo fogo em todo o Brasil no ano de 2023. As áreas de formação florestal foram as mais queimadas, com 6,8 milhões de hectares, seguidas pelas pastagens, com 5,8 milhões de hectares.
Já no Cerrado, o fogo consumiu 9,7 milhões de hectares em 2024, sendo que 85% (ou 8,2 milhões de hectares) ocorreram em áreas de vegetação nativa, onde houve um aumento de 47% em relação à média dos últimos seis anos. No Pantanal, a área queimada foi de 1,9 milhão de hectares, o que representa uma alta de 64% em relação à média dos últimos seis anos.
A Mata Atlântica também foi afetada pela alta dos registros de fogo em 2024. Segundo o Monitor, a área queimada total no bioma foi de 1 milhão de hectares, sendo que 70% desse total ocorreram em áreas agropecuárias. A área queimada em 2024 foi maior do que a soma da área queimada entre os anos de 2019 e 2023 para o bioma.
Na contramão, o Pampa e a Caatinga experimentaram uma queda nos registros de fogo no ano passado. A área queimada no primeiro bioma foi de 3,4 mil hectares, a menor dos últimos seis anos. Já no segundo, o total queimado não passou de 330 mil hectares em 2024, com uma redução de 47% em relação ao ano anterior.
Os dados do Monitor do Fogo para 2024 foram repercutidos por vários veículos, com destaques na CNN Brasil, CartaCapital, Exame, Globo Rural, Guardian, O Globo, Poder360, Projeto Colabora, SBT e UOL.
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