05 Junho 2024
Desde janeiro passado, o Pantanal já registrou 880 focos de queimadas, o 2º maior índice da série histórica, atrás apenas dos incêndios recordistas de 2020.
A informação é publicada por ClimaInfo, 05-06-2024.
A situação é preocupante no Pantanal. Um levantamento divulgado pelo WWF-Brasil, a partir de dados do Programa Queimadas (INPE), indica que o bioma voltou a sofrer com a proliferação de focos de incêndio. Nos cinco primeiros meses de 2024, foram registrados 880 focos de queimada no Pantanal, o que representa um aumento de 898% em relação ao mesmo período no ano passado (90).
As queimadas acumuladas desde janeiro também estão 253% acima da média dos três anos anteriores (2021 a 2023) e abaixo apenas do recorde histórico de 2020, ano em que o bioma sofreu com sua pior temporada de queimadas da história, com 2.128 focos àquela altura. Nos dois casos, o clima mais seco, com uma temporada de chuvas bem abaixo da média, explica o aumento excessivo dos incêndios.
“Os rios estão com baixos níveis em diversas partes do bioma e há previsão de que o rio Paraguai se mantenha esse ano dentro dos níveis mais baixos da história”, afirmou Cynthia Santos, analista de conservação do WWF-Brasil. Na estação de medição de Porto Murtinho (MS), o nível do Paraguai não superou 2,5 metros desde o começo do ano, enquanto a média histórica indica que ele deveria estar entre 2,5 metros e 5 metros de altura.
A temporada chuvosa mais fraca foi um dos efeitos do El Niño sobre o clima pantaneiro no último ano. As chuvas abaixo da média foram insuficientes para transbordar os rios e conectar lagoas e o rio Paraguai. Além da seca, as temperaturas mais altas também favorecem as condições para o surgimento e a disseminação de queimadas no Pantanal. A maior preocupação agora é evitar uma repetição do cenário desastroso de 2020.
“Em 2020, tivemos aquele fogo catastrófico e as análises atuais mostram que os números de 2024 estão muito parecidos com os que tínhamos naquele ano. Felizmente, todos os setores e a sociedade pantaneira estão alertas porque têm consciência de que se nada for feito, há possibilidade de repetição de grandes incêndios”, destacou Santos.
O alerta para a situação das queimadas no Pantanal foi abordado por diversos veículos, com destaques na CNN Brasil, Metrópoles, O Globo, Poder360 e VEJA, entre outros.
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Queimadas no Pantanal crescem quase 900% e só perdem para números de 2020 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU