Ataque em Doha, confronto entre Catar e Israel: "Netanyahu deve ser preso"

Foto: Kremlin/Wikimedia Commons

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11 Setembro 2025

O primeiro-ministro Al Thani o acusa. Herzog: "O alvo era o homem do Hamas que rejeitou o acordo." Dúvidas sobre o sucesso do ataque: "Dois líderes ficaram feridos." As Forças de Defesa de Israel bombardeiam o Iêmen.

A informação é de Gabriella Colarusso, publicada por La Repubblica, 11-09-2025.

Uma nuvem espessa envolve o bombardeio israelense em Doha. O alvo do ataque eram líderes do Hamas no exterior, que o Catar acolhe desde 2012 em um acordo tácito com os americanos, em particular Khalil al-Hayya, que até então havia rejeitado as condições de Netanyahu para a libertação dos reféns, ou seja, o desarmamento. "Nós o alvejamos; ele continuou dizendo 'Sim, mas' durante as negociações", confirmou o presidente israelense Isaac Herzog. Os israelenses gostariam de negociar diretamente com Izz al-Din al-Haddad, que assumiu o comando do Hamas em Gaza, porque, apesar de ser um radical religioso, ele é considerado mais pragmático. Mas o destino de al-Hayya e dos outros líderes, Zaher Jabarin, Khaled Meshaal e Muhammad Darwish, é incerto. O jornal londrino Asharq Al-Awsat, que recebe financiamento dos sauditas, revelou que dois altos funcionários ficaram feridos no ataque, um deles gravemente, e está sendo tratado em um hospital particular em Doha sob forte esquema de segurança.

Essa informação coincide com o pessimismo que fontes israelenses espalharam na mídia, sugerindo que a operação pode ter fracassado. De acordo com a reconstrução do Asharq Al-Awsat, os líderes do Hamas estavam em outra parte da instalação bombardeada e haviam deixado seus celulares na sala alvo do ataque, indo para o prédio adjacente para rezar. Se for o caso, não está claro se o fizeram por precaução, para afastar potenciais agressores, ou se foi uma coincidência. Eles certamente sabiam que tinham a inteligência israelense em seu encalço: a inteligência turca e egípcia, relata o Wall Street Journal, havia alertado os líderes do Hamas sobre a possibilidade de um ataque, aconselhando-os a aumentar as medidas de segurança. Os israelenses agora prometem terminar o trabalho: "Eu digo ao Catar e a todos os países que oferecem refúgio a terroristas: ou vocês os expulsam ou os levam à justiça. Se não o fizerem, nós o faremos", declarou ontem o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, enquanto o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), Eyal Zamir, falando em uma cerimônia de formatura para oficiais da Marinha, reiterou o mesmo conceito: "o braço longo" do exército "alcançará todas as arenas e cortará as mãos de todos os nossos inimigos no Oriente Médio". Nos últimos meses, Israel atacou repetidamente a Síria, o Líbano, o Irã, o Catar e o Iêmen, mais recentemente ontem com uma série de ataques a Sanaa que deixaram pelo menos 35 mortos e 130 feridos, de acordo com o número divulgado pelo Ministério da Saúde administrado pelos Houthis, o grupo rebelde iemenita que controla grande parte do país.

O bombardeio de Doha desencadeou uma reação em cadeia, pois é a primeira vez que Israel ataca uma capital do Golfo, um país não inimigo e que possui diversas conexões dentro do governo Netanyahu. O primeiro-ministro do Catar, Mohammed Al-Thani, garantiu que haverá uma resposta coordenada com "parceiros regionais" e atacou Netanyahu: "Ele deve ser levado à justiça. Ele é procurado pelo Tribunal Penal Internacional". O primeiro-ministro também disse que o ataque a Doha "matou toda a esperança dos reféns".

Ontem, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed Bin Zayed, chegou ao Catar, e hoje o rei Hussein da Jordânia e o príncipe herdeiro saudita, Bin Salman, devem expressar sua solidariedade e coordenar a resposta. Enquanto isso, a situação em Gaza se deteriora diariamente. Milhares de pessoas estão fugindo da Cidade de Gaza para o sul, onde não há mais espaço para ninguém. O exército emitiu a ordem de evacuação, ignorando até mesmo seu próprio advogado-chefe, que alertou que a transferência da população era legalmente indefensável "sem uma análise abrangente das condições humanitárias de um milhão de pessoas no sul de Gaza", relata o Haaretz. Ele foi ignorado.

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