05 Setembro 2024
Ministra participou de sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado, que abordou as queimadas e a estiagem prolongada que atingem maior parte do país.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 05-09-2024.
Sofrendo com secas e incêndios extremos, o Pantanal pode ser destruído por completo até o fim deste século se o mundo não for capaz de reverter as mudanças climáticas, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, que estão provocando eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos. Foi o que disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado na 4ª feira (4/9) sobre as queimadas e a estiagem prolongada que atinge a maior parte do país – com prejuízo maior ao Pantanal e à Amazônia.
Marina não tirou o fim da maior planície alagável do planeta da cabeça. Ela mencionou o que cientistas de todo o mundo apontam há décadas: ou agimos para conter a crise climática, eliminando petróleo, gás fóssil e carvão, combatendo o desmatamento e modificando o uso do solo pelo setor agropecuário, ou ela irá acabar com biomas, com a biodiversidade e com a Humanidade.
“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é que poderemos perdê-lo até o final do século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada”, detalhou a ministra.
Na audiência com senadores, a ministra do Meio Ambiente reforçou que, diante dos dados e dos fatos, será preciso ampliar cada vez mais os esforços e os recursos de combate às consequências das mudanças climáticas, destaca o g1. Ela mencionou altas orçamentárias em relação ao governo anterior, mas apelou aos congressistas para que contribuam com com recursos para sua pasta.
Como medida imediata, Marina sugeriu que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática que exclua da meta fiscal do governo federal os recursos gastos nessas condições, relata o UOL. “Se tenho que agir preventivamente, como é o entendimento de vossas Excelências e nosso, tenho que ter cobertura legal para isso”, justificou.
A ministra ainda afirmou que o governo vive um “paradoxo”, com cobranças simultâneas de investimento em medidas de combate aos incêndios e empreendimentos que são “altamente retroalimentadores do fogo”. Mas não especificou quais empreendimentos seriam esses.
O esforço do governo no enfrentamento às queimadas tem sido para “empatar o jogo”, destacou Marina Silva no Correio Braziliense. “Não se tratam de incêndios naturais. Se não tivéssemos nos preparado desde janeiro de 2023, teríamos uma situação incontrolável”, frisou.
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